Petrobras confirma venda de 8 refinarias e redução na BR Distribuidora
Empresa quer abrir mão do monopólio de refino no país; juntas, refinarias somam capacidade total de 1,1 milhão de barris por dia
Reuters
Publicado em 26 de abril de 2019 às 19h47.
Última atualização em 26 de abril de 2019 às 20h24.
O conselho de administração da Petrobras aprovou nesta sexta-feira, 26, novas diretrizes de gestão do portfólio de ativos. Está autorizada a venda de oito refinarias, com capacidade de 1,1 milhão, e participação na BR Distribuidora, "permanecendo a Petrobras como acionista relevante" da subsidiária. A lista não inclui, porém, a maior produtora nacional, a Replan, em Paulínia (SP), e a Reduc, em Duque de Caxias (RJ). Além destes ativos, a empresa vai se desfazer integralmente da Pudsa, rede de postos no Uruguai.
Mais cedo, uma fonte disse à Reuters que o conselho aprovaria a venda.
Os ativos de refino incluídos neste programa de desinvestimento são: Refinaria Abreu e Lima (Rnest), Unidade de Industrialização do Xisto (SIX), Refinaria Landulpho Alves (Rlam), Refinaria Gabriel Passos (Regap), Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), Refinaria Isaac Sabbá (Reman) e Lubrificantes e Derivados de Petróleo do Nordeste (Lubnor).
"Os projetos de desinvestimento das refinarias, além do reposicionamento do portfólio da companhia em ativos de maior rentabilidade, possibilitarão também dar maior competitividade e transparência ao segmento de refino no Brasil, em linha com o posicionamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e recomendações do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Os projetos seguirão a Sistemática de Desinvestimentos da Petrobras e terão suas principais etapas divulgadas oportunamente ao mercado", informou a Petrobras, em nota. A empresa ainda acrescentou que a venda de ativos faz parte do seu programa de resiliência aprovado em março deste ano.
BR Distribuidora
Segundo a Petrobras, no caso da BR Distribuidora, encontra-se em estudo a realização de uma oferta pública secundária de ações (follow-on). Atualmente a participação da Petrobras no capital da BR Distribuidora é de 71%. "As diretrizes estão de acordo com os pilares estratégicos da companhia que têm como objetivo a maximização de valor para o acionista, através do foco em ativos em que a Petrobras é a dona natural visando à melhoria da alocação do capital, aumento do retorno do capital empregado e redução de seu custo de capital", acrescentou.
Nesta quinta, 25, os acionistas aprovaram mudanças no estatuto social da empresa, que permitirão a privatização de controladas sem necessitar do aval dos acionistas em assembleia. A decisão passa a ser limitada ao conselho de administração. Além disso, o presidente da companhia passará a centralizar o programa de desinvestimento.
A empresa também anunciou que assinou três contratos de compra e venda para alienação de ativos no valor total de US$ 10,3 bilhões (cerca de R$ 40 bilhões). Em 2019, considerando as transações de desinvestimentos assinadas e a operação concluída, o valor total de alienação de ativos já é de US$ 11,3 bilhões. Entre eles, está a Transportadora Associada de Gás S.A. (TAG).