Petrobras deve mostrar que deixou mau tempo para trás
Empresa divulga nesta quarta-feira após o fechamento do mercado seus resultados do quarto trimestre e consolidado de 2017
Da Redação
Publicado em 27 de fevereiro de 2019 às 06h53.
Última atualização em 27 de fevereiro de 2019 às 07h06.
Depois de anos quatro anos de prejuízos, a Petrobras parece ter realmente deixado o mau tempo para trás em 2018. A expectativa de analistas ouvidos pela Bloomberg é de que a petroleira lucre cerca de 34 bilhões de reais em 2018, resultado bem mais animador do que os 446 milhões de reais em prejuízo de 2017. A divulgação dos resultados do quarto trimestre e do consolidado do ano passado é esperada para esta quarta-feira, após o fechamento do mercado.
A geração de caixa, medida pelo Ebitda, também deve ser maior que os 76,5 bilhões de reais de 2017 – os analistas estimam cerca de 118 bilhões de reais. E a receita deve crescer cerca de 23%, para 348 bilhões de reais (em 2017 ficou em 283,7 bilhões de reais). “Esperamos que as perdas com baixas contábeis e provisionamento de ações judiciais movidas contra a empresa devem ser mais amenas neste balanço do que foi nos últimos anos”, diz Fernando Bresciani, analista da Mirae Asset Wealth Management.
Para o quarto trimestre, a expectativa da Mirae é de receita de 98 bilhões de reais contra 76,5 bilhões nos últimos três meses de 2017, Ebitda de 29,9 bilhões de reais e lucro de 6,6 bilhões de reais. Em quarto período de 2017, o Ebitda de cerca de 13,0 bilhões de reais e prejuízo de 5,5 bilhões de reais.
“O pior já passou e daqui para frente os resultados da Petrobras devem vir mais positivos. A empresa já mostra melhora operacional, redução de despesas e há ainda a expectativa de que a nova gestão venda mais ativos que não interessam ao negócio”, diz Bresciani, da Mirae.
Em janeiro, um novo presidente foi nomeado para a estatal. O economista Roberto Castello Branco foi indicado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL) para substituir Ivan Monteiro no comando da petroleira. O plano, segundo Castello Branco, é acelerar a exploração do pré-sal e vender empresas vinculadas à estatal, mas que não estão ligadas a sua atividade principal – produção e exploração de petróleo.
Desde o início do novo governo Bolsonaro, as ações da estatal subiram cerca de 11%, para 26,70 reais cada no fim do pregão de terça-feira. As incertezas da economia global tendem a ser um desafio relevante. Ano passado os bons resultados foram puxados em parte pelo aumento no preço do barril de petróleo, que começou 2018 na cada dos 60 dólares e chegou a bater 75 dólares. Agora, a cotação está abaixo dos 60 outra vez.
O desafio de lidar com variações dentro de seu mercado, e não com os roubos de uma quadrilha instalada em cargos estratégicos, porém, era tudo o que a petroleira almejava. Os resultados de hoje podem mostrar, neste contexto, uma virada de página.