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Por que o BTG recomenda a venda das ações do Nubank?

Fintech expandiu base de clientes em 57,8% no quarto trimestre e receita líquida triplicou na comparação anual

Nubank (Pavlo Gonchar/SOPA Images/LightRocket/Getty Images)
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Guilherme Guilherme

Publicado em 23 de fevereiro de 2022 às 15h08.

Última atualização em 23 de fevereiro de 2022 às 15h08.

Todo o crescimento apresentado pelo Nubank (NUBR33) em seu balanço do quarto trimestre não foi suficiente para convencer os analistas do BTG Pactual, que mantiveram a recomendação de venda das ações da fintech, após a divulgação do resultado na noite de terça-feira, 22.

O Nubank mais do que triplicou sua receita de 202,6 milhões para 635,9 milhões de dólares. A maior expansão ficou com a receita de juros e ganhos sobre instrumentos financeiros, que passou de 86,8 milhões, no quarto trimestre de 2020, para 439,5 milhões de dólares. A base de clientes no Brasil saltou 57,8% na comparação anual para 52,4 milhões. O aumento do número de clientes foi de 1.243%, no México, para 1,4 milhões. O número, segundo estimativa do Nubank, pode tê-lo colocado na primeira posição em emissão de cartões de crédito no país.

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A expansão da carteira de crédito, por sinal, foi um dos destaques do balanço, tendo alcançado 6,555 bilhões de dólares, após ter dobrado de tamanho no período de um ano. O cenário mais desafiador para a concessão e pagamentos de crédito, porém, é um dos principais riscos para a companhia, na visão de analistas do BTG Pactual.

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"Embora gostemos muito da história, continuamos a ver a avaliação como assimétrica em relação ao lado negativo, principalmente em um ciclo de crédito potencialmente deteriorado no Brasil", afirmaram em relatório. As provisões para perdas na carteira de crédito do Nubank saltou de 55,7 milhões para 199,6 milhões de dólares, acima do esperado por analistas do banco. Apesar do aumento de provisão, o BTG considera a qualidade do crédito "parece estar sob controle".

"Como a duração dos empréstimos do Nubank é curta, uma possível desaceleração deve desacelerar também a receita. Esse é um dos grandes pontos que nos mantêm mais receosos sobre a ação", disse Luiz Temporini, analista do BTG Pactual no programa Abertura de Mercado, da Exame Invest, desta quarta-feira, 23.

Para o analista, o atual preço das ações já incorpora expectativas de crescimento acentuadas para a companhia, limitando o potencial de alta para o ativo. "Temos recomendação de venda devido ao valuation e ao ciclo de crédito, que pode se deteriorar no Brasil, com o aumento da taxa de juros. Há uma assimetria mais para o lado negativo em relação ao que é precificado."

Nesta quarta-feira, 24, as ações do Nubank são negociados em queda de 9% na Bolsa de Nova York (NYSE), com investidores reagindo aos números do balanço. Os BDRs da companhia desabam 10% na B3. Apesar da forte desvalorização, os papéis da companhia chegaram a abrir em forte alta em ambos os mercados.

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