PDG diz que acordo com bancos abre caminho para futuro
O executivo disse que o pacto firmado para reestruturar até R$ 3,7 bilhões em dívidas é um importante passo de um longo caminho que ainda precisa ser percorrido
Da Redação
Publicado em 5 de maio de 2016 às 16h42.
São Paulo - O acordo inicial da PDG Realty com quatro de seus principais credores abre caminho para a companhia voltar a pensar no futuro, afirmou o diretor presidente da incorporadora, Márcio Trigueiro.
Em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, o executivo disse que o pacto firmado para reestruturar até R$ 3,7 bilhões em dívidas é um importante passo de um longo caminho que ainda precisa ser percorrido.
"Estamos focados nesse processo, que exige documentar os termos em contrato e implementar as condições. Ainda temos alguns meses até a conclusão", disse o executivo.
Se consumada em sua integralidade, a reestruturação abrange até 60% da dívida financeira bruta da companhia, que totalizava R$ 6,155 bilhões no final de 2015.
Embora não tenha dado números específicos, o diretor presidente da PDG Realty afirmou que o novo custo da dívida "ficou abaixo do que ficaria se fosse avaliada com o atual risco de crédito da empresa".
A medida permitirá "ligeira" redução da despesa financeira, acrescentou Trigueiro, ao ressaltar que não há desconto (haircut) sobre as obrigações negociadas.
O executivo também ressaltou que, apesar de boatos no passado, o risco de a PDG pedir recuperação judicial hoje é "remotíssimo".
Para especialistas, o acordo inicial é positivo para a empresa, uma vez que pode ajudar a PDG a equilibrar o seu cronograma de amortização com seu fluxo de caixa livre esperado, mas o mercado ainda aguarda os detalhes finais do pacto.
Nos cálculos do JPMorgan, cada 100 pontos base de redução no custo de dívida representa um aumento de 15% no resultado líquido e cada 10% de diminuição da alavancagem indica um ganho de 20% no resultado líquido.
O acordo firmado com Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal e Itaú Unibanco envolve financiamento de obras e débitos corporativos da construtora com as instituições financeiras.
Também está prevista a contratação de um novo empréstimo para a PDG. Vale ressaltar, no entanto, que a eficácia do memorando de entendimento não vinculante está condicionada à sua aprovação pelos comitês de crédito dos bancos.
Trigueiro explicou que, no começo do processo de reestruturação de dívida em 2015, era necessário renegociar aproximadamente R$ 6 bilhões em obrigações.
"Agora, só falta equalizar R$ 1 bilhão, mas as coisas só acabam quando terminam", acrescentou o executivo.
Como parte desse processo, a companhia firmou em janeiro um acordo inicial com o Banco Votorantim e com a BV Empreendimentos e Participações para a negociação de terrenos e empreendimentos imobiliários.
A estimativa preliminar era de que o pacto equacionaria as obrigações com o Votorantim.
Mas o diretor presidente explicou que a venda final deve ser razoavelmente menor do que o originalmente planejado, porque a negociação de dois grandes projetos não foi concluída.
"Precisamos buscar outra forma de equalizar e alongar o vencimento com o Votorantim, mas o diálogo está bom e fica mais fácil quando os credores veem um caminho de continuidade para a companhia", afirmou.
Já as obrigações com outro grande credor, o Banco Santander, são relacionadas com projetos que estão praticamente prontos e apresentam rápida monetização.
"Devem ser resolvidas no fluxo normal e estão praticamente equacionadas", disse Trigueiro.
Olhando para o futuro, a PDG Realty pode voltar a lançar empreendimentos no ano que vem, mas o diretor presidente disse que prefere esperar uma recuperação do setor e a conclusão de todas as negociações.
"Temos grande banco de terreno e condições para lançar, mas é algo para colocar de pé só no ano que vem", afirmou.
REP
Em seu esforço de desalavancagem, a companhia também informou ontem a venda de sua participação na REP (Real Estate Partners) para a LDI Desenvolvimento Imobiliário.
A PDG, que possuía 58,1% do capital social da REP, vai receber pela transação 26 imóveis localizados em São Paulo, avaliados em aproximadamente R$ 33,868 milhões.
Especialistas apontaram que, apesar de positiva, a negociação do ativo seria melhor com troca por dinheiro, em vez de unidades.
A LDI, através de seu braço de incorporação, tem como foco o segmento de médio e alto padrão, cujas vendas têm sofrido por causa da restrição de crédito no mercado e deterioração da confiança dos consumidores frente à recessão da economia nacional.
Trigueiro afirmou que as unidades estão em um único empreendimento localizado em São Paulo, que possui liquidez razoável. Para ele, apesar do aumento de estoque, as unidades são bem avaliadas e não devem ter problema para venda.
A venda da REP resulta também numa redução do endividamento líquido consolidado da PDG, de acordo com o anúncio da empresa. Com base nos valores de 31 de dezembro de 2015, a diminuição de dívida é de aproximadamente R$ 237 milhões.
A conclusão da venda depende de algumas condições, como aprovações por autoridades de defesa da concorrência e de credores da REP e da PDG.
A venda de participação na REP faz parte de uma estratégia da companhia de monetizar ativos. No ano passado, a companhia vendeu toda sua participação, de 25%, no projeto Jardim das Perdizes, em São Paulo, pelo valor de R$ 160 milhões.
De acordo com fontes ouvidas pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, a necessidade de capital da companhia na época levou a preços menores que o esperado no acordo.
No entanto, com as medidas recentes, a PDG poderá ser mais criteriosa nas próximas negociações, que podem envolver desde terrenos até unidades imobiliárias no atacado.
São Paulo - O acordo inicial da PDG Realty com quatro de seus principais credores abre caminho para a companhia voltar a pensar no futuro, afirmou o diretor presidente da incorporadora, Márcio Trigueiro.
Em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, o executivo disse que o pacto firmado para reestruturar até R$ 3,7 bilhões em dívidas é um importante passo de um longo caminho que ainda precisa ser percorrido.
"Estamos focados nesse processo, que exige documentar os termos em contrato e implementar as condições. Ainda temos alguns meses até a conclusão", disse o executivo.
Se consumada em sua integralidade, a reestruturação abrange até 60% da dívida financeira bruta da companhia, que totalizava R$ 6,155 bilhões no final de 2015.
Embora não tenha dado números específicos, o diretor presidente da PDG Realty afirmou que o novo custo da dívida "ficou abaixo do que ficaria se fosse avaliada com o atual risco de crédito da empresa".
A medida permitirá "ligeira" redução da despesa financeira, acrescentou Trigueiro, ao ressaltar que não há desconto (haircut) sobre as obrigações negociadas.
O executivo também ressaltou que, apesar de boatos no passado, o risco de a PDG pedir recuperação judicial hoje é "remotíssimo".
Para especialistas, o acordo inicial é positivo para a empresa, uma vez que pode ajudar a PDG a equilibrar o seu cronograma de amortização com seu fluxo de caixa livre esperado, mas o mercado ainda aguarda os detalhes finais do pacto.
Nos cálculos do JPMorgan, cada 100 pontos base de redução no custo de dívida representa um aumento de 15% no resultado líquido e cada 10% de diminuição da alavancagem indica um ganho de 20% no resultado líquido.
O acordo firmado com Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal e Itaú Unibanco envolve financiamento de obras e débitos corporativos da construtora com as instituições financeiras.
Também está prevista a contratação de um novo empréstimo para a PDG. Vale ressaltar, no entanto, que a eficácia do memorando de entendimento não vinculante está condicionada à sua aprovação pelos comitês de crédito dos bancos.
Trigueiro explicou que, no começo do processo de reestruturação de dívida em 2015, era necessário renegociar aproximadamente R$ 6 bilhões em obrigações.
"Agora, só falta equalizar R$ 1 bilhão, mas as coisas só acabam quando terminam", acrescentou o executivo.
Como parte desse processo, a companhia firmou em janeiro um acordo inicial com o Banco Votorantim e com a BV Empreendimentos e Participações para a negociação de terrenos e empreendimentos imobiliários.
A estimativa preliminar era de que o pacto equacionaria as obrigações com o Votorantim.
Mas o diretor presidente explicou que a venda final deve ser razoavelmente menor do que o originalmente planejado, porque a negociação de dois grandes projetos não foi concluída.
"Precisamos buscar outra forma de equalizar e alongar o vencimento com o Votorantim, mas o diálogo está bom e fica mais fácil quando os credores veem um caminho de continuidade para a companhia", afirmou.
Já as obrigações com outro grande credor, o Banco Santander, são relacionadas com projetos que estão praticamente prontos e apresentam rápida monetização.
"Devem ser resolvidas no fluxo normal e estão praticamente equacionadas", disse Trigueiro.
Olhando para o futuro, a PDG Realty pode voltar a lançar empreendimentos no ano que vem, mas o diretor presidente disse que prefere esperar uma recuperação do setor e a conclusão de todas as negociações.
"Temos grande banco de terreno e condições para lançar, mas é algo para colocar de pé só no ano que vem", afirmou.
REP
Em seu esforço de desalavancagem, a companhia também informou ontem a venda de sua participação na REP (Real Estate Partners) para a LDI Desenvolvimento Imobiliário.
A PDG, que possuía 58,1% do capital social da REP, vai receber pela transação 26 imóveis localizados em São Paulo, avaliados em aproximadamente R$ 33,868 milhões.
Especialistas apontaram que, apesar de positiva, a negociação do ativo seria melhor com troca por dinheiro, em vez de unidades.
A LDI, através de seu braço de incorporação, tem como foco o segmento de médio e alto padrão, cujas vendas têm sofrido por causa da restrição de crédito no mercado e deterioração da confiança dos consumidores frente à recessão da economia nacional.
Trigueiro afirmou que as unidades estão em um único empreendimento localizado em São Paulo, que possui liquidez razoável. Para ele, apesar do aumento de estoque, as unidades são bem avaliadas e não devem ter problema para venda.
A venda da REP resulta também numa redução do endividamento líquido consolidado da PDG, de acordo com o anúncio da empresa. Com base nos valores de 31 de dezembro de 2015, a diminuição de dívida é de aproximadamente R$ 237 milhões.
A conclusão da venda depende de algumas condições, como aprovações por autoridades de defesa da concorrência e de credores da REP e da PDG.
A venda de participação na REP faz parte de uma estratégia da companhia de monetizar ativos. No ano passado, a companhia vendeu toda sua participação, de 25%, no projeto Jardim das Perdizes, em São Paulo, pelo valor de R$ 160 milhões.
De acordo com fontes ouvidas pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, a necessidade de capital da companhia na época levou a preços menores que o esperado no acordo.
No entanto, com as medidas recentes, a PDG poderá ser mais criteriosa nas próximas negociações, que podem envolver desde terrenos até unidades imobiliárias no atacado.