Combustíveis fósseis: o futuro do petróleo encabeça preocupação do Observatório do Clima (Alexandros Maragos/Getty Images)
Jornalista
Publicado em 6 de dezembro de 2022 às 09h30.
Última atualização em 1 de julho de 2024 às 14h53.
Um relatório divulgado recentemente pelo Institute for Agriculture and Trade Policy (IATP) em parceria com a Changing Markets Foundation estimou as emissões de gases de efeito estufa (GEE) de cinco das maiores produtoras de carne e dez das maiores produtoras de laticínios do mundo.
De acordo com o documento, intitulado "Emissões impossíveis: como a indústria de carne e laticínios está aquecendo o planeta”, as emissões combinadas de metano destas 15 empresas são de aproximadamente 12,8 milhões de toneladas. O número equivale a mais de 80% da pegada de metano de toda a União Europeia.
Considerado o segundo gás que mais contribui para o aquecimento do planeta, o metano preocupa ambientalistas por seu alto potencial de retenção de calor, que é cerca de 80 vezes maior que a do CO2 - principal gás de efeito estufa - em um horizonte de 20 anos.
“Nossa melhor esperança de manter o aquecimento global abaixo de 1,5˚C é através de cortes rápidos nas emissões de metano, que só são possíveis com ações mais ambiciosas voltadas para as emissões da indústria pecuária”, declarou Ricardo Salvador, Diretor do Programa de Alimentos e Meio Ambiente da Union of Concerned Scientists, ao IATP.
Vale lembrar que, na última edição da Conferência do Clima (COP 27), realizada em novembro, 150 países – incluindo o Brasil – se comprometeram a reduzir em 30% as emissões do gás até 2030.
A emissão de outros gases relacionados ao agravamento do aquecimento global também foi estimada no relatório do IAT. Dentre eles, o CO2 equivalente (medida que representa os principais gases de efeito estufa, como o gás carbônico e o óxido nitroso). A estimativa é de que as mesmas 15 empresas sejam responsáveis por lançar ao meio ambiente 734 milhões de toneladas do gás.
“Isso é aproximadamente o mesmo que o total de emissões de GEE (excluindo as emissões do uso da terra) da Alemanha, a quarta maior economia do mundo [...] De fato, se essas 15 empresas fossem tratadas como um país, elas seriam a décima maior jurisdição emissora de GEE do mundo”, diz o relatório.
Se por um lado os números apresentados no documento são estarrecedores, por outro, vale destacar que eles não representam o comportamento de todas as empresas. Pelo contrário: inúmeras companhias globais correm na contramão desse movimento e já se comprometeram com a descarbonização de suas operações.
Ambev, Renner, Apple, Natura, Microsoft e Braskem são apenas alguns dos exemplos de grandes organizações que entenderam a importância de zerar ou neutralizar suas emissões e já anunciaram iniciativas nesse sentido.
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De olho na importância do tema – não apenas para o sucesso dos negócios, mas principalmente, para o futuro do planeta – a EXAME preparou uma masterclass gratuita sobre o assunto.
Ministrada por Renata Faber, head de ESG da EXAME que acaba de regressar da COP-27; e Talita Assis, doutora em Ciência do Sistema Terrestre e especialista em meio ambiente (com foco em temas ligados à Amazônia e às emissões de gases de efeito estufa), a aula promete revelar como implementar uma estratégia net zero na prática.
Com isso, a ideia é que os participantes tenham clareza sobre como:
A masterclass sobre NetZero será transmitida no dia 15 de dezembro, às 19h30. Para participar, os interessados devem realizar um cadastro na página oficial do evento clicando aqui ou no botão abaixo. A inscrição é gratuita.