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Samarco não retornará antes de meados de 2017, diz analista

A Samarco poderá ficar sem dinheiro em caixa e não deverá retornar à operação até pelo menos meados de 2017, afirmou o Credit Suisse

Lama toma toda a paisagem em desastre em Mariana: para a Samarco voltar às suas atividades, a empresa precisa obter licenças para a deposição de rejeitos de sua atividade em Mariana (Ricardo Moraes/REUTERS)
DR

Da Redação

Publicado em 5 de julho de 2016 às 16h24.

Rio de Janeiro/São Paulo - A Samarco poderá ficar sem dinheiro em caixa a partir do terceiro trimestre deste ano e não deverá retornar à operação até pelo menos meados de 2017, afirmou nesta terça-feira o analista de mercado Ivano Westin, do Credit Suisse , em relatório a clientes do banco.

"A Samarco continua a negociar com os detentores de dívida a extensão da maturidade da dívida, Vale e BHP não vão cobrir as responsabilidades com os credores", afirmou Westin, após discussões junto à brasileira Vale, que é uma das donas da Samarco junto com a anglo-australiana BHP Billiton.

Para a Samarco voltar às suas atividades e, com isso, gerar receita, a empresa precisa obter licenças para a deposição de rejeitos de sua atividade de mineração em Mariana, Minas Gerais.

As operações da companhia estão paralisadas desde novembro do ano passado, quando uma das barragens da empresa se rompeu, liberando uma enxurrada de lama que deixou 19 mortos e centenas de desabrigados, atingiu o rio Doce e percorreu centenas de quilômetros até o litoral capixaba.

No modelo de negócios da Samarco, a empresa extrai minério de Minas Gerais e realiza sua pelotização no Espírito Santo, antes de exportar o produto.

O processo de licenciamento teve início em fevereiro, quando a empresa protocolou um primeiro documento junto ao órgão. Desde então, a Samarco vem realizando reuniões técnicas com a equipe do órgão ambiental para a retomada das operações, além de duas vistorias técnicas de campo realizadas pelo órgão ambiental.

No mês passado, a empresa protocolou na sede da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais (Semad), o Estudo de Impacto Ambiental e o Relatório de Impacto no Meio Ambiente (EIA/RIMA).

Em nota enviada à Reuters, a Samarco explicou que intenção da empresa é dispor o rejeito na cava de Alegria Sul, localizada dentro da área de exploração mineral da Samarco, com capacidade para receber 22,3 milhões de metros cúbicos de rejeitos.

"A empresa aguarda a análise técnica por parte da Semad para dar prosseguimento no processo", informou a mineradora, sem informar quando espera uma conclusão do processo.

Segundo o Credit Suisse, a Semad pediu uma solução definitiva e, embora a Samarco tenha enviado o EIA/RIMA, "não há um prazo para uma resposta".

Em meados do mês passado um executivo da Samarco admitiu em entrevista à Reuters que a empresa não tem mais expectativa de voltar a operar neste ano no Brasil, por não ter clareza sobre quando conseguirá as licenças.

No início do ano, o presidente da Samarco chegou a prever uma retomada de operações no quarto trimestre de 2016, com quase dois terços da capacidade original.

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"A Samarco continua a negociar com os detentores de dívida a extensão da maturidade da dívida, Vale e BHP não vão cobrir as responsabilidades com os credores", afirmou Westin, após discussões junto à brasileira Vale, que é uma das donas da Samarco junto com a anglo-australiana BHP Billiton.

Para a Samarco voltar às suas atividades e, com isso, gerar receita, a empresa precisa obter licenças para a deposição de rejeitos de sua atividade de mineração em Mariana, Minas Gerais.

As operações da companhia estão paralisadas desde novembro do ano passado, quando uma das barragens da empresa se rompeu, liberando uma enxurrada de lama que deixou 19 mortos e centenas de desabrigados, atingiu o rio Doce e percorreu centenas de quilômetros até o litoral capixaba.

No modelo de negócios da Samarco, a empresa extrai minério de Minas Gerais e realiza sua pelotização no Espírito Santo, antes de exportar o produto.

O processo de licenciamento teve início em fevereiro, quando a empresa protocolou um primeiro documento junto ao órgão. Desde então, a Samarco vem realizando reuniões técnicas com a equipe do órgão ambiental para a retomada das operações, além de duas vistorias técnicas de campo realizadas pelo órgão ambiental.

No mês passado, a empresa protocolou na sede da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais (Semad), o Estudo de Impacto Ambiental e o Relatório de Impacto no Meio Ambiente (EIA/RIMA).

Em nota enviada à Reuters, a Samarco explicou que intenção da empresa é dispor o rejeito na cava de Alegria Sul, localizada dentro da área de exploração mineral da Samarco, com capacidade para receber 22,3 milhões de metros cúbicos de rejeitos.

"A empresa aguarda a análise técnica por parte da Semad para dar prosseguimento no processo", informou a mineradora, sem informar quando espera uma conclusão do processo.

Segundo o Credit Suisse, a Semad pediu uma solução definitiva e, embora a Samarco tenha enviado o EIA/RIMA, "não há um prazo para uma resposta".

Em meados do mês passado um executivo da Samarco admitiu em entrevista à Reuters que a empresa não tem mais expectativa de voltar a operar neste ano no Brasil, por não ter clareza sobre quando conseguirá as licenças.

No início do ano, o presidente da Samarco chegou a prever uma retomada de operações no quarto trimestre de 2016, com quase dois terços da capacidade original.

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