Hebe Camargo na propaganda da instituição: O FGC informou recentemente que elevou em quase 139% o rombo estimado no Banco Cruzeiro do Sul (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 22 de agosto de 2012 às 10h53.
“O Banco Cruzeiro do Sul é o tipo de história de terror que todo regulador deveria ter medo”, diz o site do jornal britânico Financial Times (FT) sobre o caso o envolvendo o banco brasileiro. Segundo a publicação, os credores do bancos estão crucificados - trocadilho em alusão ao nome Cruzeiro.
Para o FT, apesar de pequeno e sistematicamente irrelevante, a negligência flagrante cometida nos livros de contabilidade do banco é o tipo de coisa que pode gerar desconfiança em todo um sistema.
O Fundo Garantidor de Crédito (FGC) informou recentemente que elevou em quase 139% o rombo estimado no Banco Cruzeiro do Sul. Após uma série de ajustes patrimoniais, como, por exemplo, um novo cálculo das provisões para cobrir calotes e processos judiciais, além de créditos consignados fictícios; o prejuízo estimado saltou de um valor inicialmente contabilizado em 1,3 bilhão de reais para 3,11 bilhões de reais.
Com essa nova cifra, o patrimônio do banco, que era de 1,15 bilhão de reais fica negativo em 2,23 bilhões de reais. "Fizemos todo o levantamento possível, trabalhamos exaustivamente na verificação de cada linha do balanço e chegamos a um ajuste total de R$ 3,110 bilhões", disse Celso Antunes, indicado pelo FGC para assumir a direção do Cruzeiro do Sul.
Para cobrir esse buraco, O FGC pagará entre 35 e 60% do valor de face dos papéis que estão na mão de credores, mais capitalização de juros, dependendo do ano de vencimento. Nada mal receber 35% de um bond que vence em 2020, sem garantias, de um banco sob intervenção cuja fraude é estimada em bilhões.
Porém, o "FT" conclui que apesar da periclitante situação dos credores, não motivo para preocupações em relação ao sistema financeiro brasileiro.