Purina desenvolve ração de jabuticaba para cães no Brasil
A empresa passou os últimos dois anos desenvolvendo uma ração para provar que os cachorros brasileiros são diferentes dos americanos
Da Redação
Publicado em 29 de maio de 2014 às 14h54.
Londres - Os cachorros brasileiros são diferentes dos caninos da Grã-Bretanha ou dos EUA, diz a Purina. A empresa passou os últimos dois anos desenvolvendo uma ração para provar sua tese.
Cerca de metade dos lares brasileiros tem um cachorro, mais do que qualquer outro país, segundo a empresa de monitoramento de dados Euromonitor.
Outro ponto é que as vendas de alimentos para bichos de estimação no país subiram 10 por cento no ano passado, para US$ 5,6 bilhões, ficando atrás apenas dos EUA e do Reino Unido no mercado mundial, que movimenta US$ 71 bilhões.
Entende-se que há um maior crescimento a buscar, já que apenas metade das calorias que os cães brasileiros consomem vem de rações compradas em lojas, contra mais de 80 por cento nos EUA e na Europa.
Para combater o crescimento lento em divisões como a de alimentos congelados e eliminar a diferença em relação à líder de mercado Mars Inc. na zona premium do mercado de alimentos para bichos de estimação, que é de crescimento mais rápido, a Purina, da Nestlé SA, lançou em abril a marca Revena, um investimento de vários milhões de dólares e seu primeiro alimento para animais criado especificamente para um país em desenvolvimento.
Com frutas locais como a jabuticaba, rica em antioxidantes, o Revena é “verdadeiramente brasileiro”, disse o presidente da Purina para a América Latina, Fernando Merce.
“Os consumidores nos disseram que eles queriam algo que expressasse uma espécie de brasilidade -- o espírito de ser brasileiro”, disse Merce, que tem dois cachorros em casa, um Labrador (Cricket) e um Coton de Tulear (Ollie). “Não havia uma marca que capturasse isso”.
Maior empresa de alimentos do mundo, a Nestlé busca sucesso com o Revena em um momento em que se apoia mais em sua unidade de cuidado com animais, que movimenta US$ 12,6 bilhões, pois o crescimento das outras divisões desacelerou.
As vendas de produtos de cuidados com animais, excluindo o impacto de oscilações cambiais e aquisições, subiram 6,8 por cento no ano passado e tiveram um incremento de mais de 10 por cento em mercados emergentes.
Ainda assim, a Purina fica atrás da empresa de capital fechado Mars, que em abril comprou três marcas de alimentos para pets da Procter Gamble Co. por US$ 2,9 bilhões para sustentar sua liderança global.
Essência brasileira
Para criar o Revena a Purina perguntou aos brasileiros que qualidades importavam para eles nos alimentos para cães, reunindo uma lista de 50 ingredientes potenciais.
A maioria foi abandonada: o guaraná, por exemplo, tem muita cafeína. A Purina se decidiu pela acerola e pela jabuticaba, frutas nativas da região, juntamente com arroz integral e proteínas animais.
Depois vieram vários meses de testes de alimentação que mediram de tudo, desde o odor e o volume das fezes até mudanças sutis na pelagem dos cães.
O resultado são seis variedades de alimentos para cães que Merce, da Purina, diz que “capturam a essência” do Brasil.
Para os casos em que o dono de cachorro não consegue entender isso, Merce contratou até 2.000 representantes de vendas, chamados “especialistas em prateleiras”, para falarem sobre a marca em pet shops e clínicas para animais em todo o país.
Um saco de 15 quilos custa R$ 129 (US$ 58) e a Purina, pela primeira vez, está oferecendo ao consumidor a garantia de ter o dinheiro de volta.
Cachorros pequenos
A Mars não possui planos de desenvolver uma marca específica para o Brasil, diz Carlos Dieppa, gerente-geral da unidade brasileira de cuidados com animais.
A Royal Canin oferece mais de 100 variedades baseadas na raça, no tamanho, na idade e nas necessidades nutricionais do animal e no ano passado lançou uma mistura só para cães bem pequenos, populares no Brasil.
A companhia tem três fábricas de alimentos para animais de estimação no Brasil e abrirá mais uma no início de 2016.
“O cachorro é o mesmo no Reino Unido, nos EUA e na América Latina”, disse Dieppa, por telefone. “Não se trata de usar um ingrediente local. Nós nos concentramos no que é melhor para o cachorro, mesmo que os nossos marqueteiros não gostem dessa abordagem cuidadosa”.
Merce, da Purina, enxerga a questão de forma diferente. Para ele, colocar os cães de todos os países na mesma cesta é “uma visão chata do mundo”.
Londres - Os cachorros brasileiros são diferentes dos caninos da Grã-Bretanha ou dos EUA, diz a Purina. A empresa passou os últimos dois anos desenvolvendo uma ração para provar sua tese.
Cerca de metade dos lares brasileiros tem um cachorro, mais do que qualquer outro país, segundo a empresa de monitoramento de dados Euromonitor.
Outro ponto é que as vendas de alimentos para bichos de estimação no país subiram 10 por cento no ano passado, para US$ 5,6 bilhões, ficando atrás apenas dos EUA e do Reino Unido no mercado mundial, que movimenta US$ 71 bilhões.
Entende-se que há um maior crescimento a buscar, já que apenas metade das calorias que os cães brasileiros consomem vem de rações compradas em lojas, contra mais de 80 por cento nos EUA e na Europa.
Para combater o crescimento lento em divisões como a de alimentos congelados e eliminar a diferença em relação à líder de mercado Mars Inc. na zona premium do mercado de alimentos para bichos de estimação, que é de crescimento mais rápido, a Purina, da Nestlé SA, lançou em abril a marca Revena, um investimento de vários milhões de dólares e seu primeiro alimento para animais criado especificamente para um país em desenvolvimento.
Com frutas locais como a jabuticaba, rica em antioxidantes, o Revena é “verdadeiramente brasileiro”, disse o presidente da Purina para a América Latina, Fernando Merce.
“Os consumidores nos disseram que eles queriam algo que expressasse uma espécie de brasilidade -- o espírito de ser brasileiro”, disse Merce, que tem dois cachorros em casa, um Labrador (Cricket) e um Coton de Tulear (Ollie). “Não havia uma marca que capturasse isso”.
Maior empresa de alimentos do mundo, a Nestlé busca sucesso com o Revena em um momento em que se apoia mais em sua unidade de cuidado com animais, que movimenta US$ 12,6 bilhões, pois o crescimento das outras divisões desacelerou.
As vendas de produtos de cuidados com animais, excluindo o impacto de oscilações cambiais e aquisições, subiram 6,8 por cento no ano passado e tiveram um incremento de mais de 10 por cento em mercados emergentes.
Ainda assim, a Purina fica atrás da empresa de capital fechado Mars, que em abril comprou três marcas de alimentos para pets da Procter Gamble Co. por US$ 2,9 bilhões para sustentar sua liderança global.
Essência brasileira
Para criar o Revena a Purina perguntou aos brasileiros que qualidades importavam para eles nos alimentos para cães, reunindo uma lista de 50 ingredientes potenciais.
A maioria foi abandonada: o guaraná, por exemplo, tem muita cafeína. A Purina se decidiu pela acerola e pela jabuticaba, frutas nativas da região, juntamente com arroz integral e proteínas animais.
Depois vieram vários meses de testes de alimentação que mediram de tudo, desde o odor e o volume das fezes até mudanças sutis na pelagem dos cães.
O resultado são seis variedades de alimentos para cães que Merce, da Purina, diz que “capturam a essência” do Brasil.
Para os casos em que o dono de cachorro não consegue entender isso, Merce contratou até 2.000 representantes de vendas, chamados “especialistas em prateleiras”, para falarem sobre a marca em pet shops e clínicas para animais em todo o país.
Um saco de 15 quilos custa R$ 129 (US$ 58) e a Purina, pela primeira vez, está oferecendo ao consumidor a garantia de ter o dinheiro de volta.
Cachorros pequenos
A Mars não possui planos de desenvolver uma marca específica para o Brasil, diz Carlos Dieppa, gerente-geral da unidade brasileira de cuidados com animais.
A Royal Canin oferece mais de 100 variedades baseadas na raça, no tamanho, na idade e nas necessidades nutricionais do animal e no ano passado lançou uma mistura só para cães bem pequenos, populares no Brasil.
A companhia tem três fábricas de alimentos para animais de estimação no Brasil e abrirá mais uma no início de 2016.
“O cachorro é o mesmo no Reino Unido, nos EUA e na América Latina”, disse Dieppa, por telefone. “Não se trata de usar um ingrediente local. Nós nos concentramos no que é melhor para o cachorro, mesmo que os nossos marqueteiros não gostem dessa abordagem cuidadosa”.
Merce, da Purina, enxerga a questão de forma diferente. Para ele, colocar os cães de todos os países na mesma cesta é “uma visão chata do mundo”.