Salvação de OGX está, cada vez mais, na mão de Eike Batista
Caso a Petronas desista de comprar uma fatia dos blocos da OGX, único dinheiro graúdo prevista seria o aporte de US$ 1 bilhão de Eike
Da Redação
Publicado em 28 de abril de 2014 às 07h53.
São Paulo – Se a petrolífera malaia Petronas não levar adiante a compra de uma fatia dos blocos da OGX , o único dinheiro graúdo que poderia aliviar a situação da empresa seria o aporte de 1 bilhão de dólares que Eike Batista se comprometeu a injetar na OGX até 30 de abril de 2014.
Nesta segunda-feira, o presidente da Petronas, Shamsul Azhar Abbas, afirmou que só levará adiante o negócio com a OGX, caso a empresa brasileira conclua a reestruturação de suas dívidas.
As declarações foram dadas em uma coletiva de imprensa e foram uma ducha de água fria nas expectativas do mercado. Isto porque, diante da queda acentuada de caixa da OGX e dos investimentos e dívidas pela frente, qualquer dinheiro ajuda.
A Petronas havia se disposto a pagar 850 milhões de dólares por 40% de participação nos blocos BM-C-39 e BM-C-40, incluindo o campo de Tubarão Martelo, além das acumulações Peró e Ingá, na Bacia de Campos.
Promessa é dívida
Eventualmente, se o dinheiro malaio não vier, aumentará em muito a necessidade de a OGX cobrar de Eike a promessa de aportar 1 bilhão de dólares, em troca da compra de um lote de ações por 6,30 reais por papel – quase oito vezes o que valem hoje na bolsa.
O fato é que o caixa da OGX apresentou uma forte queda entre o primeiro e o segundo trimestres deste ano, de 1,1 bilhão de dólares para 326 milhões. Dos 822 milhões de dólares consumidos do caixa nesse período, 396 milhões foram para atividades de financiamento e investimento – mais do que aquilo que a OGX dispunha de caixa para começar julho.
O segundo semestre já começa com compromissos como a necessidade de pagar 3,420 milhões de reais à Agência Nacional de Petróleo (ANP), pela desistência em explorar nove blocos arrematados na 11ª rodada de licitações.
Em outubro, a OGX também precisa pagar uma parte dos juros aos detentores de notes que emitiu em março de 2012. Naquela operação, a empresa captou 1,063 bilhão de dólares no mercado, com papéis que vencerão em abril de 2022. Em troca, prometeu juros de 8,375% ao ano, pagos semestralmente, em abril e outubro.
Já em dezembro, chega a vez de quem apoiou a OGX em maio de 2011, ao comprar notes e ajudar a empresa a levantar 2,563 bilhões de dólares. Naquela ocasião, a empresa prometeu juros de 8,5% ao ano, pagos semestralmente, em junho e dezembro. Os papéis vencem em junho de 2018.
Isso, sem contar com as despesas costumeiras, como as gerais, administrativas, os custos de explorações, etc. Com tantos compromissos e com o caixa apertado, a relutância da Petronas em concluir a compra dos blocos aumenta, e muito, a pressão sobre Eike. Está cada vez mais perto o momento de o mercado saber se ele ainda aposta pesado em sua empresa, ou não.
São Paulo – Se a petrolífera malaia Petronas não levar adiante a compra de uma fatia dos blocos da OGX , o único dinheiro graúdo que poderia aliviar a situação da empresa seria o aporte de 1 bilhão de dólares que Eike Batista se comprometeu a injetar na OGX até 30 de abril de 2014.
Nesta segunda-feira, o presidente da Petronas, Shamsul Azhar Abbas, afirmou que só levará adiante o negócio com a OGX, caso a empresa brasileira conclua a reestruturação de suas dívidas.
As declarações foram dadas em uma coletiva de imprensa e foram uma ducha de água fria nas expectativas do mercado. Isto porque, diante da queda acentuada de caixa da OGX e dos investimentos e dívidas pela frente, qualquer dinheiro ajuda.
A Petronas havia se disposto a pagar 850 milhões de dólares por 40% de participação nos blocos BM-C-39 e BM-C-40, incluindo o campo de Tubarão Martelo, além das acumulações Peró e Ingá, na Bacia de Campos.
Promessa é dívida
Eventualmente, se o dinheiro malaio não vier, aumentará em muito a necessidade de a OGX cobrar de Eike a promessa de aportar 1 bilhão de dólares, em troca da compra de um lote de ações por 6,30 reais por papel – quase oito vezes o que valem hoje na bolsa.
O fato é que o caixa da OGX apresentou uma forte queda entre o primeiro e o segundo trimestres deste ano, de 1,1 bilhão de dólares para 326 milhões. Dos 822 milhões de dólares consumidos do caixa nesse período, 396 milhões foram para atividades de financiamento e investimento – mais do que aquilo que a OGX dispunha de caixa para começar julho.
O segundo semestre já começa com compromissos como a necessidade de pagar 3,420 milhões de reais à Agência Nacional de Petróleo (ANP), pela desistência em explorar nove blocos arrematados na 11ª rodada de licitações.
Em outubro, a OGX também precisa pagar uma parte dos juros aos detentores de notes que emitiu em março de 2012. Naquela operação, a empresa captou 1,063 bilhão de dólares no mercado, com papéis que vencerão em abril de 2022. Em troca, prometeu juros de 8,375% ao ano, pagos semestralmente, em abril e outubro.
Já em dezembro, chega a vez de quem apoiou a OGX em maio de 2011, ao comprar notes e ajudar a empresa a levantar 2,563 bilhões de dólares. Naquela ocasião, a empresa prometeu juros de 8,5% ao ano, pagos semestralmente, em junho e dezembro. Os papéis vencem em junho de 2018.
Isso, sem contar com as despesas costumeiras, como as gerais, administrativas, os custos de explorações, etc. Com tantos compromissos e com o caixa apertado, a relutância da Petronas em concluir a compra dos blocos aumenta, e muito, a pressão sobre Eike. Está cada vez mais perto o momento de o mercado saber se ele ainda aposta pesado em sua empresa, ou não.