Suzano: segundo o presidente-executivo da Suzano, o cenário atual está se mostrando mais benigno para o mercado global de celulose (Germano Lüders/Exame)
Reuters
Publicado em 8 de fevereiro de 2017 às 21h00.
São Paulo - Os baixos preços internacionais da celulose levaram a Suzano ao prejuízo no quarto trimestre de 2016, mesmo com recordes de produção, mas a empresa previu um cenário mais benigno para este ano, com aumento de preços, redução da alavancagem e obtenção do grau de investimento.
A companhia anunciou após o fechamento do pregão que teve prejuízo líquido de 440 milhões de reais de outubro a dezembro, ante lucro de 341 milhões de reais em igual período de 2015.
Segundo a Suzano, esse movimento refletiu principalmente a entrada em operação de novas fábricas, o que fez o preço médio da tonelada da celulose cair cerca de 100 dólares ante 2015.
Com isso, mesmo o volume de vendas do produto pela companhia tendo crescido 29,3 por cento ano a ano no trimestre, para 957 mil toneladas, a receita líquida total caiu 7,8 por cento na mesma comparação, para 2,498 bilhões de reais.
Consequentemente, o resultado medido pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado foi de 902 milhões de reais de outubro a dezembro, queda de 26,5 por cento sobre mesma etapa de 2015.
Segundo o presidente-executivo da Suzano, Walter Schalka, o cenário atual está se mostrando mais benigno para o mercado global de celulose, refletindo a queda dos estoques na China.
"O mercado está positivo para os vendedores, os aumentos de preço têm passado sem nenhuma dificuldade", disse Schalka em teleconferência com jornalistas sobre o resultado.
No caso do papel, embora tenha previsto um cenário também positivo para a companhia neste ano, o executivo afirmou não ver espaço para aumento de preços em breve.
Para Schalka, um dos principais fatores que devem contribuir para os resultados da companhia a partir de 2017 é o aumento da eficiência, pontuado pela queda da métrica do custo caixa por tonelada produzida.
Por esse indicador, que foi de 570 reais no quarto trimestre, deve cair gradualmente, chegando a 475 reais por tonelada até 2021.
Além disso, afirmou, a companhia usará sua geração de caixa para estender o ciclo de desalavancagem financeira. No fim de 2016, a dívida líquida da Suzano equivalia a 2,6 vezes o Ebitda ajustado, ante 2,7 vezes um ano antes.
"Entendemos que já temos as métricas necessárias para ter o grau de investimento (das agências de classificação de risco) e esperamos conseguir isso ainda no primeiro semestre (de 2017)", disse na teleconferência o diretor financeiro e de relações com investidores da empresa, Marcelo Bacci.
A Suzano revelou que planeja investir 1,83 bilhão de reais neste ano.