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Oi busca firmar 3o lugar em TV paga; Telefônica mira IPTV

Enquanto a Oi quer quer contestar dominância de Net, Embratel e Sky, a Telefônica se mostra comprometida com o IPTV

Investimento de operadoras de TV por assinatura para melhorar serviços deve ficar em 2,5 bilhões de reais em 2013 (Reprodução)
DR

Da Redação

Publicado em 5 de dezembro de 2012 às 18h17.

Rio de Janeiro - Com um avanço anual na ordem de 30 por cento a partir de 2010, os serviços de TV por assinatura no Brasil têm gerado otimismo entre especialistas, empresas e reguladores, que prevêem forte crescimento por mais alguns anos, ajudado pela queda nos preços e pela renda maior da população brasileira.

Embora o cenário favorável não prometa grandes mudanças na liderança desse mercado, as empresas do grupo mexicano América Móvil --Net e Embratel, que juntas detém pouco mais da metade das assinaturas-- e a Sky, a segunda colocada, já enfrentam séria concorrência de outros grupos.

Na ponta da briga por participação está a Oi, que em outubro assumiu a terceira colocação em número de acessos, com 651,4 mil assinaturas, crescimento mensal de 8 por cento, ultrapassando a Telefônica Brasil.

"A Oi reestruturou o produto e a agressividade comercial no começo do ano... (a operadora) tem um pacote bastante integrado, para mais do que compensar a queda em telefonia fixa", afirmou Luis Azevedo, analista da Bradesco Corretora.

A TV paga é um dos produtos essenciais para a reviravolta operacional da Oi, anunciada em abril deste ano.


"A Oi está vendo com a Portugal Telecom o sucesso (da TV paga) na Europa", disse Ana Rayes, analista da Lopes Filho consultoria, explicando que a operadora portuguesa, acionista da Oi, tem conseguido capitalizar bem sua plataforma de TV Meo.

"Falar em liderança da Oi é muito ambicioso, mas a empresa deve capturar fatia de mercado porque saiu de base muito baixa", disse Azevedo, acrescentando que a tendência é de a empresa se expandir mais em transmissão via satélite (DTH).

A operadora está por lançar seus serviços de TV por protocolo de Internet, a chamada IPTV, que permite maior interação dos usuários e também maior qualidade, e pode impulsionar mais suas vendas de pacotes combinados com telefonia fixa e banda larga, especialmente para alta renda.

E é justamente com a IPTV que a Telefônica Brasil espera estabelecer um marco para sua recuperação no setor, após quase um ano de sucessivas quedas mensais em sua base de assinantes de TV por assinatura.

"A Telefônica Brasil ficou no vermelho (em outubro), mas as desconexões diminuíram... após o lançamento de seu produto de IPTV", afirmou relatório do Barclays.

A empresa do grupo espanhol Telefónica está bastante comprometida com seu projeto de IPTV, especialmente quando se trata de disponibilizar fibra ótica até a casa do cliente, mas o plano deverá apresentar retorno apenas no médio a longo prazo, de acordo com Azevedo.


"A Telefônica demora mais para mostrar resultado de TV por assinatura por essa implementação", afirmou o analista do Bradesco. "É natural em algum momento, no médio prazo, reconquistar espaço se tiver sucesso com serviços de fibra, mas é um crescimento que vai requerer paciência".

Em outubro, o presidente da Telefônica Brasil, Antonio Carlos Valente, informou que a banda larga direto em fibra já tinha mais de 100 mil clientes, e que a fibra já alcança mais de 1 milhão de residências no Estado de São Paulo.

Mas esse plano de longo prazo ainda pode causar receio no mercado, já que em outubro a companhia foi a única das grandes operadoras a efetivamente ter uma perda líquida de clientes. "Com a Telefônica a gente ainda vai ver o que vai acontecer", disse Ana, da Lopes Filho.

A GVT, do grupo francês de mídia e telecomunicações Vivendi, tem sido outro destaque do setor. A empresa, que não tinha nenhum cliente em 2010 e apenas 32 mil no fim de 2011, encerrou outubro com 386 mil assinaturas, colocando pressão principalmente sobre a Oi.

Isso porque, enquanto a Telefônica concentra sua atuação principalmente no Estado de São Paulo, a Oi e a GVT voltam seus negócios para outras regiões, como o Rio de Janeiro.


FOCO EM QUALIDADE

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) tem apertado o cerco para reduzir as reclamações no setor, mas a própria concorrência deve despertar também uma busca maior por qualidade por parte das operadoras.

"A regulação (da Anatel) deve ser benéfica. Em nossa visão, o controle da qualidade de serviços não deve ser uma grande ameaça regulatória para serviços de TV paga, já que ambos os lados buscam aumentar os níveis de penetração de serviços", afirmou o Barclays em nota.

Assim, as operadoras de TV por assinatura deverão investir 2,5 bilhões de reais em 2013 para melhorar seus serviços e cobertura, de acordo com o regulador.

De acordo com dados de outubro da Anatel, apenas 26,4 por cento dos domicílios brasileiros possuem TV paga, bem diferente da teledensidade de telefonia móvel, que está em cerca de 130 por cento da população.

Veja a participação de mercado das principais empresas de TV paga, em um universo de 15,7 milhões de assinaturas no Brasil, segundo os dados mais recentes divulgados pela Anatel, em outubro: Net/Embratel tem 52,8 por cento; SKY/Directv, 31,04 por cento; Oi, 4,15 por cento; Telefônica, 3,86 por cento; GVT, 2,46 por cento; Outros, 5,69 por cento.

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Rio de Janeiro - Com um avanço anual na ordem de 30 por cento a partir de 2010, os serviços de TV por assinatura no Brasil têm gerado otimismo entre especialistas, empresas e reguladores, que prevêem forte crescimento por mais alguns anos, ajudado pela queda nos preços e pela renda maior da população brasileira.

Embora o cenário favorável não prometa grandes mudanças na liderança desse mercado, as empresas do grupo mexicano América Móvil --Net e Embratel, que juntas detém pouco mais da metade das assinaturas-- e a Sky, a segunda colocada, já enfrentam séria concorrência de outros grupos.

Na ponta da briga por participação está a Oi, que em outubro assumiu a terceira colocação em número de acessos, com 651,4 mil assinaturas, crescimento mensal de 8 por cento, ultrapassando a Telefônica Brasil.

"A Oi reestruturou o produto e a agressividade comercial no começo do ano... (a operadora) tem um pacote bastante integrado, para mais do que compensar a queda em telefonia fixa", afirmou Luis Azevedo, analista da Bradesco Corretora.

A TV paga é um dos produtos essenciais para a reviravolta operacional da Oi, anunciada em abril deste ano.


"A Oi está vendo com a Portugal Telecom o sucesso (da TV paga) na Europa", disse Ana Rayes, analista da Lopes Filho consultoria, explicando que a operadora portuguesa, acionista da Oi, tem conseguido capitalizar bem sua plataforma de TV Meo.

"Falar em liderança da Oi é muito ambicioso, mas a empresa deve capturar fatia de mercado porque saiu de base muito baixa", disse Azevedo, acrescentando que a tendência é de a empresa se expandir mais em transmissão via satélite (DTH).

A operadora está por lançar seus serviços de TV por protocolo de Internet, a chamada IPTV, que permite maior interação dos usuários e também maior qualidade, e pode impulsionar mais suas vendas de pacotes combinados com telefonia fixa e banda larga, especialmente para alta renda.

E é justamente com a IPTV que a Telefônica Brasil espera estabelecer um marco para sua recuperação no setor, após quase um ano de sucessivas quedas mensais em sua base de assinantes de TV por assinatura.

"A Telefônica Brasil ficou no vermelho (em outubro), mas as desconexões diminuíram... após o lançamento de seu produto de IPTV", afirmou relatório do Barclays.

A empresa do grupo espanhol Telefónica está bastante comprometida com seu projeto de IPTV, especialmente quando se trata de disponibilizar fibra ótica até a casa do cliente, mas o plano deverá apresentar retorno apenas no médio a longo prazo, de acordo com Azevedo.


"A Telefônica demora mais para mostrar resultado de TV por assinatura por essa implementação", afirmou o analista do Bradesco. "É natural em algum momento, no médio prazo, reconquistar espaço se tiver sucesso com serviços de fibra, mas é um crescimento que vai requerer paciência".

Em outubro, o presidente da Telefônica Brasil, Antonio Carlos Valente, informou que a banda larga direto em fibra já tinha mais de 100 mil clientes, e que a fibra já alcança mais de 1 milhão de residências no Estado de São Paulo.

Mas esse plano de longo prazo ainda pode causar receio no mercado, já que em outubro a companhia foi a única das grandes operadoras a efetivamente ter uma perda líquida de clientes. "Com a Telefônica a gente ainda vai ver o que vai acontecer", disse Ana, da Lopes Filho.

A GVT, do grupo francês de mídia e telecomunicações Vivendi, tem sido outro destaque do setor. A empresa, que não tinha nenhum cliente em 2010 e apenas 32 mil no fim de 2011, encerrou outubro com 386 mil assinaturas, colocando pressão principalmente sobre a Oi.

Isso porque, enquanto a Telefônica concentra sua atuação principalmente no Estado de São Paulo, a Oi e a GVT voltam seus negócios para outras regiões, como o Rio de Janeiro.


FOCO EM QUALIDADE

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) tem apertado o cerco para reduzir as reclamações no setor, mas a própria concorrência deve despertar também uma busca maior por qualidade por parte das operadoras.

"A regulação (da Anatel) deve ser benéfica. Em nossa visão, o controle da qualidade de serviços não deve ser uma grande ameaça regulatória para serviços de TV paga, já que ambos os lados buscam aumentar os níveis de penetração de serviços", afirmou o Barclays em nota.

Assim, as operadoras de TV por assinatura deverão investir 2,5 bilhões de reais em 2013 para melhorar seus serviços e cobertura, de acordo com o regulador.

De acordo com dados de outubro da Anatel, apenas 26,4 por cento dos domicílios brasileiros possuem TV paga, bem diferente da teledensidade de telefonia móvel, que está em cerca de 130 por cento da população.

Veja a participação de mercado das principais empresas de TV paga, em um universo de 15,7 milhões de assinaturas no Brasil, segundo os dados mais recentes divulgados pela Anatel, em outubro: Net/Embratel tem 52,8 por cento; SKY/Directv, 31,04 por cento; Oi, 4,15 por cento; Telefônica, 3,86 por cento; GVT, 2,46 por cento; Outros, 5,69 por cento.

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