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Retomada do setor automotivo surpreende e montadoras revisam projeções

A Anfavea, associação que reúne as fabricantes de veículos, deve divulgar novas estimativas nesta quarta-feira

Linha de produção: retomada acima do esperado (Germano Lüders/Exame)

Linha de produção: retomada acima do esperado (Germano Lüders/Exame)

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Juliana Estigarribia

Publicado em 7 de outubro de 2020 às 06h00.

Diante da retomada do ritmo de vendas de veículos acima do esperado, as montadoras estão revisando suas projeções para 2020. A Anfavea, associação que representa o setor, deve divulgar novas previsões para o mercado brasileiro nesta quarta-feira, 07.

A expectativa é que a entidade anuncie uma projeção de vendas, neste ano, em torno de 1,85 milhão de unidades, queda de 35% em relação ao desempenho de 2019. Há alguns meses, as empresas estimavam uma retração entre 40% e 45% para 2020.

A revisão ligeiramente mais otimista se deve ao ritmo mais forte de vendas nos dois últimos meses. Em setembro, a indústria emplacou cerca de 207.000 veículos (incluindo pesados). O volume é próximo aos níveis registrados nos últimos anos, entre 230.000 e 250.000 unidades mensais.

Para a associação que reúne as concessionárias, a Fenabrave, a melhora da oferta de crédito contribuiu para melhorar a média diária de vendas e, com isso, a rede de distribuição também revisou seus números, reduzindo a magnitude da queda projetada para 2020.

No entanto, apesar da melhora do cenário, a indústria automotiva ainda enfrenta uma forte queda das exportações, redução do quadro de funcionários -- com cortes que chegam a 4.100 postos de trabalho -- e  queda brutal da rentabilidade.

No início deste ano, as montadoras projetavam um mercado de 3,1 milhões de unidades vendidas. Agora, estimam um pouco mais da metade desse volume -- embora consultorias trabalhem com números mais otimistas, que giram em torno de 2 milhões de unidades.

Seja qual for o resultado para 2020, fato é que as montadoras ainda devem encerrar o ano com uma ociosidade próxima dos 50%. Após a indústria sair do fundo do poço da crise de 2016, as empresas descobriram na pandemia que sempre pode existir um alçapão.

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