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“O Judiciário está transformando o Brasil”, diz Brito, da AB InBev

A situação econômica e política brasileira foi assunto de peso em debate que reuniu empresários e investidores na Brazil Conference, em Harvard e no MIT

Carlos Brito: “Hoje no Brasil a gente vê um Judiciário muito forte. É uma coisa que muitos duvidavam. Já há quatro anos agora está transformando o Brasil”

Carlos Brito: “Hoje no Brasil a gente vê um Judiciário muito forte. É uma coisa que muitos duvidavam. Já há quatro anos agora está transformando o Brasil”

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Da Redação

Publicado em 6 de abril de 2018 às 20h13.

Última atualização em 6 de abril de 2018 às 20h42.

Cambridge, Massachusetts – O tema do debate mais concorrido que abriu a Brazil Conference, série de palestras organizadas por alunos das universidades Harvard e MIT, nesta sexta-feira, foi “Competitividade, gestão e tecnologia: avançando fronteiras”. Mas a situação econômica e política brasileira foi um dos assuntos de maior peso discutidos por Carlos Brito, presidente da cervejeira AB InBev, David Neeleman, fundador e presidente do conselho da empresa aérea Azul, Alexandre Behring, um dos fundadores do fundo de investimentos 3G e presidente do conselho da empresa de alimentos Kraft Heinz, e André Street, fundador da Stone-Co, startup brasileira da área financeira.

Diante da pergunta sobre o que seria necessário para fazer o Brasil se desenvolver e aumentar a renda da população, Brito começou falando de tendências marcantes no Brasil e em outros países em desenvolvimento. Falou de fatores como o aumento da classe média, da melhora dos dados da educação e do aumento da longevidade. Lembrou que na época em que o Brasil estava na moda, entre 2008 e 2012, ele costumava pontuar o entusiasmo de alguns investidores falando que o Brasil tinha ainda reformas por fazer. Contou que agora ele se vê na ponta oposta. Diante de uma onda pessimista, Brito tem lembrado investidores que as tendências positivas continuam válidas. “A trajetória do Brasil não é linear. A cada cinco anos há uma crise. Depois uma correção e o país volta a crescer”, disse. Quem investe no longo prazo ganha. Brito também lembrou que os governos estão sendo forçados a ser mais transparentes. “A Justiça está funcionando. Hoje no Brasil a gente vê um Judiciário muito forte. É uma coisa que muitos duvidavam. Já há quatro anos agora está transformando o Brasil”, completou.

Behring concordou com Brito que o Brasil tem uma classe média crescente e que vai continuar emergindo. Behring também chamou a atenção para o tamanho e a ineficiência do governo, mas se mostrou confiante. “O grau de consciência da sociedade civil, dos empresários e dos jovens é o maior que eu jamais vi.” Isso, segundo Behring, se reflete na cobertura dos próprios meios de comunicação, mais críticos. “Isso é encorajador. Vai ser suficiente para as coisas acontecerem na velocidade que a gente quer? Não sei.”

Em uma de suas intervençōes, Neeleman chamou a atenção para a necessidade de empresários brasileiros entrarem na política. “Não para ficar mais ricos, mas para darem uma contribuiçāo”, disse, citando exemplos como o de Michael Bloomberg, o bilionário ex-prefeito de Nova York. Essa questão voltou a ser tratada na hora das perguntas do público. O questionamento se algum deles se animava a entrar na política foi recebido com bom humor, mas nenhum dos quatro debatedores se animou. Brito disse que estaria pronto a apoiar quem tiver boas ideias e, depois, tomar cerveja com quem ganhar e quiser mudar o Brasil para melhor.

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