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O investimento de R$ 70 milhões para uma empresa paulista guardar produtos congelados no RS

Investimento é dividido entre condomínio empresarial e a Friozem, empresa de logística para temperaturas controladas que faturou R$ 300 milhões em 2023

Condomínio empresarial Lourenço & Souza: novo espaço terá 15.000 metros quadrados (Ecoparque Lourenço & Souza/Divulgação)
Daniel Giussani

Repórter de Negócios

Publicado em 18 de março de 2024 às 18h21.

Última atualização em 4 de abril de 2024 às 09h34.

Logística costuma ser um calcanhar de Aquiles para as empresas brasileiras. Variações de tabela de frete, preço do combustível e tempo são cálculos fundamentais, da indústria ao varejo. Para o setor de alimentos perecíveis, o desafio é um pouco maior: precisa-se fazer esse transporte -- e armazenamento -- em uma temperatura controlada.

E aí entra a paulista Friozem, de logística em temperatura controlada. A empresa foi criada em 1978 para atender uma demanda do governo federal, que comprava carne bovina durante a safra e guardava o produto congelado em armazéns frigoríficos para revendê-los na entressafra com o mesmo preço, tentando, assim, controlar a inflação.

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O negócio deu certo e cresceu. Hoje, a empresa tem 11 operações em nove Estados.

Falando da região metropolitana de Porto Alegre, é dali que vem a novidade da empresa agora. O negócio está investindo 70 milhões de reais, em parceria com o condomínio empresarial Ecoparque Empresarial Lourenço & Souza, para mudar a sede de sua operação no Rio Grande do Sul.

O investimento ajudará na meta da Friozem de bater os 400 milhões de reais em faturamento nos próximos anos. Em 2023, a empresa alcançou 300 milhões de reais em receitas.

O novo espaço terá 15.000 metros quadrados, com capacidade para armazenar 26.400 paletes com produtos. Há, porém, possibilidade de ampliação, chegando a 37.000 posições para os paletes. Parao investimento, serão gerados cerca de 500 empregos. Entre os clientes da Friozem estão varejistas como:

Como surgiu a oportunidade de fazer o investimento

O Ecoparque Lourenço & Souza foi fundado em 2016 e hoje tem cerca de 250.000 metros quadrados. Ele já nasceu espelhado em grandes centros empresariais de cidades, como os de Cajamar. Hoje, são cerca de 15 empresas ocupando o espaço, entre elas a Mercado Livre e aOscar Calçados.

A oportunidade de se juntar com a Friozem surgiu com o desejo da empresa de armazenagem em frigorífico de mudar a cidade de sua filial gaúcha, que até então ficava na vizinha cidade de Esteio.

“Além de ter a segurança do próprio condomínio, o que reduz nossos próprios custos, tivemos incentivo fiscal para irmos para Sapucaia do Sul”, afirma o CEO da Friozem, Fábio Galesi Fonseca, diretor-presidente da Friozem.

“A mudança da nossa estrutura também está ligada ao nosso plano de negócios, haja vista o crescimento das nossas operações nos últimos anos”, continua. “Entre os fatores também está o fato da proximidade com a nossa operação atual, o que possibilita a manutenção de todos os nossos funcionários. O nosso movimento é bastante claro e objetivo, estamos investindo alto e migrando para uma estrutura com condições de absorver o crescimento que projetamos para nossa empresa”.

Essa nova estrutura, aliás, será feita sob medida para a Friozem -- outro motivo para a parceria.

“Esse modelo frigorífico é diferente dos que atendemos no nosso parque empresarial”, diz Filipe Christianetti, diretor de Negócios e Desenvolvimento do Ecoparque e CEO da Chico Imóveis, empresa responsável pela gestão do empreendimento. “Mas isso valida o nosso projeto em nível de infraestrutura e áreas de uso comum, e também nos traz uma consolidação referente ao padrão construtivo que entregamos ao mercado, com capacidade de se adequar a um sistema de logística refrigerado”.

Com a nova aquisição, o Ecoparque Lourenço & Souza, que fica às margens da BR-116, chegará a 16 empresas instaladas em 82.000 metros quadrados de galpões.

Qual o plano de crescimento da Friozem

Além do investimento compartilhado de 70 milhões de reais no Rio Grande do Sul, a Friozem planeja um aporte com valor ainda não divulgado para construir um grande centro de distribuição em Itú, na Região Metropolitana de Sorocaba, em São Paulo.

Os dois planos fazem parte de uma perspectiva sobre aumento de demanda nos próximos anos que a empresa paulista tem, com a entrada, principalmente, de novos clientes.

Já o Ecoparque Lourenço & Souza, com a entrada da Friozem e com capacidade de expansão para novas empresas (e das atuais) mira os 24 milhões de reais em receita ainda neste ano.

O mercado de logísticas no Brasil está estimado em 104 bilhões de dólares para 2024, com uma toada de crescimento de 3,3% ao ano até 2029, quando estará valendo cerca de 130 bilhões de dólares. Os dados são da Mordor Intelligence.

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