Primeira semana de Eike na prisão foi 'na humildade'
O empresário não recebeu nenhuma visita, apesar de familiares poderem requisitar o direito, e comeu quentinha servida pela penitenciária
Estadão Conteúdo
Publicado em 5 de fevereiro de 2017 às 10h10.
Última atualização em 5 de fevereiro de 2017 às 10h10.
Rio de Janeiro -- A primeira semana de Eike Batista na Cadeia Pública Bandeira Stampa, conhecida como Bangu 9, transcorreu "na humildade". E também na solidão. O empresário não recebeu nenhuma visita, apesar de familiares poderem requisitar o direito. "Ele não quer destoar. Está humildezinho, frequenta o banho de sol, come a comida dos demais presos", diz um agente.
Eike se alimentou com as quentinhas servidas pela Secretaria de Administração Penitenciária. O cardápio anda minguado. Com a crise do Estado , que deve R$ 200 milhões aos fornecedores de refeições dos presídios, carne e frango são raros. Durante a semana, presos receberam salsicha, almôndega e moela com arroz, feijão e farofa, ou macarrão com feijão. Eike contou ainda com a solidariedade dos colegas de cela, com quem dividiu alimentos levados por suas famílias.
Ele está preso na cela 12, com outros dois investigados na Lava Jato . Wagner Jordão Garcia, preso na Operação Calicute, é ex-assessor do governador Sérgio Cabral . O outro é o doleiro Álvaro Novis, sócio na Corretora Goya.
Na cela de 15 metros quadrados, com dois beliches, o empresário ocupa uma das camas superiores. Suas roupas estão numa sacola de plástico. O travesseiro que trouxe dos Estados Unidos fica sobre sua cama.
O Ministério Público Estadual (MPE) intensificou as visitas às penitenciárias, por causa de rumores de que presos da Lava Jato teriam recebido favorecimentos, o que não foi comprovado, segundo a coordenadora do Centro de Apoio de Operação da Vara de Execuções Penais, Andrezza Cançado.
Turma do Cabral
Em Bangu 9 estão milicianos, ex-PMs e ex-policiais civis. De acordo com um agente, há um clima de tensão entre milicianos e os presos da Lava Jato. "Eles não gostam da 'turma do Cabral'. Ninguém se mistura", afirmou.
A promotora Andrezza disse que não recebeu denúncias sobre esse clima. "Pode ser que os presos da Lava Jato sejam chamados de 'a turma do Cabral', mas não significa hostilidade."