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Nove dias após morte de funcionários, McDonald's volta a funcionar no Peru

Dois funcionários foram eletrocutados enquanto limpavam a máquina de refrigerante do restaurante

McDonald's: restaurante voltou a funcionar no Peru depois de nove dias (Kenzo Tribouillard/AFP)

McDonald's: restaurante voltou a funcionar no Peru depois de nove dias (Kenzo Tribouillard/AFP)

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EFE

Publicado em 25 de dezembro de 2019 às 10h01.

Última atualização em 26 de dezembro de 2019 às 09h27.

São Paulo - A rede de fast-food McDonald's reabriu algumas de suas lojas no Peru nesta terça-feira (24), nove dias depois da morte de dois jovens funcionários, que foram eletrocutados enquanto limpavam uma máquina de bebidas aparentemente mal isolada.

A multinacional americana retomou as vendas em um restaurante localizado no norte de Lima e em vários quiosques localizados em centros comerciais movimentados durante a temporada de Natal, segundo informações fornecidas à Agência Efe por uma fonte.

Embora a rede de hambúrgueres tenha anunciado em um comunicado no último dia 16 que fecharia todas as suas lojas no Peru por dois dias como sinal de luto, esse fechamento foi prorrogado até esta semana.

Entre as instalações que permanecem fechadas está o restaurante onde ocorreram as mortes, localizado no bairro de Pueblo Libre, em Lima, onde prosseguem as investigações e inspeções da autoridade trabalhista estadual.

O restaurante do Ovalo em Miraflores, no coração do principal distrito turístico de Lima, também permanece fechado. Em condições normais, o estabelecimento funciona 24 horas por dia.

Vários protestos têm ocorrido em frente a esse estabelecimento nos últimos dias, enquanto no seu interior puderam ser vistos funcionários fazendo uma limpeza completa das instalações e dos equipamentos.

Salário de menos de R$ 6 por hora

As mortes ocorreram nas primeiras horas do dia 15 de dezembro, quando os funcionários receberam uma grande descarga elétrica enquanto limpavam a máquina de venda de bebidas, de acordo com a primeira hipótese da investigação.

As duas vítimas são Carlos Campos e Alexandra Porras, um casal de estudantes de 19 e 18 anos, respectivamente, que trabalhavam juntos no mesmo McDonald's há cerca de três meses em regime de meio expediente, mas com horários variáveis e um salário de cerca de 4,65 sóis (R$5,73) por hora, no caso da jovem.

Gestores sabiam de problemas na máquina

A franquia McDonald's no Peru, como em grande parte da América Latina, está nas mãos da empresa Arcos Dorados, cujo gerente geral no país, José Carlos Andrade, reconheceu que os superiores das vítimas sabiam desde o dia anterior que a máquina que causou as mortes estava com defeitos. O executivo admitiu que o problema não foi relatado para reparo adequado e que os jovens trabalhadores continuaram operando-a.

Além disso, de acordo com as imagens transmitidas pela mídia local, os funcionários estavam limpando as instalações sem equipamentos de segurança, como luvas e botas isolantes.

Governo acelera investigação

O caso ainda está sob investigação da Superintendência Nacional de Inspeção do Trabalho (Sunafil), que pode multar a multinacional em até 198 mil sóis (cerca de R$ 244 mil), caso determine que a empresa não cumpriu com as obrigações de segurança do trabalho.

Como resultado dessa nova tragédia trabalhista no Peru, o Ministério do Trabalho e Promoção do Emprego reduziu nesta terça-feira de 30 para dez dias o período máximo de investigação pela Sunafil para acidentes de trabalho com vítimas fatais.

Os investigadores têm um prazo de 50 dias para encontrar os responsáveis por um suposto crime de homicídio, mas o advogado da adolescente mora também pretende que haja investigação pelo crime de atentado contra a vida dos trabalhadores. EFE

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