Negócios

O balanço da Multiplan e a hora da verdade para os shopping centers

Números das administradoras de shoppings mais voltados à classe média ajudarão a medir o pulso da economia brasileira

Shoppings: resultado divulgado nesta segunda (17) medirá a saúde da economia brasileira

Shoppings: resultado divulgado nesta segunda (17) medirá a saúde da economia brasileira

DR

Da Redação

Publicado em 17 de fevereiro de 2020 às 05h53.

Última atualização em 17 de fevereiro de 2020 às 06h17.

No final do ano passado, a Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop) foi bastante criticada por dizer que as vendas nos centros comerciais haviam subido 9,5% de 1º a 20 de dezembro. O empresário Tito Bessa Junior, fundador da rede TNG e presidente da Associação Brasileira dos Lojistas Satélites (Ablos), afirmou à época que a estimativa da Alshop não tinha bases técnicas.

A verdade sobre o desempenho desse segmento do varejo nos últimos meses começa a aparecer nesta segunda-feira, 17, quando a Multiplan divulga seus resultados do quarto trimestre, após o fechamento do mercado. Dona de 19 centros comerciais tradicionais como o Barra Shopping, no Rio de Janeiro, e o Morumbi Shopping, em São Paulo, a empresa é um dos maiores nomes do setor no Brasil.

Pelas contas das analistas do Banco do Brasil Georgia Jorge e Kamila Oliveira, a receita da Multiplan deve ter subido 1,4% no período de outubro a dezembro de 2019 em relação ao mesmo período de 2018, para 353,1 milhões de reais, e o lucro líquido deve ter crescido 2,5%, para 152,5 milhões de reais. O aumento seria resultado de um crescimento de 0,2 ponto percentual na taxa de ocupação dos shoppings administrados pela Multiplan, para 97,7%, da diminuição dos descontos que a empresa vinha dando aos lojistas que alugam espaços nos centros comerciais, e da elevação das receitas com estacionamento. “Esperamos um aumento das vendas especialmente por causa da Black Friday”, escreveram as analistas em relatório a clientes.

O time de análise do setor imobiliário do banco de investimentos Itaú BBA, liderado por Enrico Trotta, também observa que a Black Friday, grande liquidação da última semana de novembro, que aos poucos vem ganhando força no Brasil depois de décadas marcando o início das festas de final de ano nos Estados Unidos, tem esvaziado o Natal. “A liberação dos recursos do FGTS [fundo de garantia] pode ter tido um impacto positivo em dezembro, embora de forma geral esperemos um mês mais fraco para as administradoras de shopping center listadas em bolsa”, escreveu a equipe em relatório para clientes.

A JHSF, que administra shoppings de luxo como o Cidade Jardim, na capital paulista, informou na quinta-feira passada que as receitas dos seus centros comerciais cresceram 7,4%, para 45,4 milhões de reais, no quarto trimestre de 2019, com alta de 42,9% na geração de caixa no mesmo período, a 282,2 milhões de reais. Mas o mundo dos ricos é uma realidade à parte. Mas são os números das administradoras de shoppings mais voltados à classe média que ajudarão a medir o pulso da economia brasileira. Amanhã, é a vez de a Iguatemi divulgar seus resultados do quarto trimestre de 2019. A brMalls publica o balanço em 12 de março.

Acompanhe tudo sobre:Exame HojeShopping centers

Mais de Negócios

Os planos da Voz dos Oceanos, nova aventura da família Schurmann para livrar os mares dos plásticos

Depois do Playcenter, a nova aposta milionária da Cacau Show: calçados infantis

Prof G Pod e as perspectivas provocativas de Scott Galloway

Há três meses, marca de hair care Braé lançou produtos para magazines que já são 10% das vendas

Mais na Exame