Negócios

Preço de fertilizante sobe, mas ainda longe do nível de 2008

O tempo previsto para entrega de novos projetos de fertilizantes está entre três e cinco anos

Colheita de milho: seca nos Estados Unidos aumentou preço dos derivados fertilizantes (Divulgação/New Holland)

Colheita de milho: seca nos Estados Unidos aumentou preço dos derivados fertilizantes (Divulgação/New Holland)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de março de 2011 às 18h15.

Londres - Os preços dos fertilizantes aumentaram fortemente nos últimos meses, puxados pelos mercados globais de grãos, mas é improvável que alcancem as máximas de 2008, já que agora as indústrias estão mais preparadas para responder à crescente demanda.

"Eu penso que não vamos chegar nem perto daqueles números (das altas de 2008). Eu acho que foi uma exceção", disse o trader Calum Findlay, da Gleadell Agriculture, do Reino Unido, acrescentando que as fábricas estavam desprevenidas para o aumento da demanda em 2008.

"Nós temos capacidade de produção que entrou em operação desde então, e tem mais para entrar", acrescentou.

Os preços de fertilizantes à base de nitrato de amônio subiram para cerca 300 dólares por tonelada, preço FOB para o Mar Negro, ante 181 dólares em junho de 2010, mas continuam tímidos diante da máxima atingida em agosto de 2008, de cerca de 500 dólares.

Analistas disseram que a capacidade foi elevada em resposta ao boom dos preços de 2006-2008. O tempo previsto para entrega de novos projetos de fertilizantes está entre três e cinco anos.

A oferta de uréia, por exemplo, está prevista para aumentar a 164,2 milhões de toneladas em 2011, 18 por cento acima das 139,1 milhões de toneladas de 2007, segundo estimativas da Associação Internacional da Indústria de Fertilizantes.

"Apesar da expectativa de que os preços dos fertilizantes permaneçam altos comparados aos valores históricos, é improvável que revisitem as máximas atingidas dois anos atrás", disse Andrew Prince, analista da CRU.

A severa seca que atingiu a Rússia e o aumento da demanda dos produtores de biocombustíveis, particularmente nos Estados Unidos, fizeram os preços do milho norte-americano mais que dobrar desde junho de 2010.

Os preços atingiram picos de 7,35 dólares por bushel no início do mês, o maior valor pago no primeiro contrato desde o verão de 2008 no Hemisfério Norte, quando atingiu recorde de 7,65 dólares por bushel.

"Os preços dos grãos aumentaram em junho e o mercado global de nitrogênio acompanhou", disse Ken Bowler, diretor da líder de fertilizantes do Reino Unido, GrowHow, joint venture que pertence à Yara e a CF Industries.

Os altos preços encorajam produtores a utilizarem mais insumos, como fertilizantes, para impulsionar o rendimento.

Ainda assim, analistas e produtores vêem espaço apenas para ganhos limitados nos preços dos fertilizantes este ano.

"A queda sazonal da demanda até meados de 2011 deve trazer certo alívio ao aperto do mercado", disse Prince.

O comércio de fertilizantes é mais ativo durante o inverno do hemisfério norte e a demanda geralmente cai no verão.

"Os preços que vemos em 2011 são relativamente estáveis durante a primeira metade do ano, depois começam a subir novamente, à medida que o fim do ano se aproxima", disse Bowler.

Acompanhe tudo sobre:AgronegócioCrescimento econômicoDesenvolvimento econômicoIndústriaIndústrias em geralTrigo

Mais de Negócios

15 franquias baratas a partir de R$ 300 para quem quer deixar de ser CLT em 2025

De ex-condenado a bilionário: como ele construiu uma fortuna de US$ 8 bi vendendo carros usados

Como a mulher mais rica do mundo gasta sua fortuna de R$ 522 bilhões

Ele saiu do zero, superou o burnout e hoje faz R$ 500 milhões com tecnologia