Porto Sudeste deverá entrar em operação em agosto
O funcionamento acontecerá com dois anos de atraso
Da Redação
Publicado em 28 de fevereiro de 2014 às 07h54.
Rio - A mineradora MMX concluiu na quinta-feira, 27, a venda do Porto Sudeste, em Itaguaí (RJ), para o consórcio formado pela Impala, divisão da trading holandesa Trafigura, e o Mubadala, fundo soberano de Abu Dhabi.
Os novos sócios terão 65% do empreendimento, no qual vão aportar US$ 400 milhões. A previsão é que o porto entre em operação em agosto, com cerca de dois anos de atraso. O negócio sela a saída de Eike Batista do controle de mais um dos ativos do antigo império X.
Com foco em minério de ferro, o Sudeste é uma janela para a exportação de mineradoras da região de Serra Azul, em Minas Gerais. A projeção é que sete milhões de toneladas sejam escoadas pelo complexo em 2014. No ano que vem serão 36 milhões de toneladas e, em 2016, o porto deverá atingir a plena capacidade: 50 milhões de toneladas.
O consórcio negocia contratos de compra de minério com 15 pequenos e médios produtores. Representante da Trafigura no conselho da Porto Sudeste do Brasil, Mariano Marcondes Ferraz lembra que muitas mineradoras com ativos em Minas têm planos de expansão, entre as quais Ferrous, Gerdau e Usiminas.
Atualmente o porto tem contratos com Usiminas (até 12 milhões de toneladas/ano) e MMX (sete milhões de toneladas).
Para viabilizar a operação do porto, o consórcio também está mapeando ativos no setor de mineração. A ideia é adquirir participação em uma ou mais mineradoras, ou financiar a expansão dessas companhias. A contrapartida seria um contrato exclusivo de compra desse minério novo. A MMX, porém, não está no radar.
A fatia da mineradora na Porto Sudeste será de 35%, podendo chegar a 42,5%. A empresa terá direito a um assento no conselho e nada impede que Eike Batista o assuma. O Eike é um sócio, mas não tem participação direta na gestão da empresa, frisou Ferraz. Trafigura e Mubadala dividirão as outras seis vagas.
O executivo Eugenio Mamede - ex -Zamin e Vale - é o novo diretor geral das operações do Superporto Sudeste, apelidado de PortCo. Caberá a ele tocar o dia a dia e o fim das obras, 75% concluídas. O investimento total na primeira fase do projeto é de R$ 4 bilhões, o que inclui os US$ 400 milhões dos novos sócios.
Dívida
Terminadas as negociações, a Porto Sudeste do Brasil ficou com dívida de US$ 1,2 bilhão. Além de US$ 640 milhões do porto, assumiu US$ 540 milhões em obrigações da mina da MMX, que fica livre de dívidas. Os novos donos renegociaram também dívidas com bancos. O BNDES tinha contratado R$ 1,8 bilhão em financiamentos para a MMX Porto do Sudeste.
Parte está em fase de desembolso, mas R$ 934 milhões fechados em 2012 não foram liberados. O Bradesco repassará boa parte desses recursos.
Agora, com a conclusão da operação entre MMX e Mubadala/Trafigura, os empréstimos poderão ser assumidos pelos novos parceiros, com prazos estendidos. Procurado, o BNDES não comentou o assunto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Rio - A mineradora MMX concluiu na quinta-feira, 27, a venda do Porto Sudeste, em Itaguaí (RJ), para o consórcio formado pela Impala, divisão da trading holandesa Trafigura, e o Mubadala, fundo soberano de Abu Dhabi.
Os novos sócios terão 65% do empreendimento, no qual vão aportar US$ 400 milhões. A previsão é que o porto entre em operação em agosto, com cerca de dois anos de atraso. O negócio sela a saída de Eike Batista do controle de mais um dos ativos do antigo império X.
Com foco em minério de ferro, o Sudeste é uma janela para a exportação de mineradoras da região de Serra Azul, em Minas Gerais. A projeção é que sete milhões de toneladas sejam escoadas pelo complexo em 2014. No ano que vem serão 36 milhões de toneladas e, em 2016, o porto deverá atingir a plena capacidade: 50 milhões de toneladas.
O consórcio negocia contratos de compra de minério com 15 pequenos e médios produtores. Representante da Trafigura no conselho da Porto Sudeste do Brasil, Mariano Marcondes Ferraz lembra que muitas mineradoras com ativos em Minas têm planos de expansão, entre as quais Ferrous, Gerdau e Usiminas.
Atualmente o porto tem contratos com Usiminas (até 12 milhões de toneladas/ano) e MMX (sete milhões de toneladas).
Para viabilizar a operação do porto, o consórcio também está mapeando ativos no setor de mineração. A ideia é adquirir participação em uma ou mais mineradoras, ou financiar a expansão dessas companhias. A contrapartida seria um contrato exclusivo de compra desse minério novo. A MMX, porém, não está no radar.
A fatia da mineradora na Porto Sudeste será de 35%, podendo chegar a 42,5%. A empresa terá direito a um assento no conselho e nada impede que Eike Batista o assuma. O Eike é um sócio, mas não tem participação direta na gestão da empresa, frisou Ferraz. Trafigura e Mubadala dividirão as outras seis vagas.
O executivo Eugenio Mamede - ex -Zamin e Vale - é o novo diretor geral das operações do Superporto Sudeste, apelidado de PortCo. Caberá a ele tocar o dia a dia e o fim das obras, 75% concluídas. O investimento total na primeira fase do projeto é de R$ 4 bilhões, o que inclui os US$ 400 milhões dos novos sócios.
Dívida
Terminadas as negociações, a Porto Sudeste do Brasil ficou com dívida de US$ 1,2 bilhão. Além de US$ 640 milhões do porto, assumiu US$ 540 milhões em obrigações da mina da MMX, que fica livre de dívidas. Os novos donos renegociaram também dívidas com bancos. O BNDES tinha contratado R$ 1,8 bilhão em financiamentos para a MMX Porto do Sudeste.
Parte está em fase de desembolso, mas R$ 934 milhões fechados em 2012 não foram liberados. O Bradesco repassará boa parte desses recursos.
Agora, com a conclusão da operação entre MMX e Mubadala/Trafigura, os empréstimos poderão ser assumidos pelos novos parceiros, com prazos estendidos. Procurado, o BNDES não comentou o assunto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.