Por dentro do novo escritório da TAM em São Paulo
Por lá, quase ninguém tem mesa fixa e há 20% mais funcionários do que estações de trabalho. Conheça mais nas fotos
Luísa Melo
Publicado em 19 de agosto de 2015 às 06h00.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 14h35.
São Paulo - Com o objetivo de integrar áreas antes repartidas entre diversas unidades, a TAM inaugurou no mês passado um novo escritório em São Paulo.O espaço foi projetado para estimular a mobilidade. Assim, os funcionários não têm posições fixas e o ambiente é praticamente todo aberto, com pouquíssimas salas.Nas fotos, conheça mais sobre a nova estrutura.
O novo centro administrativo fica no bairro do Brooklin, próximo à sede da empresa, onde continua situada a presidência.Ele já reúne cerca de 1.500 profissionais dos setores de finanças e recursos humanos, compra de equipamentos, TI e inovação da companhia aérea brasileira, além de serviços integrados do grupo LATAM (originado após a fusão com a chilena LAN, em 2012). "Queremos juntar o maior número de pessoas possível", diz Cibele Castro, vice-presidente de RH da TAM. Segmentos técnicos, obviamente, seguem localizados nos hangares da companhia.
O escritório ocupa onze andares de um prédio comercial, uma área total de cerca de 12.000 metros quadrados. Lá, quase ninguém possui estações de trabalho fixas.
Os poucos funcionários com mesas fixas são de setores que necessitam de equipamentos robustos (como o de folha de pagamentos, na foto), os diretores de áreas e os vice-presidentes.
Os diretores ficam reunidos em um ambiente aberto, mas descolado do restante do time. Já os vice-presidentes são os únicos que ainda possuem salas fechadas com vidro transparente. No futuro, a ideia é unir todos os líderes em um único andar, conforme conta Cibele Castro, vice-presidente de RH da companhia.
Como o negócio da TAM exige que muitos funcionários viajem sempre, os escritórios raramente são frequentados todos os dias pelo time completo. Por esse motivo, a nova unidade foi desenhada para ter 20% menos estações de trabalho do que o número total de empregados. Se necessário, toda a equipe pode ser acomodada no local graças às salas de reunião e aos espaços de convivência.
Ainda que quase não haja estações de trabalho fixas, o escritório é organizado por setores chamados de "vizinhanças". Sem posições cativas nem gavetas, cada trabalhador possui um armário com chave para guardar seu laptop e pertences. Não é permitido deixar objetos pessoais sobre as mesas e, até todo mundo se adaptar, há um responsável por checar se nada foi esquecido de fora dos escaninhos no fim do dia. "Esse sistema reduz custos, melhora a comunicação e a integração entre as equipes e facilita as tomadas de decisão", diz Cibele Castro.
Por conta do ambiente aberto, há diversas salas compactas onde os funcionários podem ter privacidade para tratar de assuntos confidenciais e fazer pequenas reuniões. No início deste mês, o grupo LATAM anunciou sua nova logomarca. O escritório, porém, foi projetado antes da divulgação e ganhou adesivagem com os logos antigos da TAM e da LAN.
A própria recepção de cada andar é comumente usada para despachos, segundo a empresa.
Há também cabines que podem ser usadas como estações de trabalho ou espaços de convivência. "Assim conseguimos uma cultura mais leve, flexível e transparente", comenta Cibele.
Não há nem mesmo baias divisórias altas. O que separa os funcionários é uma lousa, que pode ser usada para lembretes e recados. As cadeiras possuem rodinhas e podem ser arrastadas para qualquer lugar e também não há cestos de lixo individuais. A ideia é compartilhar tudo o que for possível. "A organização ultrapassa a estética. É um sistema de gestão", afirma Cibele.
Em breve, um dos andares do escritório vai abrigar uma lanchonete. O serviço ainda está sendo contratado. Haverá também um ambiente para armazenar refeições trazidas de casa. Por enquanto, os funcionários estão utilizando os dois "terraços" que existem em cada andar para promover lanches coletivos e confraternizações. Esses espaços, que já contam com máquinas de café, também vão ter maquininhas de venda de produtos no futuro.
A mudança dos funcionários foi feita de forma gradual e levou cerca de um mês para ser completada. Durante a reforma, a TAM organizou visitas ao novo escritório. Quem quisesse participar, precisava se inscrever. Para disseminar a nova cultura, a empresa contou com os "embaixadores da mudança". Eram funcionários escolhidos pelo RH que, desde o início do ano, ficaram responsáveis por levar informações (e colher dúvidas) ao restante da equipe.
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