Presidente do Casino se encontra com BNDES
CEO do grupo francês, Jean-Charles Naouri, reuniu-se com o presidente do banco, Luciano Coutinho, para expor os motivos pelos quais discorda da operação do Pão de Açúcar
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2013 às 14h50.
Rio de Janeiro - Terminou por volta das 20h desta segunda-feira a reunião entre os presidentes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, e da varejista francesa Casino, Jean Charles Naouri. A conversa durou menos de um hora. O site de VEJA apurou que Naouri – que também é sócio majoritário do grupo francês – veio ao país expor ao BNDES as razões pelas quais discorda da proposta do empresário Abílio Diniz para a união dos ativos de sua controlada no país, o Grupo Pão de Açúcar, com a unidade brasileira do Carrefour. “Ele já deixou muito claro que discorda da operação e veio ao Rio de Janeiro para essa reunião apenas por uma questão de delicadeza, de respeito ao país”, afirmou uma fonte do Casino.
Em contatos anteriores com Diniz e com o banco BTG Pactual, o BNDES condicionou sua entrada no negócio à posterior montagem de um acordo de acionistas que não coloque em risco a manutenção do controle nacional da companhia.
Desta maneira, a aprovação do aporte de até 4,5 bilhões de reais, em análise no banco, só prosseguirá se forem criadas cláusulas que dificultem a possibilidade de o empresário Abilio Diniz vender sua participação na nova empresa mais à frente, como fez com o grupo francês Casino em 2005.
Arbitragem – Pela manhã, o Casino – que tem 43% do capital social do Pão de Açúcar – reafirmou sua posição contrária ao negócio proposto por Diniz em um comunicado em que chama a operação de “hostil” e “ilegal”. O grupo francês também informou que entrou, na última sexta-feira, com uma nova solicitação de arbitragem na Câmara Internacional de Comércio contra o empresário brasileiro. Trata-se do segundo pedido realizado pela empresa.
Desdobramentos – A recusa de Naouri em aceitar proposta de Abílio Diniz, se confirmada, abriria caminho para que o BNDES desistisse de financiar a operação. Diante da repercussão negativa do uso de recursos públicos para apoiar um negócio inteiramente privado, o banco estatal tem reiterado que não participará de uma transação em que haja litígio entre acionistas.
Analistas de mercado ouvidos pelo site de VEJA concordam que o empresário Abílio Diniz não teria dificuldade para captar recursos no mercado financeiro caso o BNDES decidisse desistir da operação. Isso não significaria, contudo, que o caminho de Diniz estará livre para tocar seu projeto.
Os acionistas do Casino precisam aprovar a proposta dentro de duas semanas. A mando de Naouri, o grupo controlador tem adquirido ações preferenciais do Pão de Açúcar no mercado doméstico a preços relativamente altos. A intenção é expandir sua participação no capital social total, hoje em 43%.
Com mais ações, o executivo pretende ficar em posição fortalecida tanto para tentar vetar a operação quanto para – em caso de ter sua iniciativa derrubada pelos outros acionistas – impor um prêmio elevado pelo fato de ter de abrir mão da varejista. O Casino passaria a ter controle integral sobre a varejista a partir de 2012.
Rio de Janeiro - Terminou por volta das 20h desta segunda-feira a reunião entre os presidentes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, e da varejista francesa Casino, Jean Charles Naouri. A conversa durou menos de um hora. O site de VEJA apurou que Naouri – que também é sócio majoritário do grupo francês – veio ao país expor ao BNDES as razões pelas quais discorda da proposta do empresário Abílio Diniz para a união dos ativos de sua controlada no país, o Grupo Pão de Açúcar, com a unidade brasileira do Carrefour. “Ele já deixou muito claro que discorda da operação e veio ao Rio de Janeiro para essa reunião apenas por uma questão de delicadeza, de respeito ao país”, afirmou uma fonte do Casino.
Em contatos anteriores com Diniz e com o banco BTG Pactual, o BNDES condicionou sua entrada no negócio à posterior montagem de um acordo de acionistas que não coloque em risco a manutenção do controle nacional da companhia.
Desta maneira, a aprovação do aporte de até 4,5 bilhões de reais, em análise no banco, só prosseguirá se forem criadas cláusulas que dificultem a possibilidade de o empresário Abilio Diniz vender sua participação na nova empresa mais à frente, como fez com o grupo francês Casino em 2005.
Arbitragem – Pela manhã, o Casino – que tem 43% do capital social do Pão de Açúcar – reafirmou sua posição contrária ao negócio proposto por Diniz em um comunicado em que chama a operação de “hostil” e “ilegal”. O grupo francês também informou que entrou, na última sexta-feira, com uma nova solicitação de arbitragem na Câmara Internacional de Comércio contra o empresário brasileiro. Trata-se do segundo pedido realizado pela empresa.
Desdobramentos – A recusa de Naouri em aceitar proposta de Abílio Diniz, se confirmada, abriria caminho para que o BNDES desistisse de financiar a operação. Diante da repercussão negativa do uso de recursos públicos para apoiar um negócio inteiramente privado, o banco estatal tem reiterado que não participará de uma transação em que haja litígio entre acionistas.
Analistas de mercado ouvidos pelo site de VEJA concordam que o empresário Abílio Diniz não teria dificuldade para captar recursos no mercado financeiro caso o BNDES decidisse desistir da operação. Isso não significaria, contudo, que o caminho de Diniz estará livre para tocar seu projeto.
Os acionistas do Casino precisam aprovar a proposta dentro de duas semanas. A mando de Naouri, o grupo controlador tem adquirido ações preferenciais do Pão de Açúcar no mercado doméstico a preços relativamente altos. A intenção é expandir sua participação no capital social total, hoje em 43%.
Com mais ações, o executivo pretende ficar em posição fortalecida tanto para tentar vetar a operação quanto para – em caso de ter sua iniciativa derrubada pelos outros acionistas – impor um prêmio elevado pelo fato de ter de abrir mão da varejista. O Casino passaria a ter controle integral sobre a varejista a partir de 2012.