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“Pão de Açúcar não tem estrutura de capital para crescer”, diz Abílio

Empresário afirma que Casino reclama de união com Carrefour por não ter condições de acompanhar novos aportes no grupo

Abílio Diniz, do Pão de Açúcar: mau humor do Casino viria da falta de condições de acompanhar expansão do grupo (Germano Lüders/EXAME)
DR

Da Redação

Publicado em 3 de julho de 2011 às 15h06.

São Paulo – Que o empresário Abílio Diniz acredita que vem agindo eticamente na negociação com o Carrefour, até a sua conta no Twitter sabe. Mas, agora, Diniz levanta um outro argumento para defender a fusão com o grupo francês: o Pão de Açúcar precisa de uma nova estrutura de capital para crescer, e o Casino, seu furioso sócio, não tem condições de acompanhá-lo.

O argumento foi apresentado em uma entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, publicada neste domingo (3/7). “O problema é que o Pão de Açúcar não tem estrutura de capital para crescer”, afirmou. “Teria espaço para novo endividamento, mas eles (os franceses) não têm como acompanhar. Eles têm ‘covenants’ (comprometimentos) que os impedem de acompanhar um novo endividamento”, disse Abílio.

Segundo o dono do Pão de Açúcar, o Casino sempre esteve a par da situação. Abílio classificou como “muito boa” a sua relação com Jean-Charles Naouri, presidente do Casino. “Mas isso se alterou quando comecei a apertá-lo nessa questão da estrutura de capital.”

Namoro antigo

Na entrevista, Abílio afirmou que estuda o Carrefour há dois anos, com o conhecimento do próprio Casino. “Tenho visitado muitos países, conhecido a operação. E o Casino sabia disso. Quando chega o momento, eles dizem o que é conveniente para eles!”

Abílio voltou a declarar que vem agindo dentro das boas práticas de governança. “Garanto que até o momento não cometi nenhum deslize ético”, disse. “Não estamos cometendo nenhuma irregularidade ao prospectar negócios.”

O dono do Pão de Açúcar mostrou surpresa com a reação do Casino à proposta. “Eles vieram com um ataque enfurecido, com muita ironia. Nunca me passou pela cabeça que isso poderia acontecer.”

Segundo o balanço do Pão de Açúcar no primeiro trimestre, a dívida líquida da GPA Alimentar (que exclui os números da Nova Casas Bahia e da Nova Pontocom) encerrou março em 2,254 bilhões de reais. A cifra é 48% maior que a do quarto trimestre de 2010, e 56% superior ao do mesmo período do ano passado.

Em seu relatório, o Pão de Açúcar justificou o aumento com a necessidade de 375 milhões de reais, no quarto trimestre, para capital de giro, e 223 milhões de reais para pagamento de aquisições.

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São Paulo – Que o empresário Abílio Diniz acredita que vem agindo eticamente na negociação com o Carrefour, até a sua conta no Twitter sabe. Mas, agora, Diniz levanta um outro argumento para defender a fusão com o grupo francês: o Pão de Açúcar precisa de uma nova estrutura de capital para crescer, e o Casino, seu furioso sócio, não tem condições de acompanhá-lo.

O argumento foi apresentado em uma entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, publicada neste domingo (3/7). “O problema é que o Pão de Açúcar não tem estrutura de capital para crescer”, afirmou. “Teria espaço para novo endividamento, mas eles (os franceses) não têm como acompanhar. Eles têm ‘covenants’ (comprometimentos) que os impedem de acompanhar um novo endividamento”, disse Abílio.

Segundo o dono do Pão de Açúcar, o Casino sempre esteve a par da situação. Abílio classificou como “muito boa” a sua relação com Jean-Charles Naouri, presidente do Casino. “Mas isso se alterou quando comecei a apertá-lo nessa questão da estrutura de capital.”

Namoro antigo

Na entrevista, Abílio afirmou que estuda o Carrefour há dois anos, com o conhecimento do próprio Casino. “Tenho visitado muitos países, conhecido a operação. E o Casino sabia disso. Quando chega o momento, eles dizem o que é conveniente para eles!”

Abílio voltou a declarar que vem agindo dentro das boas práticas de governança. “Garanto que até o momento não cometi nenhum deslize ético”, disse. “Não estamos cometendo nenhuma irregularidade ao prospectar negócios.”

O dono do Pão de Açúcar mostrou surpresa com a reação do Casino à proposta. “Eles vieram com um ataque enfurecido, com muita ironia. Nunca me passou pela cabeça que isso poderia acontecer.”

Segundo o balanço do Pão de Açúcar no primeiro trimestre, a dívida líquida da GPA Alimentar (que exclui os números da Nova Casas Bahia e da Nova Pontocom) encerrou março em 2,254 bilhões de reais. A cifra é 48% maior que a do quarto trimestre de 2010, e 56% superior ao do mesmo período do ano passado.

Em seu relatório, o Pão de Açúcar justificou o aumento com a necessidade de 375 milhões de reais, no quarto trimestre, para capital de giro, e 223 milhões de reais para pagamento de aquisições.

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