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Polícia Civil conclui inquérito da Cervejaria Backer e revela contaminação

A investigação afirma que a contaminação das vítimas coincide com o período da Black Friday, em novembro do ano passado; 11 pessoas foram indiciadas

Cerveja Belorizontina, da Becker (Washington Alves/Reuters)
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Juliana Estigarribia

Publicado em 9 de junho de 2020 às 11h03.

Última atualização em 9 de junho de 2020 às 11h44.

A Polícia Civil de Minas Gerais informou nesta terça-feira, 09, que concluiu o inquérito sobre o caso da Cervejaria Backer. Segundo a investigação, ficou comprovada a contaminação na fábrica e de lotes de cervejas da marca, com substâncias tóxicas que podem levar a óbito. Com isso, 11 pessoas foram indiciadas por homicídio culposo, quando não há intenção de matar.

Uma parte dos indiciados também responderá por homicídio doloso, quando há intenção de matar, por não ter atendido ao pedido de recall dos produtos contaminados.

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As vítimas - 42 ao todo, das quais 7 morreram (segundo inquérito da Polícia) - apresentaram sintomas de intoxicação pormonoetilenoglicol edietilenoglicol. Esta última foi encontrada em amostras de cervejas Backer analisadas por peritos da Polícia Civil de Minas Gerais.

Tóxico, o dietilenoglicol costuma ser usado em sistemas de refrigeração, devido a suas propriedades anticongelantes. "Nós encontramos vazamento dedietilenoglicol dentro da fábrica já em 2018, comprovadamente", disse afirma o inquérito.

Em um dos lotes antigos de cerveja da Backer, já havia contaminação por dietilenoglicol, informou a Polícia Civil.  "O lote matriz comprova quimicamente que existiam contaminações anteriores."

A Polícia disse ainda que detectou nível alto de contaminação pela vítimas no período da Black Friday, em novembro do ano passado.

A Backer responderá por negligência, uma vez que a contaminação teria sido acidental. Porém, segundo o órgão público, é dever da empresa "garantir a segurança do produto".

Em última nota oficial publicada pelo Ministério da Agricultura, no final do mês de abril, a pasta informou que a cervejaria Backer seguirá interditada "até que seja possível afirmar que não há riscos para a produção de cervejas no local."

Ainda segundo a nota, os lacres dos tanques foram retirados à época para que os produtos em que não foram detectados contaminantes tivessem liberação, a pedido da empresa, para destilar a cerveja a fim de obter álcool.

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