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Odebrecht Agroindustrial tem prejuízo de R$ 1,192 bi

Segundo o balanço, o maior impacto no prejuízo da companhia veio de despesas financeiras de R$ 1,509 bilhão na safra passada

Usina da Odebrecht Agroindustrial: A companhia relatou uma receita bruta de R$ 2,791 bilhões em 2014/2015, queda de 6,8% ante os R$ 2,994 bilhões de 2013/2014 (Eduardo Moody/Divulgação)
DR

Da Redação

Publicado em 1 de julho de 2015 às 13h54.

Ribeirão Preto - A Odebrecht Agroindustrial - braço sucroenergético do conglomerado industrial brasileiro com nove usinas produtoras de etanol, bioenergia e açúcar - registrou um prejuízo consolidado de R$ 1,192 bilhão na safra 2014/2015, encerrada em 31 de março. Do valor, R$ 1,142 bilhão é atribuído à controladora.

A companhia, com unidades em São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás, reverte assim o lucro líquido consolidado de R$ 75 milhões obtido na safra anterior e ainda acumula um prejuízo à controladora de R$ 3,744 bilhões, de acordo com o balanço publicado hoje (1).

Segundo o balanço, o maior impacto no prejuízo da companhia veio de despesas financeiras de R$ 1,509 bilhão na safra passada. A companhia relatou uma receita bruta de R$ 2,791 bilhões em 2014/2015, queda de 6,8% ante os R$ 2,994 bilhões de 2013/2014.

No relatório do balanço, a Odebrecht Agroindustrial informa ter capacidade de moagem anual instalada de 36,8 milhões de toneladas de cana-de-açúcar a partir da atual safra 2015/2016, mas que o processamento nas nove unidades controladas pela empresa foi de 23,8 milhões de toneladas na safra 2014/2015.

Para justificar o resultado negativo, a Odebrecht Agroindustrial lembra que desde 2007 destinou recursos para aquisições de empresas e construções de unidades operacionais controladas indiretamente pelo grupo e que, "paralelamente, quebras de safra decorrentes de fatores climáticos desfavoráveis, ocorridas nos últimos anos, e a ausência de uma política governamental concreta para os preços dos combustíveis ocasionaram impacto significativo nas margens dos produtos e, principalmente, no fluxo de caixa da companhia".

Como consequência, de acordo com o relato da Odebrecht Agroindustrial, foi gerado um "desequilíbrio no capital circulante líquido da companhia e suas controladas" com excesso de passivos circulantes sobre ativos circulantes, consolidados, de R$ 466,998 milhões ao final da safra passada.

No entanto, "as ações implementadas pela companhia durante a safra 2014/2015, bem como o aumento observado nos níveis de produtividade, propiciaram redução significativa do descasamento entre ativos e passivos circulantes", pois o desbalanceamento ao final safra anterior era de R$ 3,834 bilhões.

Entre as ações citadas pela Odebrecht Agroindustrial estão a redução do nível de investimentos, priorizando a seletividade do plantio de cana com foco nas áreas de renovação dos canaviais; ganhos de produtividade resultantes da evolução dos processos agrícolas; utilização de novos implementos e equipamentos que geram maior rendimento médio das colhedoras e a ainda a aceleração "da curva de aprendizado".

A companhia cita também o programa de parceria com fornecedores para diminuir o volume de cana própria e, com isso, reduzir investimentos na formação e manutenção de lavouras.

Odebrecht Agroindustrial citou a redução crescente no volume de investimentos industriais, já que as últimas usinas entraram em operação no final de 2011 e a expansão da unidade Eldorado, em Mato Grosso do Sul, com ampliação da capacidade de moagem de 2,1 milhões para 3,5 milhões de toneladas de cana, está praticamente concluída.

Também na área industrial, a companhia relata redução de custos e otimização de rotas para corte, carregamento e transporte de cana.

Outros fatores positivos para o caixa da empresa foram o aumento dos preços da gasolina com retorno da cobrança da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), de R$ 0,22 por litro, o aumento de 25% para 27% na mistura do anidro ao combustível de petróleo, que melhoraram a competitividade do etanol.

A empresa relatou ainda uma monetização de R$ 70 milhões em créditos tributários durante a safra passada.

Já um programa de redução de custos apresentado no segundo semestre de 2014 gerou impacto recorrente de R$ 100 milhões na safra passada e deve gerar mais R$ 600 milhões de economia nas próximas três safras, segundo previsão da Odebrecht Agroindustrial.

A Odebrecht Agroindustrial informou também a captação de R$ 2 bilhões em debêntures no ano passado, a capitalização de R$ 1,7 bilhão, o alongamento do prazo de pagamento da dívida alocada no curto e longo prazos, de R$ 7,2 bilhões, com impacto direto no caixa da safra 2014/2015 de R$ 1,8 bilhão e nas próximas três safras também na ordem de R$ 1,8 bilhão.

"Todas as ações descritas acima impactaram, direta ou indiretamente, positivamente o fluxo de caixa da safra 2014/2015, possibilitando um equilíbrio maior entre ativos e passivos circulantes."

Além das ações já feitas pela companhia, a Odebrecht Agroindustrial aposta, para a atual e próximas safras que o governo federal estabeleça uma política "sólida para os preços dos combustíveis", com incentivos ao setor por meio da redução de tributos, acesso a financiamentos com custos menores, e ainda que haja o aumento da Cide em R$ 0,38 por litro de gasolina na refinaria em complemento aos R$ 0,22 por litro já anunciados.

"A administração entende que as ações e planos descritos anteriormente são suficientes para garantir a continuidade da equalização da situação de capital circulante líquido, observada nesta última safra, para as próximas safras, bem como possibilitar a geração de resultados positivos no futuro. Caso seja necessário, recorrerá a recursos financeiros provenientes de terceiros ou de seus acionistas para garantir a conclusão desses planos e manutenção de seus investimentos e de suas operações, como já feito nos últimos exercícios", informou a Odebrecht Agroindustrial.

No início do atual ano-safra 2015/2016, ou seja, sem que houvesse a contabilização no balanço divulgado nesta quarta, a Odebrecht Agroindustrial captou recursos financeiros de R$ 600 milhões em operações de crédito rural, recebíveis e capital de giro e relatou estar em negociação para a captação de mais R$ 1,6 bilhão junto a instituições financeiras.

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Ribeirão Preto - A Odebrecht Agroindustrial - braço sucroenergético do conglomerado industrial brasileiro com nove usinas produtoras de etanol, bioenergia e açúcar - registrou um prejuízo consolidado de R$ 1,192 bilhão na safra 2014/2015, encerrada em 31 de março. Do valor, R$ 1,142 bilhão é atribuído à controladora.

A companhia, com unidades em São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás, reverte assim o lucro líquido consolidado de R$ 75 milhões obtido na safra anterior e ainda acumula um prejuízo à controladora de R$ 3,744 bilhões, de acordo com o balanço publicado hoje (1).

Segundo o balanço, o maior impacto no prejuízo da companhia veio de despesas financeiras de R$ 1,509 bilhão na safra passada. A companhia relatou uma receita bruta de R$ 2,791 bilhões em 2014/2015, queda de 6,8% ante os R$ 2,994 bilhões de 2013/2014.

No relatório do balanço, a Odebrecht Agroindustrial informa ter capacidade de moagem anual instalada de 36,8 milhões de toneladas de cana-de-açúcar a partir da atual safra 2015/2016, mas que o processamento nas nove unidades controladas pela empresa foi de 23,8 milhões de toneladas na safra 2014/2015.

Para justificar o resultado negativo, a Odebrecht Agroindustrial lembra que desde 2007 destinou recursos para aquisições de empresas e construções de unidades operacionais controladas indiretamente pelo grupo e que, "paralelamente, quebras de safra decorrentes de fatores climáticos desfavoráveis, ocorridas nos últimos anos, e a ausência de uma política governamental concreta para os preços dos combustíveis ocasionaram impacto significativo nas margens dos produtos e, principalmente, no fluxo de caixa da companhia".

Como consequência, de acordo com o relato da Odebrecht Agroindustrial, foi gerado um "desequilíbrio no capital circulante líquido da companhia e suas controladas" com excesso de passivos circulantes sobre ativos circulantes, consolidados, de R$ 466,998 milhões ao final da safra passada.

No entanto, "as ações implementadas pela companhia durante a safra 2014/2015, bem como o aumento observado nos níveis de produtividade, propiciaram redução significativa do descasamento entre ativos e passivos circulantes", pois o desbalanceamento ao final safra anterior era de R$ 3,834 bilhões.

Entre as ações citadas pela Odebrecht Agroindustrial estão a redução do nível de investimentos, priorizando a seletividade do plantio de cana com foco nas áreas de renovação dos canaviais; ganhos de produtividade resultantes da evolução dos processos agrícolas; utilização de novos implementos e equipamentos que geram maior rendimento médio das colhedoras e a ainda a aceleração "da curva de aprendizado".

A companhia cita também o programa de parceria com fornecedores para diminuir o volume de cana própria e, com isso, reduzir investimentos na formação e manutenção de lavouras.

Odebrecht Agroindustrial citou a redução crescente no volume de investimentos industriais, já que as últimas usinas entraram em operação no final de 2011 e a expansão da unidade Eldorado, em Mato Grosso do Sul, com ampliação da capacidade de moagem de 2,1 milhões para 3,5 milhões de toneladas de cana, está praticamente concluída.

Também na área industrial, a companhia relata redução de custos e otimização de rotas para corte, carregamento e transporte de cana.

Outros fatores positivos para o caixa da empresa foram o aumento dos preços da gasolina com retorno da cobrança da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), de R$ 0,22 por litro, o aumento de 25% para 27% na mistura do anidro ao combustível de petróleo, que melhoraram a competitividade do etanol.

A empresa relatou ainda uma monetização de R$ 70 milhões em créditos tributários durante a safra passada.

Já um programa de redução de custos apresentado no segundo semestre de 2014 gerou impacto recorrente de R$ 100 milhões na safra passada e deve gerar mais R$ 600 milhões de economia nas próximas três safras, segundo previsão da Odebrecht Agroindustrial.

A Odebrecht Agroindustrial informou também a captação de R$ 2 bilhões em debêntures no ano passado, a capitalização de R$ 1,7 bilhão, o alongamento do prazo de pagamento da dívida alocada no curto e longo prazos, de R$ 7,2 bilhões, com impacto direto no caixa da safra 2014/2015 de R$ 1,8 bilhão e nas próximas três safras também na ordem de R$ 1,8 bilhão.

"Todas as ações descritas acima impactaram, direta ou indiretamente, positivamente o fluxo de caixa da safra 2014/2015, possibilitando um equilíbrio maior entre ativos e passivos circulantes."

Além das ações já feitas pela companhia, a Odebrecht Agroindustrial aposta, para a atual e próximas safras que o governo federal estabeleça uma política "sólida para os preços dos combustíveis", com incentivos ao setor por meio da redução de tributos, acesso a financiamentos com custos menores, e ainda que haja o aumento da Cide em R$ 0,38 por litro de gasolina na refinaria em complemento aos R$ 0,22 por litro já anunciados.

"A administração entende que as ações e planos descritos anteriormente são suficientes para garantir a continuidade da equalização da situação de capital circulante líquido, observada nesta última safra, para as próximas safras, bem como possibilitar a geração de resultados positivos no futuro. Caso seja necessário, recorrerá a recursos financeiros provenientes de terceiros ou de seus acionistas para garantir a conclusão desses planos e manutenção de seus investimentos e de suas operações, como já feito nos últimos exercícios", informou a Odebrecht Agroindustrial.

No início do atual ano-safra 2015/2016, ou seja, sem que houvesse a contabilização no balanço divulgado nesta quarta, a Odebrecht Agroindustrial captou recursos financeiros de R$ 600 milhões em operações de crédito rural, recebíveis e capital de giro e relatou estar em negociação para a captação de mais R$ 1,6 bilhão junto a instituições financeiras.

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