Pessoas confiantes negociam bem, diz Chris Voss, ex-FBI, no Advisors Day
Especialista em resolver situações delicadas, como sequestros, falou pela primeira vez a uma plateia do Brasil, de forma online, no Advisors Day
Da Redação
Publicado em 22 de outubro de 2020 às 09h30.
Última atualização em 22 de outubro de 2020 às 10h05.
O ato de negociar algo com alguém envolve uma série de técnicas racionais e outras nem tanto. Um bom ponto de partida é levantar o máximo de informações possível sobre as partes envolvidas. Agora, isso tudo tem pouca serventia se o negociador estiver sem confiança naquilo que ele faz. Ganha pouco, mas gostaria de começar a guardar dinheiro e investir? Aprenda com a EXAME Academy
Essas são as conclusões do americano americano Chris Voss, que trabalhou com negociação de reféns no FBI, a Polícia Federal americana, e hoje sócio do The Black Swan Group, consultoria de negociação a executivos.
Voss conversou com executivos brasileiros no Advisors Day, conferência sobre o futuro dos investimentos realizado pelo banco BTG Pactual (do mesmo grupo controlador de EXAME ) desde terça-feira, 20, e de maneira virtual.
“Quando as pessoas têm um estado de espírito positivo, elas pensam mais rapidamente e são mais propensas a colaborar e resolver problemas, em vez de lutar e resistir. Sorriso no rosto e na voz aumentará sua agilidade mental”, disse Voss num debate online mediado por Daniel Cunha, diretor de Equity e ETD Sales do BTG Pactual.
Para Voss, ao final de uma negociação bem-sucedida ambas as partes saem com mais conhecimento umas das outras. “A negociação não é um ato de batalha, mas sim um processo de descoberta”, disse.
As tendências para a economia do Brasil e do mundo também foram debatidas no evento. O sócio-sênior do BTG Pactual, André Esteves , analisou a eleição presidencial americana , em 3 de novembro. Esteves comparou dois cenários: a permanência do atual presidente Donald Trump ou vitória de Joe Biden.
“Acho que a eleição de Biden significa um mundo novamente andando na direção multilateral. Donald Trump foi inimigo do multilateralismo. Trouxe o ‘American first’, em prejuízo do mundo e dos Estados Unidos. No fundo, joga contra a própria América. Uma eleição do democrata significa a volta ao multilateralismo. Bom para o mundo, inclusive para o Brasil”, disse Esteves.
Além disso, o sócio-sênior do BTG Pactual aposta que o Brasil não será “penalizado” comercialmente caso Biden ganhe as eleições americanas, isso porque a política americana é pragmática. “O Brasil é um player relevante e tem histórico com os EUA. Pouca coisa vai mudar”, disse, num debate mediado por Marcelo Flora, sócio e responsável pelo BTG Pactual digital.
Para Esteves, o Brasil está num bom caminho de reformas. “Tivemos avanços em reformas ano passado e também uma agenda boa de reformas pela frente, como a administrativa. A reforma tributária, que eu prefiro chamar de simplificação tributária, não é feita para aumentar ou diminuir arrecadações, mas sim para simplificar o sistema ao tornar a vida de todos mais simples no âmbito tributário”, disse.
Ainda sobre o tema, o sócio-sênior do BTG Pactual disse que vê com bons olhos o que rotulou de micro reformas”, e que algumas precisam ser votadas ainda neste ano, como a lei do gás, de falência aprovada, entre outras.
Nesta quinta-feira, 22, a atração é o investidor americano Joe Duran, considerado “o advisor de maior sucesso do mundo”. Fundador do escritório de investimentos United Capital, mais tarde vendido ao banco Goldman Sachs, Duran é também autor de The Money Code, best-seller de finanças pessoais nas listas do The New York Times quanto do USA Today, dois dos principais jornais dos Estados Unidos.
A palestra de Duran está prevista para às 17h. As inscrições são gratuitas, neste link.