Negócios

Para governo, saída de Agnelli já está definida

Nome de substituto ainda não está definido, mas governo afirma que "tudo caminha para uma solução interna"

Depois de quase 10 anos na presidência da Vale, Roger Agnelli deve sair do cargo por não ceder às questões políticas (Matt Writtle/ Vale)

Depois de quase 10 anos na presidência da Vale, Roger Agnelli deve sair do cargo por não ceder às questões políticas (Matt Writtle/ Vale)

DR

Da Redação

Publicado em 27 de março de 2011 às 11h35.

Brasília - A saída de Roger Agnelli da presidência da Vale teria sido fechada na última sexta-feira e o governo trabalha com o nome de um dos atuais diretores da empresa para assumir o cargo. "Tudo caminha para uma solução interna. O nome não está 100% certo, mas está bem encaminhado", informou uma fonte do governo.

Os diretores de Marketing, Vendas e Estratégia, José Carlos Martins, e de Operações de Metais Básicos, Tito Botelho, são os mais antigos na empresa. A fonte acredita que a saída de Agnelli também deve provocar uma renovação na diretoria executiva, que pode ser composta por no mínimo seis e no máximo nove membros.

O conselho de administração elege os diretores executivos por um período de dois anos. A União participa do conselho por intermédio da BNDESPar, da qual detém 62% das ações. Também atua por meio do Banco do Brasil, que é o principal acionista da Previ (fundo de pensão dos servidores do BB), que também tem assento no conselho.

Como o acordo de acionistas prevê a necessidade de 75% dos votos para eleger ou destituir o presidente, o governo negociou com o Bradesco, outro importante representante no conselho de administração, para fazer a renovação na diretoria da empresa.

Depois de várias tentativas para se manter no cargo e resistir à pressão da União sobre os demais acionistas, Agnelli jogou a toalha. Para a fonte do governo, o presidente da mineradora tomou um caminho insustentável ao tentar se segurar no cargo: "Ele transformou a renovação na Vale em uma disputa política. É só a troca de um executivo."

A União considera legítima a sua participação na escolha do novo dirigente da mineradora. As críticas sobre a intervenção na empresa irritou integrantes do governo. "O governo tem ações da empresa por meio do BNDESPar. Ele tem direito de dar palpite", defende a fonte.

O governo reconhece a competência de Agnelli, à frente da Vale há dez anos, mas acredita que nesse momento ele quer outro destino para a Vale diferente da opção governista. A presidente Dilma Rousseff quer que a mineradora invista na produção e exportação de aço, que agregará valor à balança comercial. Como os investimentos nos primeiros anos teriam que ser elevados, o lucro da empresa deve cair. Procurada, a assessoria da Vale não se pronunciou. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo

Acompanhe tudo sobre:EmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasExecutivosMineraçãoRoger AgnelliSiderúrgicasVale

Mais de Negócios

Polishop pede recuperação judicial com dívida de R$ 352 milhões

Na startup Carefy, o lucro veio quando a empresa resolveu focar na operação — e não na captação

Liderança sustentável: qual é papel do líder na construção de um futuro responsável?

“É fundamental que as empresas continuem operando no RS”, diz presidente da Tramontina

Mais na Exame