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Thá quer ser potência regional em incorporação

A empresa já tem alguns projetos no interior do Paraná e em Santa Catarina e pretende entrar no Rio Grande do Sul em 2015

Porto Alegre: a Thá está estudando o mercado gaúcho há dois anos, antes de fazer qualquer lançamento (Wikimedia Commons)
DR

Da Redação

Publicado em 6 de outubro de 2014 às 08h43.

Curitiba - O aporte do fundo de Sam Zell dará fôlego para o Grupo Thá crescer além da capital paranaense. A empresa já tem alguns projetos no interior do Estado e em Santa Catarina e pretende lançar seu primeiro empreendimento no Rio Grande do Sul em 2015. O plano, porém, não é virar uma empresa nacional.

"Não queremos ser uma incorporadora nacional. Esse negócio é regional e queremos crescer no Sul do País", ressalta o presidente da Thá, Arsenio de Almeida Neto. "Essa visão é do próprio Sam Zell", ressalta.

Para atuar no mercado imobiliário, a companhia acredita que é preciso conhecer profundamente as particularidades de cada cidade. "Às vezes, um lançamento dá certo de um lado da rua e não de outro", explica Almeida, destacando que a Thá está estudando o mercado gaúcho há dois anos, antes de fazer qualquer lançamento.

A história recente mostra que o conhecimento regional tem valor. Grandes companhias de capital aberto, como Gafisa e PDG, avançaram em mercados desconhecidos na tentativa de se transformar em gigantes nacionais e recuaram a partir de 2011 após acumular prejuízos com estouros no custo de obras.

Aos poucos, elas vêm desmobilizando suas operações nas novas praças e voltando para os mercados originais. Brookfield, Gafisa e CCDI, por exemplo, estão negociando seus terrenos em Curitiba, apurou o Estado.

"A característica do mercado imobiliário é de natureza regional no mundo todo. Não dá pra achar que só com dinheiro e projetos é possível lançar um empreendimento em qualquer lugar do País", disse o professor de Real Estate da USP, João da Rocha Lima. Segundo ele, só é viável ter atuação nacional neste mercado se a empresa mantiver bases sólidas regionais.

De 2007 para cá, pelo menos oito empresas de capital aberto entraram no mercado de Curitiba, invertendo um ciclo de baixa oferta. Até meados dos anos 2000, as incorporadoras locais lançavam um volume abaixo da demanda na cidade.

Havia resistência entre os curitibanos em comprar imóvel na planta, um resquício da falência da Encol, no fim dos anos 90, que deixou quase 40 empreendimentos inacabados na cidade.

"O mercado era pequeno porque as empresas regionais tinham dificuldade de financiar seus projetos e havia um trauma na cidade", lembra o diretor de pesquisa de mercado da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi/PR), Fábio Araújo.

A chegada das grandes fez a oferta aumentar. De 2007 para 2008, o número de unidades novas lançadas dobrou de 2 mil para 4 mil. Em 2011, o volume atingiu o pico de 16,6 mil imóveis novos lançados, segundo dados da Ademi. "As empresas de fora trouxeram o conceito de condomínio clube e puxaram a expansão da oferta", conta o vice-presidente de economia e estatística do Secovi-PR (Sindicato da Habitação), Maurício Moritz.

O aumento da concorrência trouxe excesso de oferta de imóveis em Curitiba. Hoje o mercado imobiliário local passa por ajustes e já lança menos. Em 2013, foram lançados 4.395 imóveis novos, menos do que os 6.247 lançados no ano anterior.

Em 2013, a Thá lançou 60% mais, somando R$ 450 milhões em Valor Geral de Vendas (VGV) e assumindo a posição de liderança na capital paranaense. Os executivos da empresa atribuem o crescimento ao conhecimento regional aliado à experiência da Equity International, de Sam Zell.

A empresa americana serve de inspiração na condução dos negócios e até em projetos específicos como o de um prédio que foi lançado no centro de Curitiba com uma cobertura com área verde. "A sede da Equity, em Chicago, tem uma cobertura como se fosse uma praça", explica Almeida.

Construção

Se, como incorporadora, a Thá se impôs um limite para a expansão geográfica, como construtora a estratégia é outra. A empresa planeja levar sua divisão de construção civil para todo o País. Da receita líquida estimada em R$ 350 milhões para este ano, cerca de 60% deve vir da área de incorporação e o restante da divisão de construção.

A companhia constrói prédios, hospitais, igrejas, aeroportos, estádios de futebol e faz lojas para grandes varejistas. Seu principal cliente é o Walmart, que já teve 30 lojas construídas pelo grupo Thá no País.

O presidente da Equity International, Tom Heneghan, diz que a Thá contratou um executivo para a área de construção civil para buscar oportunidades de expansão. Questionado se o fundo tem interesse em outros negócios no Brasil, Heneghan não quis dar detalhes.

"O mercado imobiliário brasileiro ainda é atrativo. Há um déficit de 6 milhões de moradias que, somado à expansão da classe média, fará com que o País continue a ter uma demanda contínua e significante por imóveis." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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"Não queremos ser uma incorporadora nacional. Esse negócio é regional e queremos crescer no Sul do País", ressalta o presidente da Thá, Arsenio de Almeida Neto. "Essa visão é do próprio Sam Zell", ressalta.

Para atuar no mercado imobiliário, a companhia acredita que é preciso conhecer profundamente as particularidades de cada cidade. "Às vezes, um lançamento dá certo de um lado da rua e não de outro", explica Almeida, destacando que a Thá está estudando o mercado gaúcho há dois anos, antes de fazer qualquer lançamento.

A história recente mostra que o conhecimento regional tem valor. Grandes companhias de capital aberto, como Gafisa e PDG, avançaram em mercados desconhecidos na tentativa de se transformar em gigantes nacionais e recuaram a partir de 2011 após acumular prejuízos com estouros no custo de obras.

Aos poucos, elas vêm desmobilizando suas operações nas novas praças e voltando para os mercados originais. Brookfield, Gafisa e CCDI, por exemplo, estão negociando seus terrenos em Curitiba, apurou o Estado.

"A característica do mercado imobiliário é de natureza regional no mundo todo. Não dá pra achar que só com dinheiro e projetos é possível lançar um empreendimento em qualquer lugar do País", disse o professor de Real Estate da USP, João da Rocha Lima. Segundo ele, só é viável ter atuação nacional neste mercado se a empresa mantiver bases sólidas regionais.

De 2007 para cá, pelo menos oito empresas de capital aberto entraram no mercado de Curitiba, invertendo um ciclo de baixa oferta. Até meados dos anos 2000, as incorporadoras locais lançavam um volume abaixo da demanda na cidade.

Havia resistência entre os curitibanos em comprar imóvel na planta, um resquício da falência da Encol, no fim dos anos 90, que deixou quase 40 empreendimentos inacabados na cidade.

"O mercado era pequeno porque as empresas regionais tinham dificuldade de financiar seus projetos e havia um trauma na cidade", lembra o diretor de pesquisa de mercado da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi/PR), Fábio Araújo.

A chegada das grandes fez a oferta aumentar. De 2007 para 2008, o número de unidades novas lançadas dobrou de 2 mil para 4 mil. Em 2011, o volume atingiu o pico de 16,6 mil imóveis novos lançados, segundo dados da Ademi. "As empresas de fora trouxeram o conceito de condomínio clube e puxaram a expansão da oferta", conta o vice-presidente de economia e estatística do Secovi-PR (Sindicato da Habitação), Maurício Moritz.

O aumento da concorrência trouxe excesso de oferta de imóveis em Curitiba. Hoje o mercado imobiliário local passa por ajustes e já lança menos. Em 2013, foram lançados 4.395 imóveis novos, menos do que os 6.247 lançados no ano anterior.

Em 2013, a Thá lançou 60% mais, somando R$ 450 milhões em Valor Geral de Vendas (VGV) e assumindo a posição de liderança na capital paranaense. Os executivos da empresa atribuem o crescimento ao conhecimento regional aliado à experiência da Equity International, de Sam Zell.

A empresa americana serve de inspiração na condução dos negócios e até em projetos específicos como o de um prédio que foi lançado no centro de Curitiba com uma cobertura com área verde. "A sede da Equity, em Chicago, tem uma cobertura como se fosse uma praça", explica Almeida.

Construção

Se, como incorporadora, a Thá se impôs um limite para a expansão geográfica, como construtora a estratégia é outra. A empresa planeja levar sua divisão de construção civil para todo o País. Da receita líquida estimada em R$ 350 milhões para este ano, cerca de 60% deve vir da área de incorporação e o restante da divisão de construção.

A companhia constrói prédios, hospitais, igrejas, aeroportos, estádios de futebol e faz lojas para grandes varejistas. Seu principal cliente é o Walmart, que já teve 30 lojas construídas pelo grupo Thá no País.

O presidente da Equity International, Tom Heneghan, diz que a Thá contratou um executivo para a área de construção civil para buscar oportunidades de expansão. Questionado se o fundo tem interesse em outros negócios no Brasil, Heneghan não quis dar detalhes.

"O mercado imobiliário brasileiro ainda é atrativo. Há um déficit de 6 milhões de moradias que, somado à expansão da classe média, fará com que o País continue a ter uma demanda contínua e significante por imóveis." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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