Nokia admite que pagou mais por saída de Elop da empresa
Risto Siilasmaa, chairman da Nokia, teria dito que o contrato de Elop era igual ao de todos os outros ex-presidentes da empresa, mas depois voltou atrás
Luísa Melo
Publicado em 24 de setembro de 2013 às 14h18.
São Paulo - O presidente do Conselho de Administração e CEO interino da Nokia , Risto Siilasmaa, foi forçado a admitir que deu informações enganosas sobre a compensação de 18,8 milhões de euros que será paga ao ex-presidente da empresa Stephen Elop para deixar a companhia. As informações são do Financial Times.
Siilasmaa teria dito ao jornal Helsingin Sanomat que foi um "acidente" afirmar que o contrato de Elop é igual ao de seus antecessores. Segundo o Financial Times, na verdade, Elop estaria recebendo 14,6 milhões de euros em prêmios e ações, valor que o presidente anterior a ele, Olli-Pekka Kallasvuo, nunca recebeu.
Kallasvuo deixou o comando da empresa filandesa, em setembro de 2010, com uma recompensa de 4,6 milhões de euros – que cobriam 18 meses de salário e bônus – e cerca de 820 mil euros para a compensação de ações.
A admissão surge em meio a polêmica sobre a venda da unidade de telefones móveis da Nokia para a Microsoft , por 5,44 bilhões de euros. Até mesmo o primeiro-ministro e o ministro das finanças da Finlândia, que tradicionalmente evitam falar sobre assuntos corporativos, terias criticado a transação. Jyrki Katainen, o chefe de estado, teria classificado a venda como "bastante ultrajante", segundo o Financial Times.
Na sexta-feira, Siilasmaa teria dito ao Financial Times e ao Helsing Sanomat que "os termos e condições eram substancialmente similiares para todos os ex-presidentes da Nokia".
Mas, de acordo com o Financial Times, arquivos da Nokia junto a Securities and Exchange Comission (SEC) – órgão equivalente à CVM nos Estados Unidos – datados em 2009, determinavam que, em caso de mundança de controle da empresa, Kallasvuo receberia 18 meses de compensação em termos de salário e bônus. Não haveria menção sobre stock options.
Por outro lado, o jornal diz que no contrato de Elop, de acordo com arquivos da SEC datados em 2012, está estipulado que se ele deixasse a empresa, receberia os 18 meses de compensação salarial. O documento determinaria ainda que o capital em ações que não estiver em posse dele será adquirido de forma acelerada.
De acordo com o Financial Times, a Nokia disse no domingo que o contrato de Elop havia sido alterado ao mesmo tempo que a Microsoft havia feito um acordo para garantir que ele não renuciaria. A empresa de Bill Gates estaria arcando com 70% do pagamento, apontado por advogados e ex-diretores da Nokia como aproximadamente o equivalente ao capital em ações que ainda não está em posse de Elop.
Ainda segundo o jornal, a Nokia teria dito nesta terça-feira que Siilasmaa não está mais disponível para comentar sobre o assunto.
São Paulo - O presidente do Conselho de Administração e CEO interino da Nokia , Risto Siilasmaa, foi forçado a admitir que deu informações enganosas sobre a compensação de 18,8 milhões de euros que será paga ao ex-presidente da empresa Stephen Elop para deixar a companhia. As informações são do Financial Times.
Siilasmaa teria dito ao jornal Helsingin Sanomat que foi um "acidente" afirmar que o contrato de Elop é igual ao de seus antecessores. Segundo o Financial Times, na verdade, Elop estaria recebendo 14,6 milhões de euros em prêmios e ações, valor que o presidente anterior a ele, Olli-Pekka Kallasvuo, nunca recebeu.
Kallasvuo deixou o comando da empresa filandesa, em setembro de 2010, com uma recompensa de 4,6 milhões de euros – que cobriam 18 meses de salário e bônus – e cerca de 820 mil euros para a compensação de ações.
A admissão surge em meio a polêmica sobre a venda da unidade de telefones móveis da Nokia para a Microsoft , por 5,44 bilhões de euros. Até mesmo o primeiro-ministro e o ministro das finanças da Finlândia, que tradicionalmente evitam falar sobre assuntos corporativos, terias criticado a transação. Jyrki Katainen, o chefe de estado, teria classificado a venda como "bastante ultrajante", segundo o Financial Times.
Na sexta-feira, Siilasmaa teria dito ao Financial Times e ao Helsing Sanomat que "os termos e condições eram substancialmente similiares para todos os ex-presidentes da Nokia".
Mas, de acordo com o Financial Times, arquivos da Nokia junto a Securities and Exchange Comission (SEC) – órgão equivalente à CVM nos Estados Unidos – datados em 2009, determinavam que, em caso de mundança de controle da empresa, Kallasvuo receberia 18 meses de compensação em termos de salário e bônus. Não haveria menção sobre stock options.
Por outro lado, o jornal diz que no contrato de Elop, de acordo com arquivos da SEC datados em 2012, está estipulado que se ele deixasse a empresa, receberia os 18 meses de compensação salarial. O documento determinaria ainda que o capital em ações que não estiver em posse dele será adquirido de forma acelerada.
De acordo com o Financial Times, a Nokia disse no domingo que o contrato de Elop havia sido alterado ao mesmo tempo que a Microsoft havia feito um acordo para garantir que ele não renuciaria. A empresa de Bill Gates estaria arcando com 70% do pagamento, apontado por advogados e ex-diretores da Nokia como aproximadamente o equivalente ao capital em ações que ainda não está em posse de Elop.
Ainda segundo o jornal, a Nokia teria dito nesta terça-feira que Siilasmaa não está mais disponível para comentar sobre o assunto.