Eike Batista, controlador da OGX: além da brasileira, Exxon e BP colocaram ativos à venda (ANDRE VALENTIM/EXAME)
Da Redação
Publicado em 14 de janeiro de 2011 às 11h52.
Londres - As fusões e aquisições envolvendo empresas de energia, como a OGX Petróleo & Gás Participações SA, podem superar as operações registradas no ano passado já que um ”montante extraordinário" de ativos está à venda, segundo a Derrick Petroleum Services.
Empresas de petróleo colocaram no mercado US$ 93 bilhões em ativos, comparados com US$ 46 bilhões no início de 2010 e US$ 20 bilhões em meados de 2009, segundo o relatório da Derrick, que será publicado na semana que vem.
A BP Plc, a Exxon Mobil Plc e a brasileira OGX estão entre os vendedores com os ativos mais valorizados, de acordo com o relatório. O maior negócio individualmente deve ser a venda, pela OGX, de uma fatia de 30 por cento em descobertas no Brasil.
A BP, no ano passado, vendeu cerca de US$ 22 bilhões em ativos para ajudar a recuperar suas finanças, que foram afetadas pelo vazamento no Golfo do México. Essa venda contribuiu para um nível recorde de oferta pelas maiores empresas de petróleo do mundo. A Royal Dutch Shell Plc e a ConocoPhillips também colocaram ativos à venda, contando com o interesse de estatais da China e de outros países emergentes que querem assegurar o fornecimento de energia.
”Ainda há um montante extraordinário de oferta no mercado´´, disse Yashodeep Deodhar, sócio-gerente da Derrick e quem comandou a elaboração do relatório, em entrevista por telefone. “2010 foi um ótimo ano. Se o preço do petróleo ficar estável, 2011 será outro ano muito bom para essas transações´´.
Os preços do petróleo do tipo Brent ficaram entre US$ 70 e US$ 95 o barril no segundo semestre do ano passado e subiram para o patamar de US$ 98 na quarta-feira, o mais alto valor em mais de duas semanas.
A maioria dos ativos em mercado são áreas já produtivas, segundo o Derrick. O gás corresponde a 37 por cento do ofertado, comparado a 29 por cento de petróleo e 30 por cento um mix dos dois produtos.
Estados Unidos e Canadá
Cerca de 46 por cento dos negócios estão concentrados nos Estados Unidos e Canadá, disse o relatório. A pesquisa mostrou que 20 por cento dos ativos à venda fazem parte do plano de venda da BP que ainda não foi anunciado. A empresa disse, no ano passado, que quer levantar até US$ 30 bilhões com venda de ativos e que fez uma provisão US$ 40 bilhões para pagar pelos danos causados pelo vazamento no Golfo do México, o pior vazamento da história dos EUA.