Por que o prejuízo da GOL não é tão ruim assim
Apesar do prejuízo, outros números demonstram que a saúde financeira da companhia está em boas condições, como crescimento da receita e da margem
Karin Salomão
Publicado em 12 de novembro de 2014 às 16h46.
São Paulo – A GOL apresentou prejuízo de R$245,1 milhões no terceiro trimestre de 2014, ante prejuízo de 197 milhões um ano antes. Segundo a empresa, o resultado se deve principalmente à desvalorização do real e variação cambial .
“O real teve uma alta volatilidade do período”, afirmou o presidente da GOL, Paulo Kakinoff. A variação da moeda foi de 10% do período. Essa variação gerou um custo de R$270,5 milhões para a empresa.
Para demonstrar o impacto negativo do câmbio, a GOL fez uma simulação excluindo o efeito da variação cambial. Nesse cenário, a companhia aérea teria lucro de R$25,4 milhões no trimestre.
No entanto, “a volatilidade do câmbio impacta a companhia apenas contabilmente”, destaca Kakinoff, reafirmando que o valor mais importante para a empresa é a geração de caixa. Essa variação nas moedas, segundo ele, “não compromete a saúde financeira nem econômica da companhia, só tem impacto contábil”.
Outro fator que prejudicou a companhia foi a redução do número de clientes corporativos, “refletindo o cenário econômico no Brasil e com reflexo da Copa do Mundo”, diz Kakinoff.
Crescimento
Apesar do prejuízo , outros números demonstram que a saúde financeira da companhia está em boas condições.
A companhia aérea alcançou um recorde de receita líquida. Nos últimos doze meses, a receita acumulada atingiu a marca de R$10 bilhões, crescimento de 20,6%. No trimestre, a receita líquida cresceu 10,4% no trimestre em relação ao mesmo período do ano passado, chegando a R$2,46 bilhões. A margem operacional cresceu de 1,7% para 6,2% no trimestre.
O número de passageiros cresceu 11% nos nove primeiros meses de 2014 em relação ao mesmo período do ano passado. Foram mais de 26 milhões de passageiros nos nove primeiros meses de 2014.
No trimestre, a receita internacional correspondeu a 11% do total. No trimestre anterior, essa fatia era de 8,7%.
Isso foi possível graças aos novos voos para Santiago do Chile, Miami e Punta Cana, além do crescimento da taxa de ocupação, de 60,7% para 70,4%. “A meta é que as receitas internacionais cheguem a 16% das receitas totais até 2016”, afirmou Paulo Kakinoff, presidente da GOL.
A taxa de ocupação cresceu quase 8 pontos porcentuais nos nove primeiros meses, chegando a 77%. “O ganho da eficiência foi um fator importante na recuperação de resultado”, diz Kakinoff. Como comparação, a taxa de ocupação da indústria aumentou 4,2 pontos porcentuais, para 79,4%.
A receita líquida de “cargas e outros” atingiu R$ 272 milhões no trimestre, passando de 8% para 11% da receita líquida total.
“À medida que a GOL amplia a sua malha, acaba gerando novas oportunidades no segmento de cargas”, afirmou Kakinoff, o que leva ao crescimento do volume de receitas auxiliares. O transporte de carga, segundo ele, é inclusive importante na viabilização de novos voos.
A ampliação de receitas diversas também tem relação com as tarifas para assentos diferenciais. O serviço GOL+ Conforto, que foi ampliado para toda a frota, consiste na reserva dos assentos mais confortáveis das sete primeiras fileiras por uma taxa adicional, de R$ 20 a R$ 40.
Faturamento com voo: R$ 13,2 bilhões |
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Variação com relação a 2012: 9% |
Prejuízo: R$ 1,6 bilhão |
Variação com relação a 2012: 23,07% |
Despesas: R$ 9,4 bilhões |
Faturamento com voo: R$ 8,7 bilhões |
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Variação com relação a 2012: 22,8% |
Prejuízo: R$ 709, 7 milhões |
Variação com relação a 2012: -45,46% |
Despesas: R$ 5,5 bilhões |
Faturamento com voo: R$ 3,7 bilhões |
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Variação com relação a 2012: 48,3% |
Lucro: R$ 136,4 milhões |
Variação com relação a 2012*: Não se aplica |
Despesas: R$ 515 milhões |
Faturamento com voo: R$ 1,7 bilhão |
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Variação com relação a 2012: 36,1% |
Prejuízo: R$ 36,5 milhões |
Variação com relação a 2012: -65,72% |
Despesas: R$ 491 milhões |
Faturamento com voo: R$ 1,4 bilhão |
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Variação com relação a 2012: 30,5% |
Prejuízo: R$ 73,3 milhões |
Variação com relação a 2012: -69,07% |
Despesas: R$ 426 milhões |