Uber escondeu roubo de dados de 57 milhões de pessoas
Além de esconder a informação, a empresa pagou US$ 100 mil aos hackers responsáveis para que não houvesse rastros da violação
EFE
Publicado em 21 de novembro de 2017 às 22h02.
Última atualização em 21 de novembro de 2017 às 22h37.
Los Angeles - A Uber revelou nesta terça-feira que dados de 57 milhões de usuários e motoristas do aplicativos foram roubados por hackers em um ataque ocorrido em 2016, mantido em segredo pela empresa até hoje.
Em nota, o executivo-chefe da Uber, Dara Khosrowshahi, que chegou ao cargo em agosto, mostrou hoje sua disposição de ser “honesto”, “transparente” e de “trabalhar para reparar erros do passado.
O executivo revelou que dois hackers tiveram acesso à base de dados da Uber e conseguiram baixar informações de 57 milhões de usuários do Uber em todo o mundo. Entre os dados estavam nomes, endereços de e-mail e números de telefone.
Eles também obtiveram informações de 600 motoristas da Uber nos Estados Unidos, roubando dados sobre as carteiras de motoristas desses profissionais que prestam serviço para a empresa.
O caso foi revelado pela agência “Bloomberg”, que afirmou que a Uber, apesar de ter a obrigação legal de informar às autoridades sobre o ataque dos hackers, pagou US$ 100 mil aos invasores para que eles deletassem os dados e mantivessem o ocorrido em segredo.
Khosrowshahi disse que os analistas da empresa não acreditam que os hackers tiveram acesso a dados bancários, números de cartão de crédito ou do histórico de viagem dos usuários.
“Talvez vocês perguntem por que estamos falando disso agora, um ano depois. Eu me fiz a mesma pergunta. Portanto, imediatamente pedi uma investigação exaustiva sobre o que ocorreu e como isso foi gerido”, disse o executivo-chefe na nota.
Segundo Khosrowshahi, os dois funcionários que lideraram a resposta ao ataque cibernético já não estão mais na empresa. Além disso, ele afirmou que a Uber já notificou as autoridades reguladoras sobre o incidente.
A “Bloomberg” afirma que a Uber demitiu o chefe do escritório de segurança, Joe Sullivan, e um de seus funcionários por sua atuação na hora de manter o incidente em sigilo.
“Nada disso deveria ter ocorrido e não vou dar desculpas sobre isso. Apesar de não poder apagar o passado, posso me comprometer em nome de cada funcionário da Uber que aprenderemos com nossos erros”, afirmou o executivo-chefe da empresa.