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No futuro, escritórios continuarão tendo banheiros horríveis

Fatos como a acústica e o buraco embaixo da porta, por exemplo, tornam a maioria dos banheiros de escritórios horrível, e a solução tem sido negligenciada

Homem usa vaso sanitário: o fato de estarmos fazendo nossas necessidades entre colegas e chefes só piora as coisas (vadimguzhva/Thinkstock)

Homem usa vaso sanitário: o fato de estarmos fazendo nossas necessidades entre colegas e chefes só piora as coisas (vadimguzhva/Thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 8 de julho de 2015 às 22h35.

Existe alguma indignidade maior, das 9 às 17 horas, do que ir ao banheiro no trabalho?

Por necessidade, funcionários de escritórios aprenderam estratégias de sobrevivência, como dar descarga antes (para disfarçar ruídos infames), evitar o rush depois da hora do almoço e usar aquele banheiro do oitavo andar que é um segredo bem-guardado.

Muito já se falou sobre as ansiedades que giram em torno de usar o banheiro no trabalho, e as queixas mais frequentes têm a ver com a privacidade.

Quando Oprah Winfrey participou de um júri, por exemplo, ela só podia ir ao banheiro se os outros jurados cantassem para abafar qualquer ruído.

Se não é pela acústica, é pelo desconforto provocado pela malfadada frestinha entre a porta e a parede do banheiro. ​

Talvez seja pelo medo de que alguém reconheça seu sapato pelo buraco embaixo da porta do cubículo. O fato de estarmos fazendo nossas necessidades entre colegas e chefes só piora as coisas.

Alguns banheiros de escritórios são melhores do que o resto, mas a maioria é horrível. A solução se resume simplesmente ao design do banheiro, que infelizmente é negligenciado em muitos escritórios.

Eis o que queremos – e por que a maioria dos escritórios ainda não nos atendeu.

O cálice sagrado: banheiros individuais

O ideal seria que houvesse um único sanitário no ambiente.

Quantas situações incômodas poderiam ser evitadas se os escritórios abandonassem de uma vez por todas os banheiros repletos de vasos sanitários separados apenas por divisórias de metal?

Essa alternativa também seria melhor para os funcionários transgêneros, que talvez preferissem opções sem distinção de gênero. Infelizmente para os grandes espaços de trabalho, as diretrizes da Administração de Segurança e Saúde Ocupacional (OSHA) dos EUA requerem um número mínimo de “cubículos” (vasos ou mictórios) por funcionário.

Escritórios com até 15 empregados devem ter pelo menos um “cubículo”, e escritórios com mais de 110 pessoas precisam de pelo menos seis.

Os banheiros individuais são simplesmente impraticáveis e impossíveis para a maioria dos escritórios.

Empresas maiores precisariam de um ou dois andares inteiros para acomodar um número suficiente. Sem mencionar a dificuldade de encontrar um que esteja livre.

Além disso, o banheiro individual traz seu próprio conjunto de atribulações sociais – ou seja, a falta de anonimato. É difícil responsabilizar a pessoa da sala ao lado por quaisquer odores ou ruídos desagradáveis.

E as portas e paredes que vão do chão ao teto?

George Costanza defendeu de modo convincente essa simples modificação do design em um capítulo de Seinfeld há 20 anos.

Infelizmente para George, há um motivo pelo qual as divisórias não chegam até o chão. “É necessário poder cumprir questões de limpeza e sanitização nos banheiros públicos”, explica Debbie Birchback, uma das proprietárias da All Partitions, distribuidora de cubículos com sede em Michigan.

As normas da OSHA requerem que os banheiros dos escritórios estejam sempre limpos e secos, e que seja possível passar um esfregão por baixo das divisórias. Além disso, os cálculos econômicos de uma latrina cercada não fazem sentido.

“Você poderia erguer uma parede entre cada vaso sanitário”, acrescentou Birchback. “Isso é caro”.

Mas isso não significa que George e o resto de nós tenhamos que perder as esperanças. Embora as portas mais altas nos cubículos sejam mais predominantes na Europa, arquitetos e construtores nos EUA começaram a solicitá-las com mais frequência, de acordo com fabricantes e distribuidores.

Divisórias que garantem a máxima privacidade e estão disponíveis com quase 1,83 m chegam mais perto do piso e do teto do que as portas padronizadas.

“Com elas, o espaço fica quase semiprivado”, explica Cyrus Boatwalla, diretor de marketing da ASI Group, companhia controladora da Accurate Partitions, uma fabricante de divisórias.

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