Netflix demite executivo por uso de palavra racista
Episódios mostraram "nível inaceitavelmente baixo de consciência e sensibilidade racial, o que não está de acordo com nossos valores”, disse o CEO.
Reuters
Publicado em 22 de junho de 2018 às 19h13.
Última atualização em 24 de junho de 2018 às 12h47.
São Paulo – O CEO da Netflix Reed Hastings decidiu demitir o diretor de comunicação da empresa Jonathan Friedland, devido ao uso de um termo racista para se referir aos negros.
Um comunicado aos funcionários afirma que Friedland usou uma palavra ofensiva em duas ocasiões, diante de membros de sua equipe e do setor de recursos humanos, o que foi considerável inaceitável pela empresa.
“Jonathan contribuiu muito em muitas áreas, mas o uso da ‘N-word’ em pelo menos duas ocasiões de trabalho mostrou um nível inaceitavelmente baixo de consciência e sensibilidade racial, o que não está de acordo com nossos valores como empresa”, disse o presidente da Netflix em comunicado.
O CEO diz ainda que a empresa vai buscar maneiras de educar e ajudar seus funcionários “a entender de maneira ampla as muitas e complicadas formas com que a raça, a nacionalidade, a identidade de gênero e os privilégios figuram na sociedade e na organização”. “Procuramos ser ótimos na inclusão, em muitas dimensões, e esses incidentes mostram que somos desiguais na melhor das hipóteses”, afirma.
“Muitos de nós trabalhamos próximos a Jonathan por um longo período, e temos sentimentos contraditórios. Infelizmente, sua falta de julgamento nesta área foi muito grande para ele permanecer. Nos importamos profundamente em garantir que nossos funcionários se sintam seguros e apoiados na Netflix”, concluiu o CEO.
Pelo Twitter, o diretor afastado afirmou: “Líderes precisam ser irrepreensíveis e infelizmente fiquei aquém desse padrão quando fui insensível falando para minha equipe”.
A saída de Friedland do Netflix é a mais recente de uma série de importantes executivos renunciando por comportamento inapropriado.
O ex-diretor da Ford Motor nos EUA, Raj Nair, saiu abruptamente da companhia em fevereiro, após investigação sobre seu comportamento, enquanto o ex-presidente-executivo da Intel , Brian Krzanich, renunciou na véspera por ter tido relacionamento com uma colega.
Atualizado em 24/06/2018, às 12:40