Ticket poupa R$ 3,5 milhões com trabalho em casa
Com todos os vendedores trabalhando em casa, o volume de vendas na empresa cresceu 40% por mês
Da Redação
Publicado em 8 de junho de 2010 às 10h14.
São Paulo - Quem acha que trabalhar em casa é privilégio de profissionais autônomos está enganado. Atualmente, 25% das empresas no Brasil adotam o trabalho remoto, de acordo com pesquisa divulgada pelo Centro de Estudos Sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação. A Ticket, empresa do setor de refeição-convênio, é adepta há cinco anos e, desde que incorporou o "home office", sua rentabilidade tem aumentado.
Segundo a superintendente de vendas, Dalva Braga, a Ticket resolveu mandar os funcionários, literalmente, para casa como tentativa de dar mais velocidade ao processo de vendas. Quando ainda havia escritórios de vendas, os funcionários gastavam 30% do tempo com questões administrativas e 40% com atendimento telefônico. Depois da transição para o modelo de trabalho em casa, o tempo gasto para executar essas tarefas caiu para 15% e 5%, respectivamente.
Na Ticket, somente o setor de vendas incorporou o modelo de trabalho remoto. Todos os 120 vendedores espalhados pelo Brasil receberam treinamento e estrutura necessária para executar o serviço em casa. "A primeira coisa que fizemos foi um trabalho de conscientização dos colaboradores e das famílias sobre como é o modelo", explica Dalva Braga. "Aconselhamos que cada um tivesse um espaço reservado na casa para não ser incomodado e propiciamos a estrutura, como computadores e celular, além de ajuda de custo na energia elétrica, internet banda larga, etc".
A superintendente de vendas conta que a implantação do modelo durou três anos. À medida que os resultados apareciam, outras unidades adotavam o sistema. A economia até agora foi de 3,5 milhões de reais, e a produtividade de vendas aumentou 40%, o que gerou um incremento de 76% na receita dessas vendas.
Prós e contras
Além dos ganhos materiais, Dalva acredita que o trabalho em casa trouxe mais qualidade de vida aos funcionários, que não precisam mais enfrentar os problemas comuns de deslocamento de casa para o escritório.
No entanto, ela concorda que manter funcionários trabalhando em casa pode dificultar a integração entre eles e o sentimento de pertencimento à empresa. "A maior perda é o distanciamento. A gente está sempre procurando suprir essa queda. O calor tem que ser mantido de alguma forma", afirma. Para combater essa ameaça, os gestores da Ticket promovem encontros semanais entre os vendedores, inclusive aqueles que não estão em São Paulo.
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