Relógio de James Bond tem missão de US$ 6 mil: a geração Y
A Omega, que vende alguns relógios ligados à franquia de filmes, está tentando atrair consumidores mais jovens
Da Redação
Publicado em 20 de outubro de 2015 às 20h06.
Uma ameaça maior que os relógios inteligentes é a falta de uso do relógio, segundo o presidente da Omega, Stephen Urquhart.
A fabricante de relógios de luxo -- alguns deles ligados à franquia de filmes James Bond --, que vende peças a uma média de mais de US$ 6.000, está tentando atrair consumidores mais jovens.
Mais da metade das pessoas com 16 a 34 anos usa o telefone celular como principal forma de checar o horário, segundo pesquisa da YouGov.
“Para mim, esse é um desafio maior que os relógios inteligentes: garantir que estejamos chegando a eles com um produto que tem essa imagem de ser um pouco do mundo dos pais deles”, disse Urquhart, em entrevista, em Zurique.
As fabricantes suíças de relógios estão enfrentando uma lista cada vez maior de desafios: a repressão aos gastos extravagantes iniciada há três anos na China, a valorização do franco suíço e a concorrência do recém-chegado relógio inteligente da Apple Inc. Atrair clientes jovens é parte fundamental da estratégia da empresa, que pertence à Swatch Group AG.
As exportações de relógios suíços caíram 7,2 por cento no terceiro trimestre, seu maior declínio desde 2009, mostraram dados alfandegários federais nesta terça-feira, o que provocou uma queda de até 3,4 por cento nas ações da Swatch.
A fabricante de relógios escolheu em maio Eddie Redmayne, 33, ator britânico premiado com um Oscar, como embaixador da marca. Ele então se uniu a George Clooney, 54, e Nicole Kidman, 48.
A afiliação da Omega à franquia James Bond, para a qual está vendendo duas edições limitadas neste ano, também ajuda porque o agente 007 agrada à geração Y, apesar de a franquia existir há seis décadas, disse Urquhart.
Cronômetro oficial
A Omega não fechou as portas para a ideia de agregar funções eletrônicas a seus relógios, possivelmente em modelos ligados a Bond ou às Olimpíadas, competição em que a empresa é o cronômetro oficial, disse Urquhart.
Nos filmes de espionagem, os relógios da marca apresentam recursos como ganchos e pinos detonadores.
“A população está envelhecendo, mas esse não é o consumidor que estamos procurando, já cobrimos isso”, disse Urquhart, 69, na entrevista realizada no dia 14 de outubro. “Mudar a mentalidade de alguém que está com 70 ou 80 anos é mais difícil. Se essas pessoas gostam de relógios, elas gostam de relógios e pronto. Se não gostam, não tenho certeza de que conseguiríamos mudar isso”.
Nesse sentido, a Ásia é um mercado estratégico, porque os consumidores da região tendem a ser mais jovens, muitas vezes com idade entre 25 e 45 anos, e a fabricante de relógios visa a tentar encontrar clientes fiéis nessa faixa etária. A Grande China é o maior mercado de importação de relógios suíços, pois recebe cerca de um quarto dos relógios produzidos pela Suíça.
Edições limitadas
A Omega colocará mais de 140 milhões de francos suíços (US$ 146 milhões) em relógios de James Bond à venda neste ano, com base no número de peças que estão sendo vendidas e no preço recomendado de venda nas lojas.
A empresa com sede em Biel, na Suíça, lançou em março o modelo Seamaster Aqua Terra, que custa 6.600 francos suíços, e começou a vender no mês passado um Seamaster 300 por 6.800 francos suíços, ambas edições limitadas ligadas à franquia 007.
A Omega faz parte dos filmes de James Bond desde que Pierce Brosnan usou o Seamaster Diver 300 no filme “007 contra GoldenEye”, de 1995, desbancando outras marcas, como Rolex, Seiko e Breitling, que apareceram em filmes anteriores. “007 contra Spectre”, o 24o filme de Bond, estreará nos cinemas britânicos no dia 26 de outubro e vem depois de “007 - Operação Skyfall”, cuja receita de bilheteria superou US$ 1 bilhão.
A Omega registrou cerca de 2,3 bilhões de francos em vendas em 2014, mais de um quarto da receita total da Swatch Group, estima Alessandro Migliorini, analista da Mirabaud Securities LLP.
Os analistas esperam que as vendas da Swatch Group, que abarcam desde relógios Swatch de US$ 50 até modelos Breguet de mais de US$ 100.000, subirão cerca de 1 por cento neste ano, o ritmo mais lento desde a crise financeira.
Uma ameaça maior que os relógios inteligentes é a falta de uso do relógio, segundo o presidente da Omega, Stephen Urquhart.
A fabricante de relógios de luxo -- alguns deles ligados à franquia de filmes James Bond --, que vende peças a uma média de mais de US$ 6.000, está tentando atrair consumidores mais jovens.
Mais da metade das pessoas com 16 a 34 anos usa o telefone celular como principal forma de checar o horário, segundo pesquisa da YouGov.
“Para mim, esse é um desafio maior que os relógios inteligentes: garantir que estejamos chegando a eles com um produto que tem essa imagem de ser um pouco do mundo dos pais deles”, disse Urquhart, em entrevista, em Zurique.
As fabricantes suíças de relógios estão enfrentando uma lista cada vez maior de desafios: a repressão aos gastos extravagantes iniciada há três anos na China, a valorização do franco suíço e a concorrência do recém-chegado relógio inteligente da Apple Inc. Atrair clientes jovens é parte fundamental da estratégia da empresa, que pertence à Swatch Group AG.
As exportações de relógios suíços caíram 7,2 por cento no terceiro trimestre, seu maior declínio desde 2009, mostraram dados alfandegários federais nesta terça-feira, o que provocou uma queda de até 3,4 por cento nas ações da Swatch.
A fabricante de relógios escolheu em maio Eddie Redmayne, 33, ator britânico premiado com um Oscar, como embaixador da marca. Ele então se uniu a George Clooney, 54, e Nicole Kidman, 48.
A afiliação da Omega à franquia James Bond, para a qual está vendendo duas edições limitadas neste ano, também ajuda porque o agente 007 agrada à geração Y, apesar de a franquia existir há seis décadas, disse Urquhart.
Cronômetro oficial
A Omega não fechou as portas para a ideia de agregar funções eletrônicas a seus relógios, possivelmente em modelos ligados a Bond ou às Olimpíadas, competição em que a empresa é o cronômetro oficial, disse Urquhart.
Nos filmes de espionagem, os relógios da marca apresentam recursos como ganchos e pinos detonadores.
“A população está envelhecendo, mas esse não é o consumidor que estamos procurando, já cobrimos isso”, disse Urquhart, 69, na entrevista realizada no dia 14 de outubro. “Mudar a mentalidade de alguém que está com 70 ou 80 anos é mais difícil. Se essas pessoas gostam de relógios, elas gostam de relógios e pronto. Se não gostam, não tenho certeza de que conseguiríamos mudar isso”.
Nesse sentido, a Ásia é um mercado estratégico, porque os consumidores da região tendem a ser mais jovens, muitas vezes com idade entre 25 e 45 anos, e a fabricante de relógios visa a tentar encontrar clientes fiéis nessa faixa etária. A Grande China é o maior mercado de importação de relógios suíços, pois recebe cerca de um quarto dos relógios produzidos pela Suíça.
Edições limitadas
A Omega colocará mais de 140 milhões de francos suíços (US$ 146 milhões) em relógios de James Bond à venda neste ano, com base no número de peças que estão sendo vendidas e no preço recomendado de venda nas lojas.
A empresa com sede em Biel, na Suíça, lançou em março o modelo Seamaster Aqua Terra, que custa 6.600 francos suíços, e começou a vender no mês passado um Seamaster 300 por 6.800 francos suíços, ambas edições limitadas ligadas à franquia 007.
A Omega faz parte dos filmes de James Bond desde que Pierce Brosnan usou o Seamaster Diver 300 no filme “007 contra GoldenEye”, de 1995, desbancando outras marcas, como Rolex, Seiko e Breitling, que apareceram em filmes anteriores. “007 contra Spectre”, o 24o filme de Bond, estreará nos cinemas britânicos no dia 26 de outubro e vem depois de “007 - Operação Skyfall”, cuja receita de bilheteria superou US$ 1 bilhão.
A Omega registrou cerca de 2,3 bilhões de francos em vendas em 2014, mais de um quarto da receita total da Swatch Group, estima Alessandro Migliorini, analista da Mirabaud Securities LLP.
Os analistas esperam que as vendas da Swatch Group, que abarcam desde relógios Swatch de US$ 50 até modelos Breguet de mais de US$ 100.000, subirão cerca de 1 por cento neste ano, o ritmo mais lento desde a crise financeira.