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Saraiva perde 88% do valor em 5 anos com briga de sócios

Em meio a briga de sócios, Saraiva já perdeu 88% do valor de mercado nos últimos cinco anos

Saraiva: só neste ano, ações da empresa já perderam 26% do valor em meio a briga de sócios (Wikimedia Commons)
DR

Da Redação

Publicado em 14 de julho de 2016 às 15h09.

Mais de um século após seu avô ter fundado a empresa, o herdeiro de 31 anos da maior rede de livrarias do Brasil se meteu em uma briga amarga com o maior acionista da companhia.

A GWI Asset Management acusou a Saraiva SA Livreiros Editores e o presidente Jorge Saraiva Neto de levar a livraria à beira da insolvência por conceder remunerações excessivas para executivos e pela incompetência generalizada que trouxe prejuízos em seis dos últimos oito trimestres.

Para não ficar atrás, a Saraiva acusa a GWI de se envolver em manipulação de ações, diz que o presidente da gestora de ativos invadiu seu escritório ilegalmente e pede que os direitos do investidor como acionista sejam revogados, segundo documentos enviados à Comissão de Valores Mobiliários ( CVM ).

A batalha que está sendo travada na Justiça brasileira e nas salas do conselho ocorre em um momento em que as ações da livraria de 102 anos caíram 26 por cento neste ano e depois de uma queda de 88 por cento nos últimos cinco anos.

A queda está aniquilando os retornos para o mais antigo fundo administrado pela GWI -- que foi fundada em 1995 e atende principalmente brasileiros descendentes de coreanos -- que perdeu 10 por cento neste ano em um momento em que as ações do país estão registrando os maiores ganhos do mundo.

Seu desempenho a coloca no grupo das dois por cento últimas colocadas entre seus pares, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.

“A família controladora está sendo altamente criticada pelos minoritários por falhar na reestruturação”, disse Bruce Barbosa, analista da empresa de assessoria de ações Empiricus Research, em uma nota para clientes.

“Não sabemos onde esta novela pode parar e recomendamos distância segura” das ações.

Depois que a GWI tentou convocar uma reunião de acionistas, argumentando que eram necessárias medidas para tirar a empresa da “beira da insolvência”, a Saraiva recorreu à Justiça para suspender a assembleia, de acordo com fatos relevantes.

Também pediu à CVM que investigasse sinais de manipulação de ações nas transações da GWI e acusou Mu Hak You -- presidente da GWI e membro do conselho da livraria -- de invadir ilegalmente o escritório da Saraiva em São Paulo durante um fim de semana prolongado de maio e de vasculhar documentos da diretoria.

A GWI nega as acusações e afirma que o investidor fez uma visita à sede da Saraiva em um dia útil durante o horário comercial, com conhecimento prévio dos diretores da Saraiva.

A GWI diz que a decisão de pagar um bônus de R$ 3,4 milhões (US$ 1 milhão) à diretoria foi indevida considerando-se os prejuízos informados pela empresa.

A Saraiva, que tem um valor de mercado de cerca de US$ 31 milhões, não respondeu a um pedido de comentário. A GWI preferiu não comentar sobre a briga.

As ações da Saraiva equivalem a cerca de 40 por cento dos ativos do fundo acionário GWI Classic, segundo dados compilados pela Bloomberg.

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Mais de um século após seu avô ter fundado a empresa, o herdeiro de 31 anos da maior rede de livrarias do Brasil se meteu em uma briga amarga com o maior acionista da companhia.

A GWI Asset Management acusou a Saraiva SA Livreiros Editores e o presidente Jorge Saraiva Neto de levar a livraria à beira da insolvência por conceder remunerações excessivas para executivos e pela incompetência generalizada que trouxe prejuízos em seis dos últimos oito trimestres.

Para não ficar atrás, a Saraiva acusa a GWI de se envolver em manipulação de ações, diz que o presidente da gestora de ativos invadiu seu escritório ilegalmente e pede que os direitos do investidor como acionista sejam revogados, segundo documentos enviados à Comissão de Valores Mobiliários ( CVM ).

A batalha que está sendo travada na Justiça brasileira e nas salas do conselho ocorre em um momento em que as ações da livraria de 102 anos caíram 26 por cento neste ano e depois de uma queda de 88 por cento nos últimos cinco anos.

A queda está aniquilando os retornos para o mais antigo fundo administrado pela GWI -- que foi fundada em 1995 e atende principalmente brasileiros descendentes de coreanos -- que perdeu 10 por cento neste ano em um momento em que as ações do país estão registrando os maiores ganhos do mundo.

Seu desempenho a coloca no grupo das dois por cento últimas colocadas entre seus pares, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.

“A família controladora está sendo altamente criticada pelos minoritários por falhar na reestruturação”, disse Bruce Barbosa, analista da empresa de assessoria de ações Empiricus Research, em uma nota para clientes.

“Não sabemos onde esta novela pode parar e recomendamos distância segura” das ações.

Depois que a GWI tentou convocar uma reunião de acionistas, argumentando que eram necessárias medidas para tirar a empresa da “beira da insolvência”, a Saraiva recorreu à Justiça para suspender a assembleia, de acordo com fatos relevantes.

Também pediu à CVM que investigasse sinais de manipulação de ações nas transações da GWI e acusou Mu Hak You -- presidente da GWI e membro do conselho da livraria -- de invadir ilegalmente o escritório da Saraiva em São Paulo durante um fim de semana prolongado de maio e de vasculhar documentos da diretoria.

A GWI nega as acusações e afirma que o investidor fez uma visita à sede da Saraiva em um dia útil durante o horário comercial, com conhecimento prévio dos diretores da Saraiva.

A GWI diz que a decisão de pagar um bônus de R$ 3,4 milhões (US$ 1 milhão) à diretoria foi indevida considerando-se os prejuízos informados pela empresa.

A Saraiva, que tem um valor de mercado de cerca de US$ 31 milhões, não respondeu a um pedido de comentário. A GWI preferiu não comentar sobre a briga.

As ações da Saraiva equivalem a cerca de 40 por cento dos ativos do fundo acionário GWI Classic, segundo dados compilados pela Bloomberg.

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