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Após captar R$ 100 milhões em outubro, fintech anuncia novo aporte de mais R$ 300 milhões

A iCred usará o recurso para expandir a sua atuação e entrar no mercado de empréstimo consignado aos beneficiários do INSS

Túlio Matos é um dos fundadores da fintech iCred, lançada no começo de 2022 em Sergipe (Divulgação/Divulgação)

Túlio Matos é um dos fundadores da fintech iCred, lançada no começo de 2022 em Sergipe (Divulgação/Divulgação)

A iCred, fintech sergipana criada no começo de 2022, inicia o ano com uma nova captação no valor de R$ 300 milhões. O recurso será utilizado para a startup expandir a sua atuação e entrar no mercado de empréstimo consignado aos beneficiários do INSS.

De acordo com a fintech, o montante permitirá a oferta de empréstimos às pessoas com taxas de juros a partir de 1,49% ao mês. Segundo os dados mais recentes do Banco Central (B), apenas uma instituição, a CCB Brasil, oferece percentual mais baixo, 1,25% ao mês.

Nos primeiros meses de vida, a iCred oferecia apenas antecipação de recursos para trabalhadores com recursos no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

Ao longo de 2022, operacionalizou R$300 milhões, e registrou mais de 1 milhão de pessoas que solicitaram e receberam pré-aprovação de empréstimo.

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Esse é o segundo aporte em pequeno espaço de tempo. Em outubro, a iCred tinha anunciado a captação de R$ 100 milhões, por meio de um FIDC (Fundo de Investimento em Direitos Creditórios), modalidade de investimento no qual titulares de cotas têm rendimentos atrelados a recursos advindos de uma empresa.

O novo capital veio a partir de uma estrutura de securitização de créditos. A empresa não abriu o instrumento nem quem está por trás do financiamento.

Como a iCred nasceu

A iCred iniciou o seu modelo de negócios com emprestando dinheiro a trabalhadores formais com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

Desde abril de 2020, por causa da pandemia, cotistas do FGTS podem receber parte da quantia guardada ali, antecipadamente, por meio do Saque Aniversário FGTS.

A iCred opera o sistema de antecipação de recursos com uma plataforma feita dentro de casa. A premissa ali é simplificar a burocracia ao máximo para aprovação quase imediata da antecipação.

Para isso, a plataforma utiliza inteligência artificial no cruzamento de informações de diversos bancos de dados públicos de pessoas físicas.

A tecnologia rastreia os recursos em até 3 minutos, de acordo com dados da empresa. Enviada por Pix, a quantia antecipada costuma cair na conta dos beneficiários logo na sequência.

Quem é o empreendedor

Por trás da tecnologia está o baiano Túlio Matos, um dos fundadores da iCred e, talvez, um dos maiores especialistas em tecnologias para políticas públicas de concessão de crédito no país.

Nascido em Salvador, Matos começou a carreira em negócios da família em Nordestina, município de 13.000 habitantes a 259 quilômetros de Salvador.

Ele e a família passaram as últimas duas décadas trabalhando em várias etapas do crédito consignado, uma das linhas mais populares em cidades pequenas e médias muito distantes da sofisticação da Faria Lima.

Matos entrou no crédito consignado aos 17 anos como vendedor de produtos de porta em porta — os famosos pastinhas.

De lá para cá, com o apoio do pai de Túlio, Júlio César, e de três irmãos, a família Matos ampliou — e muito — o envolvimento nesse tipo de financiamento.

Hoje eles são sócios da GVN, uma promotora de crédito sediada em Juazeiro, também no norte da Bahia, cujo negócio é indicar clientes a uma rede de 15 bancos com alguma linha de financiamento de crédito consignado.

Após 17 anos de operação, a GVN tem operação nacional tocada por mais de 1.200 profissionais de vendas associados.

Quais os próximos passos

Com as transformações recentes do mercado e os grandes bancos usados tecnologias para captar os mesmos leads, Túlio resolveu entrar também competir com as instituições financeiras.

Em Sergipe, com a ajuda de programadores da universidade federal no estado, desenvolveu a tecnologia de inteligência artificial para simplificar a análise de dados cadastrais de pessoas e prover crédito rapidamente.

Uma das principais apostas neste momento é a do cross-selling com produtos financeiros de outras empresas, como os seguros da fintech goiana EQ.

Em complemento à oferta de empréstimo para beneficiários do INSS, a empresa prepara para este primeiro semestre o lançamento de um cartão de crédito.

A expectativa da startup é terminar o ano superando R$ 100 milhões em receita bruta.

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