Parceira das imobiliárias tradicionais, CredAluga anuncia aporte de R$ 22 milhões
A startup paulista de modelo B2B2C deve fechar 2024 com um faturamento de R$ 30 milhões
Repórter
Publicado em 28 de outubro de 2024 às 09h07.
Última atualização em 28 de outubro de 2024 às 15h53.
As imobiliárias tradicionais estão às voltas com novos concorrentes. O avanço das plataformas de aluguel online como o QuintoAndar, que atraem o consumidor que busca por agilidade, tem obrigado muitas delas a reinventar o modelo de negócio para atrair clientes.
As imobiliárias tradicionais representam mais de 5 milhões de imóveis no país e carecem das mesmas ferramentas para competir com os novos gigantes. É nesse cenário que a startup paulista CredAluga se destaca. A fintech desenvolve alternativas de crédito que melhoram a experiência de locação,sem competir diretamente com as imobiliárias.
Com um novo aporte de R$ 22 milhões, a startup planeja expandir sua atuação no Brasil e lançar novos produtos para facilitar o aluguel, ajudando as imobiliárias a oferecerem opções mais acessíveis e seguras. "Nós somos uma empresa centrada na imobiliária e hiper focada no aluguel", diz Guilherme Blumer, um dos fundadores. A CredAluga visa manter uma estratégia de criação em conjunto com as imobiliárias, reforçando o relacionamento com o setor.
"O aporte vai nos ajudar a desenvolver produtos de forma colaborativa", diz Blumer.
A captação foi liderada pela Caravela Capital, com participação de fundos como Honey Island by 4UM, Norte Ventures, Terracota Ventures e FJ Labs. O investimento será direcionado para tecnologia, novos produtos financeiros e expansão comercial no Brasil.
Qual o negócio da CredAluga?
O modelo de negócios da CredAluga é B2B2C , visando beneficiar tanto as imobiliárias quanto os inquilinos e proprietários.A fintech já possui mais de 500 imobiliárias parceiras e projeta atingir 5 mil parceiros nos próximos quatro anos, além de conquistar 15% do market share até 2029.
O foco principal está na criação de soluções que substituam garantias tradicionais, como fiador e caução, por alternativas mais seguras e eficientes.
Para 2025, a empresa planeja lançar produtos financeiros voltados ao aluguel e melhorar a experiência de usuário por meio da inteligência de crédito. “Queremos oferecer um leque de produtos financeiros para as imobiliárias darem opções mais seguras para proprietários e inquilinos”, afirma Daniel Santos, um dos fundadores da CredAluga.
A CredAluga também firmou uma parceria com a Cupola, consultoria especializada em inteligência imobiliária. A ideia é ampliar a base de clientes por meio de eventos de capacitação, além de aulas e treinamentos sobre o setor. "Estamos focados em melhorar a eficiência das imobiliárias e facilitar o processo de locação", diz Rodrigo Werneck, fundador da Cupola.
Com a expectativa de crescimento de 150% no próximo ano, a CredAluga projeta fechar 2024 com um faturamento de R$ 30 milhões . A expansão nacional já está em andamento. Hoje, a startup está em 23 estados e planeja uma expansão territorial com parceiros. A empresa descarta uma expansão internacional neste momento, mantendo o foco exclusivo no mercado brasileiro.
Quem está por trás?
De São Paulo, a CredAluga foi fundada em 2022 por Daniel Santos e Guilherme Blumer, dois profissionais com experiência no mercado imobiliário. Santos iniciou sua carreira na imobiliária de seu pai, a Casa Mineira, uma das maiores de Belo Horizonte.
Quando trabalhava na empresa fundada pelo pai, Santos expandiu a operação de 500 para 5.000 contratos de aluguel. Após a venda da Casa Mineira para o QuintoAndar em 2021, ele fundou a CredAluga para desenvolver soluções financeiras focadas nas necessidades das imobiliárias tradicionais.
Guilherme Blumer tem mais de 20 anos de experiência no setor, passando por empresas como ZAP Imóveis, Hypnobox e Brasil Brokers, onde foi diretor de marketing.
Agora, o jornalista de formação Rodrigo Werneck integra o time. Werneck se especializou em marketing e gestão imobiliária. Em 2007, criou a Cupola. Com a entrada na CredAluga, ele foi nomeado Chief Marketing Officer ( CMO ) e diretor de relações com o mercado.