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Petrobras anuncia investimentos de US$ 75,7 bilhões de 2020 a 2024

A petroleira estatal reduziu a previsão de desembolsos em relação ao plano anterior, que contempla US$ 84,5 bilhões de aportes

Plataforma da Petrobras: foco continua sendo o pré-sal (Germano Lüders/Exame)
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Juliana Estigarribia

Publicado em 28 de novembro de 2019 às 10h10.

Última atualização em 28 de novembro de 2019 às 22h10.

A Petrobras anunciou na manhã desta quinta-feira, 28, seu novo plano de negócios. O programa de investimentos da petroleira estatal deve somar 75,7 bilhões de dólares entre 2020 e 2024, ainda com foco em exploração e produção (85% do total) de óleo e gás, especialmente na camada pré-sal.

O valor é inferior ao plano anterior, de 84,1 bilhões de dólares de 2019 a 2023. Em fato relevante, a estatal definiu o plano como "Mind the Gap", que visa reduzir as diferenças "de performance" em relação às melhores empresas globais de petróleo e gás.

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Este é o primeiro plano anunciado sob a atual gestão do presidente Roberto Castello Branco, que assumiu a companhia no início deste ano, com um discurso marcado pelo liberalismo: reduzir o monopólio da Petrobras no setor e vender ativos que não façam parte do core business da estatal.

No documento, a Petrobras reforçou que buscará retorno operacional superior ao seu custo de capital, com operação focada em óleo e gás, avançando na exploração e na produção do pré-sal brasileiro, e com "um parque de refino eficiente, com capacidade para processar 1,1 milhão de barris por dia".

A companhia também destacou que poderá buscar eventual posicionamento de longo prazo em energia energia eólica e solar.

A companhia afirmou que está considerando um preço do barril de petróleo na casa dos 50 dólares para os próximos cinco anos e de 45 dólares no longo prazo.

A empresa também manterá seu plano de desinvestimentos, com valor previsto entre 20 bilhões e 30 bilhões de dólares para o período 2020-2024, sendo a maior concentração nos anos de 2020 e 2021.

Desafios

No início de novembro, foi realizado o leilão do excedente da cessão onerosa , com a oferta de quatro grandes blocos na camada pré-sal da Bacia de Santos. Apenas dois foram arrematados, quase que em sua totalidade pela Petrobras - apenas 10% da sociedade de um deles agora pertence a empresas chinesas - o que deixou uma elevada conta para a estatal brasileira pagar: quase 70 bilhões de reais.

Para analistas de mercado ouvidos por EXAME, a companhia terá um comprometimento relevante de caixa no curto prazo, embora Castello Branco tenha reforçado em declarações públicas que a empresa mantém sua meta de endividamento para o ano.

No fato relevante, a Petrobras informou que mantém a meta de atingir a relação dívida líquida sobre o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de 1,5x ainda em 2020.

Em relatório interno da Ativa Investimentos, o analista Ilan Arbetman assinalou que mesmo no curto prazo “sendo operacionalmente menos potente, o conteúdo do novo plano de negócios reforça a preocupação da empresa com a manutenção de sua estabilidade financeira”.

Além disso, o analista destaca que “a reafirmação da meta de alavancagem é agressiva e dialoga com a também agressiva provisão de dividendos”.

Em relatório assinado pelos analistas Thiago Duarte, Pedro Soares e Daniel Guardiola, o BTG Pactual lembra que, de acordo com o novo plano de negócios, a Petrobras terá um número maior de paradas em 2020, deixando os investidores “potencialmente mais céticos em relação ao ramp up de novas plataformas do pré-sal”.

Por outro lado, os analistas ressaltaram que o plano de negócios sugere que o custo de produção no bloco de Búzios, adquirido pela companhia no leilão do excedente da cessão onerosa, deve ser mais baixo do que o mercado esperava, diante da expectativa de aluguel (leasing) das plataformas ao invés de aquisição.

As estimativas preliminares do banco também indicam que a nova curva de capex da Petrobras “estabelece terreno para o pagamento de dividendos mais altos até 2021”.

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