Por dentro da Kimberly-Clark, fabricante do Neve e Intimus
Exame.com vistou a fábrica da multinacional em Mogi das Cruzes e o seu escritório em São Paulo. Conheça a estrutura e curiosidades da empresa nas fotos
Luísa Melo
Publicado em 13 de novembro de 2014 às 08h11.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 14h58.
São Paulo - Talvez você não conheça o nome Kimberly-Clark , mas muito provavelmente já ouviu falar do papel higiênico Neve, dos absorventes Intimus ou das fraldas Huggies. Todos esses produtos são fabricados pela multinacional. Ela é dona de 6 marcas de artigos de higiene e produz ainda uma extensa linha de produtos para empresas como toalhas de mão, sabonetes e desodorizadores. A companhia está no Brasil há 18 anos e tem cerca de 5 mil funcionários por aqui. No mundo todo, eles são aproximadamente 54.000. Seu diferencial, segundo ela própria, é dar muitas ferramentas de desenvolvimento aos funcionários, como oportunidades de mudar de carreira internamente, cursos de especialização, possibilidade de expatriação e incentivo à graduação e estudo de idiomas. "A K-C não é a melhor pagadora do mercado, só para os profissionais excepcionais. Mas atraímos nossos colaboradores pela cultura. Ninguém aqui é só um número", diz Sérgio Nogueira, diretor de RH da companhia. EXAME.com visitou o escritório da empresa, em São Paulo, e uma de suas fábricas, em Mogi das Cruzes, na grande São Paulo. Nas fotos, conheça mais sobre ela:
Na unidade de Mogi das Cruzes são fabricados o papel higiênico Neve e também outros papéis fornecidos a empresas (produtos KPC, como são batizados). A K-C também tem plantas em Suzano (SP), Eldorado do Sul (RS), Correia Pinto (SC) e Camaçari (BA).
A fábrica ocupa 273.337 metros quadrados, sendo 54.324 de área construída. Há ainda, no local, uma Área de Preservação Permanente de 92.800 metros quadarados, que fica às margens do rio Tietê.
No local, trabalham cerca de 580 funcionários e 300 trabalhadores terceirizados. Na foto, eles fazem ginástica laboral.
Para entrar na área de fabricação, todos os funcionários precisam se higienizar e colocar touca e luvas, para garantir que o produto não será contaminado. Além disso, é preciso usar equipamentos de proteção indivudual como óculos, botas e protetetor de ouvido. Não foi possível fotografar a linha de produção por conta da confidencialidade do processo.
Na unidade, há um prédio dedicado exclusivamente para treinamentos. No ano passado, 30.000 horas de cursos foram ministrados na planta, um investimento de 250 mil reais, de acordo com a companhia.
Na foto, funcionários são treinados para ser voltuntários do projeto "K-C Cultiva", pelo qual a empresa "adota" escolas da região de Moji das Cruzes. Funcionários voluntários vão até esses centros de ensino e palestram sobre temas como sustentabilidade, agricultura, drogas e gravidez na adolescência. Para os alunos do último ano do Ensino Médio, são dadas orientações de carreira.
Como parte desse projeto, duas vezes por ano, alunos das escolas visitam a empresa para aprender sobre a fabricação dos produtos da companhia, observar a mata preservada e aprender sobre reciclagem e agricultura. Na foto, o quiosque onde as "aulas" são ministradas.
Ao final da visita, os alunos aprendem a cultivar uma horta (foto).
Há 8 anos, a Kimberly-Clark possui um programa de inovação chamado "Caçadores de Oportunidades". Por meio dele, funcionários podem sugerir melhorias e novidades. As sugestões, inscritas em fichas, são avaliadas por gestores e, quando viáveis, colocadas em prática. Se a ideia funcionar e gerar economia para a empresa, 5% do valor economizado em um ano é entregue seu inventor.Além disso, a cada 3 milhões de reais poupados, um carro no valor de 50.000 é doado para os autores das melhores inovações, escolhidas por um comitê de gestão da fábrica. Até hoje, 10 desses ciclos foram fechados, segundo a empresa.
No total, 3.100 sugestões já foram feitas e 779 implantadas. Com isso, mais de 1.000 funcionários já receberam prêmios, que totalizaram 1,25 milhões de reais. Com as melhorias, foram economizados, ao todo, 47 milhões de reais, de acordo com a companhia.
A Kimberly-Clark em Moji das Cruzes capta água diretamente do Rio Tietê e a trata antes de ela ser devolvida. No ano passado, cerca de 58.000 metros cúbicos foram retirados, dos quais 55% foram recirculados, segundo a empresa.
Segundo a Kimberly-Clark, cerca de 70% da água usada na fábrica é de reuso. No passado, o lago que existe ali e abriga muitos peixes, era usado como instrumento para verificar a qualidade dessa água. Hoje, a empresa utiliza outros mecanismos de teste e o local se tornou um ponto para relaxar nos horários de folga do trabalho.
O "Espaço Integrar" é a área de decompressão da fábrica. Lá os funcionários podem jogar sinuca, pebolim ou ping-pong durante as folgas. Após o almoço, por exemplo, o ambiente fica lotado.
Para os menos agitados, é possível também tirar uma soneca.
Além disso, o local oferece internet gratuita para os trabalhadores.
A pedido das funcionárias, a empresa criou também o "Espaço Mulher", um ambiente com televisão, café e área de descanso, bem diferente da área agitada dos jogos, majoritariamente frequentada pelos homens.
A fábrica de Mogi das Cruzes possui um restaurante interno. Lá, são servidos em média 1.180 refeições, incluindo o desjejum.
Os funcionários da planta trabalham sob um sistema de "gestão semiautônoma". Assim, eles próprios são responsáveis por se inscrever em treinamentos e se candidatar a vagas de oportunidades internas, por exemplo. Na foto, trabalhadores almoçam.
O escritório da Kimberly-Clark fica na região da Faria Lima, em São Paulo, desde 2004. Ele ocupa uma área de quase 4.800 metros quadrados, distribuídos entre três andares. Lá, trabalham cerca de 780 pessoas.
Em geral, o ambiente é aberto e os nem mesmo os gestores têm salas, eles ficam separados da equipe apenas por uma baia de vidro (ao fundo).
Somente o departamento jurídico é totalmente fechado com vidro, por tratar de assuntos confidenciais.
Na área de vendas, porém, as baias divisórias são mais altas para que os funcionários, que passam praticamente todo o tempo no telefone, não incomodem uns aos outros.
Na empresa, o cafezinho é gratuito. Por mês, são servidas em média 6.500 doses de bebidas nas máquinas.
Há no local 30 salas de reunião. Elas levam os nomes de produtos fabricados pela K-C.
Já a sala de treinamento, diferente das demais, conta com diversos produtos do portfólio da empresa afixados nas paredes.
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