Pan, fabricante dos cigarros, moedas e lápis de chocolate, pede falência
Famosa pelos cigarrinhos de chocolate ao leite, Pan não segue plano de recuperação judicial e pede autofalência à Justiça
Maria Clara Dias
Publicado em 13 de fevereiro de 2023 às 15h02.
Famosa por vender cigarros de chocolate ao leite, a empresa Pan Produtos Alimentícios, pediu autofalência à Justiça.
A Pan seguia um plano de recuperação judicial anunciado publicamente em meados de 2021. No entanto, ao requisitar a autofalência, a empresa assume sua incapacidade de saldar dívidas e se manter em operação. Atualmente, adívida da Pan é de R$ 260 milhões de reais.
Na tentativa de estender o plano de recuperação judicial, a empresa havia tentado postergar em 90 dias o prazo final, encerrado há duas semanas. O adminstrador judicial responsável pelo caso, no entanto, negou o pedido. Com isso, a autofalência torna-se o único caminho viável para a Pan.
Em requerimento apresentado ao Tribunal de Justiça de São Paulo, a empresa pede por um prazo de seis meses para liquidar saldos e débitos trabalhistas após a autofalência.
O que fazia a Pan
Fundada há 88 anos em São Caetano do Sul, no interior paulista, a Pan começou como uma empresa familiar. Por trás do negócio estavam os empreendedores Aldo Aliberti e seu cunhado, Oswaldo Fachero.
A empresa, uma fabricante de chocolates, ganhou popularidade graças ao seu famoso "cigarrinho" de chocolate, vendidos em pequenas caixas e enrolados em papel alumínio. Alvo de críticas por supostamente incentivar o tabagismo, o produto ganhou novos formatos, como o de rolinhos, moedas e lápis de cor, também vendidos em caixinhas, após probição do governo, em 1996.
Desde 2005, o negócio era liderado por Maria Paula Aliberti, controladora e filha de Aliberti. Além de Maria Paula, outras três filhas de Oswaldo Fachero, o outro fundador, também detinham ações da companhia. Em 2016, o negócio foi adquirido pelo Grupo Brasil Participações, que pretendia transformá-lo em uma grande indústrias do ramo no país.
Diante das dívidas acumuladas, o Ministério Público chegou a pedir a falência da Pan por três vezes.
De acordo com a empresa, a pandemia teve influência na queda do faturamento e no descumprimento do plano de recuperação, definido em 2017.