Quer avançar? Lide com o diferente, diz Guilherme Leal
Para o copresidente do conselho de administração da Natura, "momentos difíceis e desafiantes são oportunidade de criar e inovar"
Vanessa Barbosa
Publicado em 17 de novembro de 2015 às 13h13.
São Paulo - Chegar a uma novo acordo para reduzir as emissões de gases efeito estufa - e refrear as mudanças climáticas - é o maior desafio da COP21, que ocorre entre 30 de novembro e 11 de dezembro, em Paris.
Na contagem regressiva para o evento, que reunirá cerca de 200 negociadores de mais de 190 países, o "clima" não é dos mais animadores. Afinal, o encontro da ONU não só ocorre poucas semanas após os atentados na capital francesa como acumúla um longo histórico de reuniões frustradas, com exceção de Kyoto, em 1997.
Mas, aos olhos de Guilherme Leal, copresidente do conselho de administração da Natura, "momentos difíceis e desafiantes são oportunidade de criar e inovar". Durante bate-papo no EXAME Fórum Sustentabilidade nesta terça-feira em São Paulo, o empresário afirmou que "a esperança é seu defeito de fábrica" e por isso acredita no poder da mobilização para mudar o futuro.
Leal é membro do Grupo de Orientação da Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura, uma iniciativa lançada há um ano e formada por associações empresariais, empresas e organizações da sociedade civil que discutem agendas de proteção, conservação e uso sustentável das florestas, agricultura e mudanças climáticas, no Brasil e no mundo.
Na prática, ele faz parte de um movimento que busca trazer o debate da sustentabilidade para um maior número de pessoas, extrapolando os "círculos dos ambientalistas" ou da "política".
"Não dá pra construir um caminho de mudanças, sem que haja comunicação entre todas as partes interessadas. Sem lidar com o diferente você não avança. Eu sou um entusiasta do diálogo. Se acharmos que isso é problema só de ambientalista, ou só de político, não chegaremos a uma solução", ponderou.
Um dos objetivos da coalizão é empurrar os governantes a tomar decisões mais ambiciosas na COP 21. O empresário julga fundamental a participação de governos, empresas e sociedade civil no desafio do clima. Porém, defende que só um direcionamento claro por parte dos governantes permitiria criar um ambiente institucional e regulatório propício para a inovação empresarial.
Sem empresas, diz Leal, não há inovação dos processos de produção, mas sem a sinalização do Estado, não tem "framework" que estimule a transformação nas empresas. "E na base disso tudo, está a postura dos indivíduos que vão construir esses coletivos", sublinha.
Mas não é só o a COP21 que precisa de um empurrãozinho não. Segundo o empresário, o Brasil vive uma crise de imobilidade.
"Neste momento, eu diria que o Brasil precisa encontrar uma receita para avançar. Se dependermos apenas do Congresso, isso vai demorar. A sociedade precisa empurrar a classe política e desenhar caminhos para podermos avançar. Fazer ajuste fiscal, todo mundo sabe que é preciso, mas para onde vamos depois disso? Qual é a visão de país que queremos?", indaga.
"É o país do esperto, em que uma pessoa tira vantagem da outra, ou é um país construído coletivamente? Eu continuou otimista em relação às possibilidade e capacidades que temos para construir um mundo melhor", concluiu Leal.
São Paulo - Chegar a uma novo acordo para reduzir as emissões de gases efeito estufa - e refrear as mudanças climáticas - é o maior desafio da COP21, que ocorre entre 30 de novembro e 11 de dezembro, em Paris.
Na contagem regressiva para o evento, que reunirá cerca de 200 negociadores de mais de 190 países, o "clima" não é dos mais animadores. Afinal, o encontro da ONU não só ocorre poucas semanas após os atentados na capital francesa como acumúla um longo histórico de reuniões frustradas, com exceção de Kyoto, em 1997.
Mas, aos olhos de Guilherme Leal, copresidente do conselho de administração da Natura, "momentos difíceis e desafiantes são oportunidade de criar e inovar". Durante bate-papo no EXAME Fórum Sustentabilidade nesta terça-feira em São Paulo, o empresário afirmou que "a esperança é seu defeito de fábrica" e por isso acredita no poder da mobilização para mudar o futuro.
Leal é membro do Grupo de Orientação da Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura, uma iniciativa lançada há um ano e formada por associações empresariais, empresas e organizações da sociedade civil que discutem agendas de proteção, conservação e uso sustentável das florestas, agricultura e mudanças climáticas, no Brasil e no mundo.
Na prática, ele faz parte de um movimento que busca trazer o debate da sustentabilidade para um maior número de pessoas, extrapolando os "círculos dos ambientalistas" ou da "política".
"Não dá pra construir um caminho de mudanças, sem que haja comunicação entre todas as partes interessadas. Sem lidar com o diferente você não avança. Eu sou um entusiasta do diálogo. Se acharmos que isso é problema só de ambientalista, ou só de político, não chegaremos a uma solução", ponderou.
Um dos objetivos da coalizão é empurrar os governantes a tomar decisões mais ambiciosas na COP 21. O empresário julga fundamental a participação de governos, empresas e sociedade civil no desafio do clima. Porém, defende que só um direcionamento claro por parte dos governantes permitiria criar um ambiente institucional e regulatório propício para a inovação empresarial.
Sem empresas, diz Leal, não há inovação dos processos de produção, mas sem a sinalização do Estado, não tem "framework" que estimule a transformação nas empresas. "E na base disso tudo, está a postura dos indivíduos que vão construir esses coletivos", sublinha.
Mas não é só o a COP21 que precisa de um empurrãozinho não. Segundo o empresário, o Brasil vive uma crise de imobilidade.
"Neste momento, eu diria que o Brasil precisa encontrar uma receita para avançar. Se dependermos apenas do Congresso, isso vai demorar. A sociedade precisa empurrar a classe política e desenhar caminhos para podermos avançar. Fazer ajuste fiscal, todo mundo sabe que é preciso, mas para onde vamos depois disso? Qual é a visão de país que queremos?", indaga.
"É o país do esperto, em que uma pessoa tira vantagem da outra, ou é um país construído coletivamente? Eu continuou otimista em relação às possibilidade e capacidades que temos para construir um mundo melhor", concluiu Leal.