Petrobras corre para não perder de campo de gás na Amazônia
Empresa planeja ofertar no próximo ano, em um leilão de energia, a termelétrica a gás Azulão, mas corre contra o tempo para não perder a concessão de campo de gás
Da Redação
Publicado em 10 de julho de 2015 às 16h50.
Rio de Janeiro - A Petrobras planeja ofertar no próximo ano, em um leilão de energia, a termelétrica a gás Azulão, para construção no coração da selva amazônica , e terá que correr contra o tempo para não perder a concessão de um campo de gás que leva o mesmo nome e irá produzir o insumo para a geração da energia.
A petroleira, envolvida em um escândalo de corrupção e com planos de reduzir investimentos, precisa construir e iniciar a operação da térmica, em Silves, no Amazonas, até 2017. Caso contrário, a União tomará de volta o campo de Azulão, na Bacia do Amazonas, descoberto pela petroleira há mais de 15 anos.
Em e-mail à Reuters, a companhia afirmou que o empreendimento permanece em sua carteira de projetos, mesmo após os diversos cortes realizados no plano de negócios, em que promete focar na produção de petróleo em alto mar, e dos diversos atrasos contabilizados no projeto Azulão.
A estatal explicou que está sendo considerado um modelo de negócio que contemple a sua implementação com um sócio. "Pretende-se que o projeto possa participar dos Leilões de Energia Nova do Governo Federal que venham a ocorrer no ano de 2016", afirmou a petroleira, em nota à Reuters.
Ao aprovar uma revisão do plano de desenvolvimento do campo de gás, em meados do ano passado, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) determinou que a operação do ativo deveria ser iniciada até 2017.
Procurada, a ANP afirmou que "não houve alteração nas condicionantes da resolução da diretoria da ANP" até o momento e que "a ANP entende que o prazo estabelecido para o início de produção do campo deverá ser cumprido".
A autarquia informou ainda que a Petrobras apresentou, como previsto, o plano de desenvolvimento do campo de Japiim, também na Bacia do Amazonas, descoberto em 2001, que deverá ser integrado ao Azulão.
Atrasos do projeto
No ano passado a Petrobras chegou a se preparar para participar de um leilão A-5 com o projeto Azulão, para entrega da energia em cinco anos. Na ocasião, um executivo da empresa afirmou que a potência seria de cerca de 104 megawatts, com consumo de 500 mil metros cúbicos/dia de gás, e que o investimento na térmica ficaria entre 400 milhões e 500 milhões de reais.
A Petrobras não respondeu se as características permanecerão as mesmas. Segundo afirmações recentes da companhia, sua participação no A-5 não foi possível devido à necessidade de alterações no modelo de negócio do projeto. O campo de Azulão foi descoberto em 1999, a aproximadamente 300 quilômetros de Manaus, às margens do Rio Amazonas, mas encontrou dificuldades para escoar e comercializar o insumo, por se encontrar em áreas remotas da floresta.
Apenas em 2006 a empresa entendeu que a melhor forma de aproveitar o gás seria por meio da construção de uma térmica próxima ao local, entretanto dependia da construção de uma linha de transmissão de energia.
Em 2013 foi iniciada a operação da linha Tucuruí-Macapá-Manaus, com uma subestação de 500 kV em Silves, a 12 quilômetros do campo de Azulão, tornando o projeto possível.
Um exemplo das dificuldades enfrentadas com o gás encontrado na Amazônia é a experiência da PetroRio (ex-HRT), que após diversas descobertas decidiu se desfazer de blocos na floresta, vendendo para a russa Rosneft, por não encontrar meios de comercializar o gás.
Rio de Janeiro - A Petrobras planeja ofertar no próximo ano, em um leilão de energia, a termelétrica a gás Azulão, para construção no coração da selva amazônica , e terá que correr contra o tempo para não perder a concessão de um campo de gás que leva o mesmo nome e irá produzir o insumo para a geração da energia.
A petroleira, envolvida em um escândalo de corrupção e com planos de reduzir investimentos, precisa construir e iniciar a operação da térmica, em Silves, no Amazonas, até 2017. Caso contrário, a União tomará de volta o campo de Azulão, na Bacia do Amazonas, descoberto pela petroleira há mais de 15 anos.
Em e-mail à Reuters, a companhia afirmou que o empreendimento permanece em sua carteira de projetos, mesmo após os diversos cortes realizados no plano de negócios, em que promete focar na produção de petróleo em alto mar, e dos diversos atrasos contabilizados no projeto Azulão.
A estatal explicou que está sendo considerado um modelo de negócio que contemple a sua implementação com um sócio. "Pretende-se que o projeto possa participar dos Leilões de Energia Nova do Governo Federal que venham a ocorrer no ano de 2016", afirmou a petroleira, em nota à Reuters.
Ao aprovar uma revisão do plano de desenvolvimento do campo de gás, em meados do ano passado, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) determinou que a operação do ativo deveria ser iniciada até 2017.
Procurada, a ANP afirmou que "não houve alteração nas condicionantes da resolução da diretoria da ANP" até o momento e que "a ANP entende que o prazo estabelecido para o início de produção do campo deverá ser cumprido".
A autarquia informou ainda que a Petrobras apresentou, como previsto, o plano de desenvolvimento do campo de Japiim, também na Bacia do Amazonas, descoberto em 2001, que deverá ser integrado ao Azulão.
Atrasos do projeto
No ano passado a Petrobras chegou a se preparar para participar de um leilão A-5 com o projeto Azulão, para entrega da energia em cinco anos. Na ocasião, um executivo da empresa afirmou que a potência seria de cerca de 104 megawatts, com consumo de 500 mil metros cúbicos/dia de gás, e que o investimento na térmica ficaria entre 400 milhões e 500 milhões de reais.
A Petrobras não respondeu se as características permanecerão as mesmas. Segundo afirmações recentes da companhia, sua participação no A-5 não foi possível devido à necessidade de alterações no modelo de negócio do projeto. O campo de Azulão foi descoberto em 1999, a aproximadamente 300 quilômetros de Manaus, às margens do Rio Amazonas, mas encontrou dificuldades para escoar e comercializar o insumo, por se encontrar em áreas remotas da floresta.
Apenas em 2006 a empresa entendeu que a melhor forma de aproveitar o gás seria por meio da construção de uma térmica próxima ao local, entretanto dependia da construção de uma linha de transmissão de energia.
Em 2013 foi iniciada a operação da linha Tucuruí-Macapá-Manaus, com uma subestação de 500 kV em Silves, a 12 quilômetros do campo de Azulão, tornando o projeto possível.
Um exemplo das dificuldades enfrentadas com o gás encontrado na Amazônia é a experiência da PetroRio (ex-HRT), que após diversas descobertas decidiu se desfazer de blocos na floresta, vendendo para a russa Rosneft, por não encontrar meios de comercializar o gás.