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Spotify quer conhecer seus usuários e monetizar serviço

“Assim que você se loga, o Spotify quer saber quem você é, o seu gênero, idade e em qual momento do dia você está”, afirma diretora em entrevista à EXAME.com


	“O Spotify quer saber quem você é e em qual momento do dia você está”, afirma diretora em entrevista à EXAME.com
 (Divulgação/Spotify)

“O Spotify quer saber quem você é e em qual momento do dia você está”, afirma diretora em entrevista à EXAME.com (Divulgação/Spotify)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 14 de julho de 2015 às 14h51.

São Paulo - O Spotify está investindo em conhecer melhor os seus usuários, para oferecer conteúdo mais personalizado. Também está focado em monetizar seu negócio, em um momento em que desacelera a expansão, disse diretora de estratégia em entrevista exclusiva à EXAME.com.

Recentemente, a empresa foi avaliada em 8,2 bilhões de dólares em valor de mercado. Ela recebeu 400 milhões de dólares de investidores.

Segundo Rachel Ghiazza, diretora de estratégia e desenvolvimento do Spotify, esse valor será aplicado, principalmente, em novos tipos de produtos, “para levar essa experiência para todos, sem limitações de geografia ou preços”, disse a EXAME.com.

A empresa lançou o New Spotify em maio deste ano. Além da exibição de vídeos e podcasts, o serviço indica músicas baseadas no humor e no momento do dia.

“Assim que você se loga, o Spotify quer saber quem você é, o seu gênero, idade, onde mora, que horas são e em qual momento do dia você está”, afirma a diretora..

Assim, o programa consegue fornecer sugestões de músicas mais personalizadas e de acordo com o estado de espírito do usuário, como músicas para o dia de trabalho ou para uma tarde de domingo.

A parceria recente com a Tastemade, rede de amantes da culinária, por exemplo, ajuda a criar playlists para a hora de cozinhar. Outro exemplo é o aplicativo de corrida, o Running, que sincroniza o ritmo da música com a passada.

Expansão e desenvolvimento

Segundo Rachel, a visão da empresa é “oferecer música para todos, em todos os lugares e a qualquer momento”. E o seu maior ativo é o seu alcance: está em 58 países e possui um arquivo de mais de 30 milhões de músicas.

Com isso em mente, a empresa quer aumentar ainda mais a sua presença no dia-a-dia dos usuários, sem limitações geográficas, de preço ou de tecnologia.

Nos últimos anos, a empresa começou a olhar mais para mercados fora do eixo Estados Unidos e Reino Unido, com a inauguração do serviço na América Latina.

A entrada nesses novos países trouxe também novos desafios para o Spotify. Segundo Rachel, alguns desses mercados eram, até então, “proibitivos” pela falta de infraestrutura. Alguns países, diz ela, não têm acesso amplo a métodos de pagamentos digitais ou internet adequada.

Agora, depois da última rodada de investimentos, a empresa está mais focada em melhorar seu serviço. “Acho que nossa expansão territorial vai desacelerar um pouco”, diz Rachel.

Sobre o faturamento, a diretora diz que a empresa está focando mais “em um crescimento sustentável a longo prazo”. “Em qualquer companhia que está em uma fase de crescimento acelerado, há uma certa dificuldade entre o crescimento e coordenar [a geração de receita], e isso não é específico para o Spotify”.

Para ela, “o objetivo e desafio é criar um modelo de monetização que acomode tanto receitas vindas de usuários pagos quanto de propagandas a usuários gratuitos”. Cerca de 20 milhões de usuários pagam pelo serviço, enquanto mais de 75 milhões usam-no gratuitamente. 

“Do ponto de vista do usuário, o serviço premium oferece uma experiência melhor, sem anúncios, com a possibilidade de baixar as músicas e sem obstáculos como a qualidade da internet”, afirma. Muitos usuários decidem pela conta paga, depois de experimentar o serviço por um tempo.

Competição

Não é só o Spotify que está se expandindo. A competição no mercado está crescendo, principalmente por causa do desenvolvimento da tecnologia na nuvem.

Em junho, a Apple lançou o Apple Music. O rapper Jay Z também lançou recentemente o Tidal, outro serviço similar.

No entanto, para Rachel, “ter mais gente no mercado é bom para a indústria”, pois permite que mais pessoas conheçam os serviços de streaming de música. “Muitos ainda desconhecem que esse tipo de serviço existe”, diz ela.

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