Transocean é mencionada na Operação Lava Jato
Ex-executivo da Petrobras disse que recebeu pagamentos da maior contratante de plataformas de petróleo do mundo, a Transocean
Da Redação
Publicado em 25 de setembro de 2015 às 18h49.
A Transocean Ltd., maior contratante de plataformas de petróleo do mundo, foi ligada pela primeira vez à Operação Lava Jato , a investigação de corrupção à Petrobras , gigante estatal de energia que é personagem principal do maior escândalo corporativo da história do Brasil.
Um ex-executivo da empresa petrolífera estatal brasileira testemunhou ter recebido o que ele diz serem pagamentos feitos por alguém que afirma ser agente da Transocean em troca de um contrato de operação de plataformas com a Petrobras.
A Transocean está investigando as acusações de Eduardo Musa, ex-executivo da Petrobras, e irá cooperar com as investigações realizadas pelo governo, disse a empresa, em um comunicado, nesta sexta-feira.
“A Transocean não identificou nenhuma irregularidade de nenhum funcionário, nem de nenhum de seus agentes, ligada aos negócios da companhia”, disse a empresa. “A Transocean está investigando essas acusações recentes feitas pelo sr. Musa e também prosseguirá com seus esforços para garantir que não ocorra nenhuma violação da política da empresa ou da lei”.
Como resultado da investigação ao suposto esquema de subornos, conhecida como Lava Jato, a Petrobras bloqueou temporariamente mais de 20 empreiteiras de assinarem futuros contratos com a empresa petrolífera, que afirma ser vítima da corrupção e está cooperando com as autoridades.
A Transocean não está entre essas empresas.
O escândalo impulsionou um aumento nos pedidos de impeachment da presidente Dilma Rousseff e a turbulência política resultante disso contribuiu para o rebaixamento da nota soberana do Brasil para o grau especulativo neste mês.
Dilma disse que não sabia de nenhuma irregularidade ocorrida enquanto foi presidente do conselho da Petrobras e que seu governo não vai parar enquanto não descobrir toda a verdade.
Oferta de pagamento
Eduardo Musa, que assinou um acordo de delação premiada na investigação do Ministério Público Federal à Petrobras, disse que os supostos pagamentos da Transocean foram oferecidos a ele por um indivíduo que ele descreveu como sendo um assistente de Nestor Cerveró, ex-diretor da divisão internacional da Petrobras, na qual Musa também trabalhou, segundo transcrição de seu depoimento de 26 de agosto publicada no site do tribunal de Curitiba, no Paraná, Brasil, responsável pelo caso.
Cerveró foi condenado em agosto a mais de 12 anos de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro. Por telefone, o advogado de Musa, Luís Gustavo Rodrigues, confirmou o depoimento de seu cliente nos documentos judiciais.
O advogado de Cerveró, Edson Ribeiro, negou qualquer participação de seu cliente no contrato de navios-sonda ou em qualquer pagamento de propina relacionado.
A evidência contra Cerveró foi coletada “por meio de intimidação” e sua defesa está trabalhando para que o depoimento seja descartado, disse Ribeiro.
Suposto agente
Musa disse, em depoimento, que foi abordado no final de 2007 por um dos assistentes de Cerveró, que ofereceu a ele parte da comissão se a Transocean ganhasse um contrato para operar as 10.000 plataformas de perfuração da Petrobras.
Musa, então, se reuniu com um homem que se apresentou como agente da Transocean, chamado Carlos Moura, para discutir a proposta de contrato. A Transocean, que tem sede em Vernier, na Suíça, apresentou a proposta mais competitiva para o contrato e Musa começou a receber pagamentos do agente em 2012, segundo seu depoimento.
A Petrobras “mantém seu compromisso de colaborar com todas as apurações, não só neste caso”, disse a empresa em resposta enviada por e-mail. A empresa disse que continua trabalhando com as autoridades brasileiras para recuperar os danos decorrentes do escândalo de corrupção.
Musa nunca falou sobre o contrato diretamente com Cerveró, segundo seu depoimento. Nenhum dos depoimentos indica que ele tenha mantido qualquer contato com a Transocean além do suposto agente chamado Carlos Moura.
Redução da frota
A Petrobras está reduzindo sua frota de plataformas como parte de um esforço mais amplo de corte de gastos para suportar a queda do petróleo.
Neste mês, a empresa cancelou pelo menos dois contratos de plataformas e cinco contratos de navios de apoio a plataformas. Nenhum dos contratos de plataformas cancelados pertencia à Transocean. Cinco das 63 unidades de perfuração offshore da Transocean estão atualmente operando para a Petrobras no Brasil, segundo seu site.
Embora o Brasil seja uma das três regiões mais importantes do mundo para exploração de petróleo em águas profundas por causa de suas vastas reservas sob o fundo do mar, trabalhar com a Petrobras simplesmente “está se transformando em um desastre”, disse J.B. Lowe, analista da Cowen Co. em Nova York, na quinta-feira, em entrevista por telefone.
As cinco plataformas contratadas pela Petrobras representam cerca de 7 por cento da carteira total de trabalho da Transocean, disse Lowe, que classifica as ações da empresa com o equivalente a “manter” e não possui nenhuma ação da empresa.
A Transocean Ltd., maior contratante de plataformas de petróleo do mundo, foi ligada pela primeira vez à Operação Lava Jato , a investigação de corrupção à Petrobras , gigante estatal de energia que é personagem principal do maior escândalo corporativo da história do Brasil.
Um ex-executivo da empresa petrolífera estatal brasileira testemunhou ter recebido o que ele diz serem pagamentos feitos por alguém que afirma ser agente da Transocean em troca de um contrato de operação de plataformas com a Petrobras.
A Transocean está investigando as acusações de Eduardo Musa, ex-executivo da Petrobras, e irá cooperar com as investigações realizadas pelo governo, disse a empresa, em um comunicado, nesta sexta-feira.
“A Transocean não identificou nenhuma irregularidade de nenhum funcionário, nem de nenhum de seus agentes, ligada aos negócios da companhia”, disse a empresa. “A Transocean está investigando essas acusações recentes feitas pelo sr. Musa e também prosseguirá com seus esforços para garantir que não ocorra nenhuma violação da política da empresa ou da lei”.
Como resultado da investigação ao suposto esquema de subornos, conhecida como Lava Jato, a Petrobras bloqueou temporariamente mais de 20 empreiteiras de assinarem futuros contratos com a empresa petrolífera, que afirma ser vítima da corrupção e está cooperando com as autoridades.
A Transocean não está entre essas empresas.
O escândalo impulsionou um aumento nos pedidos de impeachment da presidente Dilma Rousseff e a turbulência política resultante disso contribuiu para o rebaixamento da nota soberana do Brasil para o grau especulativo neste mês.
Dilma disse que não sabia de nenhuma irregularidade ocorrida enquanto foi presidente do conselho da Petrobras e que seu governo não vai parar enquanto não descobrir toda a verdade.
Oferta de pagamento
Eduardo Musa, que assinou um acordo de delação premiada na investigação do Ministério Público Federal à Petrobras, disse que os supostos pagamentos da Transocean foram oferecidos a ele por um indivíduo que ele descreveu como sendo um assistente de Nestor Cerveró, ex-diretor da divisão internacional da Petrobras, na qual Musa também trabalhou, segundo transcrição de seu depoimento de 26 de agosto publicada no site do tribunal de Curitiba, no Paraná, Brasil, responsável pelo caso.
Cerveró foi condenado em agosto a mais de 12 anos de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro. Por telefone, o advogado de Musa, Luís Gustavo Rodrigues, confirmou o depoimento de seu cliente nos documentos judiciais.
O advogado de Cerveró, Edson Ribeiro, negou qualquer participação de seu cliente no contrato de navios-sonda ou em qualquer pagamento de propina relacionado.
A evidência contra Cerveró foi coletada “por meio de intimidação” e sua defesa está trabalhando para que o depoimento seja descartado, disse Ribeiro.
Suposto agente
Musa disse, em depoimento, que foi abordado no final de 2007 por um dos assistentes de Cerveró, que ofereceu a ele parte da comissão se a Transocean ganhasse um contrato para operar as 10.000 plataformas de perfuração da Petrobras.
Musa, então, se reuniu com um homem que se apresentou como agente da Transocean, chamado Carlos Moura, para discutir a proposta de contrato. A Transocean, que tem sede em Vernier, na Suíça, apresentou a proposta mais competitiva para o contrato e Musa começou a receber pagamentos do agente em 2012, segundo seu depoimento.
A Petrobras “mantém seu compromisso de colaborar com todas as apurações, não só neste caso”, disse a empresa em resposta enviada por e-mail. A empresa disse que continua trabalhando com as autoridades brasileiras para recuperar os danos decorrentes do escândalo de corrupção.
Musa nunca falou sobre o contrato diretamente com Cerveró, segundo seu depoimento. Nenhum dos depoimentos indica que ele tenha mantido qualquer contato com a Transocean além do suposto agente chamado Carlos Moura.
Redução da frota
A Petrobras está reduzindo sua frota de plataformas como parte de um esforço mais amplo de corte de gastos para suportar a queda do petróleo.
Neste mês, a empresa cancelou pelo menos dois contratos de plataformas e cinco contratos de navios de apoio a plataformas. Nenhum dos contratos de plataformas cancelados pertencia à Transocean. Cinco das 63 unidades de perfuração offshore da Transocean estão atualmente operando para a Petrobras no Brasil, segundo seu site.
Embora o Brasil seja uma das três regiões mais importantes do mundo para exploração de petróleo em águas profundas por causa de suas vastas reservas sob o fundo do mar, trabalhar com a Petrobras simplesmente “está se transformando em um desastre”, disse J.B. Lowe, analista da Cowen Co. em Nova York, na quinta-feira, em entrevista por telefone.
As cinco plataformas contratadas pela Petrobras representam cerca de 7 por cento da carteira total de trabalho da Transocean, disse Lowe, que classifica as ações da empresa com o equivalente a “manter” e não possui nenhuma ação da empresa.