Netflix faz sua primeira compra: uma empresa de HQ's
Personagens e histórias da Millaword, que incluem Velho Logan e Kingsman, poderão virar conteúdo exclusivo da empresa de streaming
Tatiana Vaz
Publicado em 7 de agosto de 2017 às 12h53.
Última atualização em 7 de agosto de 2017 às 19h49.
São Paulo - Os icônicos personagens Kick-Ass, Kingsman e Velho Logan são alguns dos que poderão ter séries próprias na Netflix . A maior empresa de streaming do mundo acaba de anunciar a compra da editora de quadrinhos Millarworld, fundada pelo criador Mark Millar.
O valor do negócio não foi revelado, mas o objetivo sim: reunir o portfólio das franquias dos personagens da Millarworld, além de criar e adaptar as histórias para filmes, séries e shows para crianças com exclusividade para a Netflix.
No comunicado divulgado à imprensa, a companhia declara que “não pode esperar para aproveitar o poder criativo da Millarworld para a Netflix e começar uma nova era na narrativa global de quadrinhos”.
A empresa ressalta também a força do criador por trás da recém-aquisição. Em seus oito anos na Marvel, o cartunista criou os quadrinhos e partes da história que inspiraram o primeiro filme dos Vingadores, o Capitão América: Guerra Civil e Logan (Wolverine) .
"Mark está tão perto quanto você pode chegar a um dia moderno Stan Lee ", disse Ted Sarandos, chefe de conteúdo da Netflix.
Millar, que dirige Millarworld com sua esposa Lucy Millar afirmou, no mesmo anúncio, que está apaixonado pelo que a Netflix está fazendo no mercado.
“Netflix é o futuro e o Millarworld não poderia ter uma casa melhor", disse.
Dívida bilionária
A compra acontece dias depois da companhia ter surpreendido investidores ao declarar uma alta dívida de longo prazo, de 4,8 bilhões de dólares, destinada à criação de conteúdo próprio.
O segmento, consagrado por sucessos como Narcos e Stranger Things, tem ganhado um peso cada vez maior no balanço da empresa, tanto em audiência quanto em faturamento e aportes.
O orçamento destinado a séries e filmes originais para este ano é ainda maior. Serão seis bilhões de dólares destinados a atingir a meta de mil horas de produção novas e exclusivas (em 2016, foram 600 horas).
A quantidade equivale à metade de tudo que é transmitido pela Netflix atualmente para seus 104 milhões de assinantes em 190 países.