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Representantes da França vão a Tóquio falar sobre Carlos Ghosn

A Justiça japonesa negou ontem (15) um novo pedido para libertar sob fiança o executivo preso por dois meses por crimes financeiros

Carlos Ghosn: A França é o principal acionista da Renault, com 15,01% do capital (Regis Duvignau/Reuters)

Carlos Ghosn: A França é o principal acionista da Renault, com 15,01% do capital (Regis Duvignau/Reuters)

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AFP

Publicado em 16 de janeiro de 2019 às 11h04.

Representantes do Estado francês, principal acionista da Renault, vão-se reunir com executivos da Nissan nesta quarta-feira (16) para preparar a sucessão de Carlos Ghosn, de 64 anos, ainda à frente da montadora francesa e preso no Japão por crimes financeiros.

A delegação francesa viajou para falar do "futuro da aliança" da Renault-Nissan-Mitsubishi, informou à AFP o ministro da Economia, Bruno Le Maire, confirmando informações do jornal Le Figaro.

"Nós trabalhamos sobre a questão, levando em conta o calendário judicial. Isso não deve afetar a defesa" de Carlos Ghosn, afirmou a mesma fonte.

"Acompanhamos a situação diariamente. O Estado francês assume seu papel de acionista de referência da Renault", acrescentou.

A delegação francesa inclui o diretor-geral da Agência de Participações Estaduais (APE), Martin Vial, e Emmanuel Moulin, diretor do gabinete do ministro francês da Economia, de acordo com Le Figaro.

O presidente-executivo da Nissan, Hiroto Saikawa, recebe o grupo nesta quarta, ou quinta-feira, informou à AFP uma fonte próxima à montadora japonesa.

O Estado francês é o principal acionista da Renault, com 15,01% do capital. A Nissan possui 15%, mas não tem direito a voto na assembleia geral. A Renault controla 43% da Nissan, o que a salvou da falência há quase 20 anos.

A Nissan também possui 34% da Mitsubishi Motors, o último membro desta aliança que nasceu em 1999. Esta última realizará um conselho administrativo na sexta-feira para discutir o caso Ghosn.

A Justiça japonesa negou na terça-feira um novo pedido para libertar sob fiança o CEO preso no Japão por dois meses por crimes financeiros.

Ele poderá ficar preso durante meses, antes do início de seu julgamento, o que o complicaria sua permanência à frente da Renault.

Até sua detenção em 19 de novembro, em Tóquio, Ghosn tinha essa posição, acumulada com a de presidente da aliança Renault-Nissan-Mitsubishi e presidente dos conselhos de administração da Nissan e da Mitsubishi Motors.

Os promotores acusaram Ghosn de quebra de confiança e de desvalorizar seus rendimentos nos relatórios acionários da Nissan entre 2015 e 2018.

De acordo com a Promotoria, Ghosn pode ser sentenciado a até 15 anos de prisão.

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