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Suíça vai cooperar para "congelar" ativos de Nuzman

Entre os pedidos da Justiça está o confisco de contas bancárias e de barras de ouro do presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e do Comitê Rio 2016

 (Bruno Kelly/Reuters)

(Bruno Kelly/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 5 de outubro de 2017 às 14h03.

Genebra - A Suíça vai cooperar com o Ministério Público Federal (MPF) do Brasil para identificar, congelar e eventualmente devolver os recursos de Carlos Arthur Nuzman nos cofres dos bancos do país.

Segundo o Estado apurou, o Departamento de Justiça e Polícia da Suíça recebeu um pedido de cooperação no dia 28 de setembro, referente aos ativos do dirigente brasileiro.

Entre os pedidos da Justiça está o confisco de contas bancárias e de barras de ouro, em Genebra e Lausanne. Mas o que os procuradores brasileiros ainda pedem é que os investigadores suíços identifiquem todas as contas em nome de Nuzman, assim como aquelas em que ele poderia ser beneficiário.

Os bancos suíços, diante da informação, ainda tem a obrigação em informar às autoridades sobre eventuais contas que possam existir relacionadas com o brasileiro.

Nesta quinta-feira, o Departamento de Justiça repassou o pedido de cooperação do Brasil ao Ministério Público Federal, em Berna, para que ele seja "executado".

Uma ação deve ocorrer nos próximos dias e, diante da urgência do caso, o congelamento pode ocorrer com certa rapidez para evitar a fuga dos recursos.

A decisão de Berna foi tomada depois que uma análise preliminar determinou a existência de fato dos ativos e comprovou que as suspeitas estão baseadas em indícios concretos.

Em Genebra, Nuzman teria guardado 16 barras de ouro, enquanto em um banco em Lausanne uma outra conta também seria usada pelo brasileiro.

No mês passado, o Estado revelou que a polícia brasileira descobriu nos computadores do dirigente e-mails no qual ele se dirigia à Associação Internacional das Federações de Atletismo (IAAF, na sigla em inglês) solicitando que pagamentos fossem realizados a uma conta em Lausanne.

A entidade era comandada por Lamine Diack, acusado de estar no centro do escândalo de compra de votos para a definição das sedes dos Jogos Olímpicos.

Nuzman argumentou que o e-mail se referia a pagamentos de despesas de seus trabalhos como membro da comissão de ética da IAAF.

Agora, o MPF quer saber todos os depósitos que passaram pela conta, assim como outras movimentações que possam ter envolvido bancos suíços.

Com os documentos em mãos, Berna repassará as informações aos procuradores brasileiros. No caso da Lava Jato, foi justamente a cooperação dos suíços que permitiu desmontar uma ampla rede de pagamento de propinas.

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