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Relator do Cade critica Brasil Foods em julgamento

Segundo conselho, união tem potencial de gerar mais danos do que benefícios à coletividade

Sadia na Rússia: não é plausível a aprovação de um negócio que gera benefícios externos, mas prejudica severamente o mercado interno, afirma Cade (DIVULGACAO)

Daniela Barbosa

Publicado em 8 de junho de 2011 às 16h50.

São Paulo – O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) adotou um tom bastante duro no julgamento da fusão da Sadia com a Perdigão, que criou a Brasil Foods. Segundo relator do processo,Carlos Ragazzo, a união das duas companhias tem potencial de gerar mais danos do que benefícios aos consumidores.

Durante a leitura do relatório, Ragazzo procurou rebater os pontos da defesa apresentada pelos advogados da empresa. Um deles, por exemplo, era de que a Brasil Foods é uma grande exportadora e ajudaria a equilibrar a balança comercial. Para o relator, porém, o argumento não é válido. Ragazzo afirmou que não é plausível a aprovação de um negócio que gera benefícios externos, mas prejudica severamente o mercado interno.

O potencial aumento de preços dos produtos da Brasil Foods é um dos fatores mais mencionados pelo relator . “Em algumas regiões onde atua, a BRF pode elevar o valor de suas mercadorias em até 40%, devido a concentração de mercado”, afirmou Ragazzo.

As eficiências da concentração não são, de longe, suficientes diante dos inúmeros prejuízos que a fusão pode gerar ao mercado, afirmou também o relator.

O caso

No início de maio, um parecer da Procuradoria Federal Especializada junto ao Cade afirmava que a união das duas companhias seria condicionada a restrições. A mais severa delas seria a venda de uma das principais marcas.

Há mais de dois anos, o mercado aguarda com expectativas o desfecho da fusão entre Sadia e Perdigão. O negócio anunciado em maio de 2009 criou uma das maiores empresas do setor alimentício mundial e a terceira maior empresa exportadora brasileira.

Em 2010, a BRF faturou 23 bilhões de reais. Com portfólio de cerca de 1.500 itens, a empresa está presente em 110 países.

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Durante a leitura do relatório, Ragazzo procurou rebater os pontos da defesa apresentada pelos advogados da empresa. Um deles, por exemplo, era de que a Brasil Foods é uma grande exportadora e ajudaria a equilibrar a balança comercial. Para o relator, porém, o argumento não é válido. Ragazzo afirmou que não é plausível a aprovação de um negócio que gera benefícios externos, mas prejudica severamente o mercado interno.

O potencial aumento de preços dos produtos da Brasil Foods é um dos fatores mais mencionados pelo relator . “Em algumas regiões onde atua, a BRF pode elevar o valor de suas mercadorias em até 40%, devido a concentração de mercado”, afirmou Ragazzo.

As eficiências da concentração não são, de longe, suficientes diante dos inúmeros prejuízos que a fusão pode gerar ao mercado, afirmou também o relator.

O caso

No início de maio, um parecer da Procuradoria Federal Especializada junto ao Cade afirmava que a união das duas companhias seria condicionada a restrições. A mais severa delas seria a venda de uma das principais marcas.

Há mais de dois anos, o mercado aguarda com expectativas o desfecho da fusão entre Sadia e Perdigão. O negócio anunciado em maio de 2009 criou uma das maiores empresas do setor alimentício mundial e a terceira maior empresa exportadora brasileira.

Em 2010, a BRF faturou 23 bilhões de reais. Com portfólio de cerca de 1.500 itens, a empresa está presente em 110 países.

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