Exame logo 55 anos
Remy Sharp
Acompanhe:
seloNegócios

Uber e Lyft: titãs levam corrida pela dominação para Wall Street

O serviço de mobilidade urbana Lyft submeteu registros para um IPO. A Uber não deixou o movimento passar em branco e antecipou corrida pelo IPO

Modo escuro

Lyft: mesmo bem menor que o Uber, estratégias adotadas perturbam a gigante (Lyft/Aptiv/Divulgação)

Lyft: mesmo bem menor que o Uber, estratégias adotadas perturbam a gigante (Lyft/Aptiv/Divulgação)

M
Mariana Fonseca

Publicado em 8 de dezembro de 2018 às, 10h51.

Última atualização em 1 de março de 2019 às, 16h07.

São Paulo - Os serviços Uber e Lyft podem até ter começado com ideologias opostas - mas, agora, estão disputando a mesma corrida. Mais especificamente, um racha pela conquista dos investidores de Wall Street.

Na última quarta-feira (6), a Lyft entregou secretamente um registro de oferta pública inicial de ações (IPO) para a Securities and Exchange Comission (SEC), espécie de CVM americana. Diante do fato, a Uber contrariou as declarações de seu próprio CEO e resolveu antecipar seu IPO, entregando ontem (7) sua documentação.

Agora, as duas empresas de mobilidade urbana irão oferecer suas ações no início de 2019, disputando a preferência dos investidores. A Uber está ansiosa para vencer a Lyft, dizem fontes com conhecimento do setor. Mas essa estrada é mais esburacada do que aparenta.

Dois caminhos, mas o mesmo destino

A entrega de registro da Lyft surpreendeu o mercado e mandou um alerta para a Uber, que está há anos comentando sobre seu próprio IPO - sempre abalado por algum problema, geralmente interno. Até o anúncio da concorrente, falava-se como o Uber havia deixado sua oferta inicial pública de ações para o segundo semestre de 2019, ponderando as incertezas da guerra comercial entre Estados Unidos e China.

Enquanto a Uber está avaliada em 72 bilhões de dólares, a Lyft tem um valuation de 15 bilhões de dólares, que poderia chegar até 20 a 30 bilhões de dólares em sua ida para a bolsa americana. Agora, a Uber diz que o IPO poderia transformá-la em um negócio de 120 bilhões de dólares.

Olhando para o cenário atual, Lyft e Uber parecem ser quase a mesma solução. Além dos mesmos planos de IPO, ambas estão investindo em carros autônomos e introduzindo serviços de compartilhamento de bicicletas (a Uber comprou a startup de aluguel de bikes Jump em maio deste ano, enquanto a Lyft anunciou a compra da operadora de bicicletas Motivate em julho). Mas nem sempre as companhias olharam para o mesmo destino.

A Uber foi criada em 2009 pelo hoje polêmico Travis Kalanick, com o slogan "Um motorista privado para todos". Agressiva, a empresa seguia à risca a metodologia proposta pelo Facebook de "mover-se rápido e quebrar coisas" e só negociava com representantes governamentais após seu serviço já estar operando nas cidades.

Três anos depois, a Lyft foi criada com princípios como "gentileza" e "hospitalidade" e adotava uma postura de conversar com representantes governamentais e outros parceiros de mobilidade (o que, depois, provou-se útil para o desenvolvimento de uma plataforma aberta para desenvolvimento de carros autônomos, como o da imagem que ilustra esta matéria). Vale lembrar que a Uber passou a oportunidade de comprar a Lyft em 2014 e em 2016.

A Uber só torceu o braço para o cavalheirismo quando enfrentou problemas diversos, de vazamento massivo de dados até disputas trabalhistas e denúncias de assédio sexual. Tais escândalos levaram ao plano "180 Dias para a Mudança", com foco em repaginar o posicionamento da Uber. A decisão inclui a renúncia de Kalanick e a entrada do presidente executivo Dara Khosrowshahi, que prometeu mudar a cultura da companhia de mobilidade urbana. O novo slogan da Uber é "Construindo juntos".

A Uber opera em mais de 70 países, enquanto a Lyft está apenas no Canadá e nos Estados Unidos. Mas, nesses dois países, não há espaço para a Uber descansar. Hoje, a Lyft afirma possuir atualmente 35% do mercado americano de chamar motoristas para viagens (ride-hailing). Com um quinto da avaliação da Uber, é um ótimo custo-benefício nos olhos dos investidores dos Estados Unidos. Resta saber se essa conta será suficiente para que Wall Street prefira a persistente concorrente Lyft à Uber, um reformado titã de múltiplos países e avaliado em dezenas de milhões de dólares.

Últimas Notícias

ver mais
45 franquias para abrir ainda este ano e faturar a partir de R$ 20.000 no Natal
seloNegócios

45 franquias para abrir ainda este ano e faturar a partir de R$ 20.000 no Natal

Há um dia
Cadê o motorista? Como é andar nos táxis robô que já receberam mais de R$ 50 bilhões em investimento
seloNegócios

Robô-táxi: como é viajar em um veículo sem motorista nos EUA

Há um dia
Carrefour participa da feira da ABF Rio em busca de franquias para alocar nos supermercados
seloNegócios

Carrefour participa da feira da ABF Rio em busca de franquias para alocar nos supermercados

Há 2 dias
Elas largaram a área da saúde para estudar gelatos. Hoje, lideram negócio que fatura R$ 10 milhões
seloNegócios

Elas largaram a área da saúde para estudar gelatos. Hoje, lideram negócio que fatura R$ 10 milhões

Há 2 dias
icon

Branded contents

ver mais

Conteúdos de marca produzidos pelo time de EXAME Solutions

Exame.com

Acompanhe as últimas notícias e atualizações, aqui na Exame.

leia mais